Stephen Kaung dizia[1] que “quando nos
aproximamos da Palavra de Deus, por um lado, devemos ler, estudar, e conhecer
seu conteúdo. Este conhecimento é importante. No entanto, se isso é tudo que
obtemos da Bíblia, então estamos perdendo a verdadeira razão pela qual a Bíblia
foi dada ao homem. A Palavra de Deus nos foi dada como uma revelação – a
revelação de Cristo Jesus. E, por essa razão, tem que ser recebida como
revelação. (...) é necessário que vejamos Cristo Jesus. Se não vemos Cristo, e
tudo o que vemos são histórias ou se não vemos Cristo, mas apenas ensinamentos,
então estamos perdendo o verdadeiro propósito para o qual a Palavra de Deus foi
dada. Por isso, ao nos aproximarmos da Palavra de Deus, devemos pedir ao Senhor
que nos dê o espírito de sabedoria e revelação para que possamos conhecê-lo
verdadeiramente.”
Roy Hession[2], igualmente, apresenta a importância de vermos ao Senhor Jesus
quando afirma que “cada aspecto da
experiência cristã torna-se real em nós, quando simplesmente vemos a Jesus. Ele
é, ao mesmo tempo, a bênção que todos buscamos e o caminho – aliás de fácil acesso
– para essa bênção. Se nos concentramos num determinado modo de fazer certas
coisas, isso se transformará numa fórmula, e só nos conduzirá à escravidão. Mas
o Senhor Jesus veio para tirar de nós qualquer jugo de escravidão e
libertar-nos a fim de que o sirvamos na espontaneidade do Espírito. E tudo isso
pela simples visão dele,”.
Ver
Jesus é uma grande necessidade! Entretanto, o cristianismo tem buscado ver outras pessoas além de
Jesus. Os discípulos eram assim. O texto de Mateus 17:1-8 é uma revelação muito
significativa acerca deste tema[3]. Os versículos 1 e 2 são maravilhosos! O que temos? Jesus
tomando alguns de seus discípulos. Oh! Isto é maravilhoso: ser tomado por
Jesus! Os cristãos sonham com isto. Diz o texto que Jesus os levou em
particular. Isto revela a comunhão. Um momento particular com o Senhor.
Isto é algo celestial! O texto prossegue dizendo que Jesus os levou a um
alto monte. A caminhada com Cristo é assim. Ele nos conduz às coisas
elevadas. Com Cristo, o nosso caminhar é elevado. Esta é a
experiência do primeiro versículo.
O segundo versículo nos apresenta a
transfiguração de Cristo: o resplandecer de seu rosto como o sol, e o
embranquecer de suas vestes como a luz. Que acontecimento maravilhoso! E tudo
isto, diante deles (v. 2). No meio desta cena, aparecem Moisés e Elias – a lei
e os profetas. Aos olhos de Pedro, o quadro era pleno. Então ele diz: “Senhor, bom é estarmos aqui”. Pedro,
então levanta a sua voz e diz: “se
queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para
Elias.”
Em primeiro lugar, Pedro fala em seu
próprio nome, e não em nome dos discípulos. Muitos são assim em nossos dias,
falam em seu próprio nome, não consideram todos os demais membros Corpo de
Cristo [Igreja] no seu falar.
Em segundo lugar, Pedro deseja dar um
mesmo destaque a Cristo, a Elias (os profetas) e a Moisés (a lei). A lei e os
profetas não têm o mesmo lugar de Cristo. Na verdade, a lei e os profetas
apontavam para Cristo. O objetivo de ambos era revelar Jesus Cristo. Pedro não
entendia isto. Por isso, a voz que veio da nuvem disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”. A voz
não deixou dúvidas: Cristo é o prazer do Pai! Cristo detém o falar
excelente!
Em seguida, após o pavor que tomou os
discípulos, Jesus aproximou-se deles. Oh! É glorioso quando Cristo aproxima-se
de nós! Após Sua aproximação, Cristo tocou nos discípulos. O Senhor busca o
contato com os seus. Finalmente, o Senhor falou: “Erguei-vos e não temais!”. Um milagre aconteceu no versículo
oito: “eles,
levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus”.
Após a riqueza do versículo sete: a
aproximação, o toque e o falar de Cristo, os discípulos viram somente a Jesus.
A cura da nossa visão vem pelo aproximar do Senhor, o tocar do Senhor e o falar
do Senhor.
A. M.
Cunha
[1] Extraído da série: Kaung, Stephen. Vendo Cristo no Novo
Testamento – v. 1. Literatura Cristã. Porto Alegre. 1993. 2ª Ed. (Traduzido do
original em inglês: Seeing Christ in The New Testment).
[2] Extraído do livro: Hession, Roy. Queremos Ver a Jesus.
Editora Betânia. Belo Horizonte. 1978. 3ª ed. (Traduzido do original em inglês:
We Would see Jesus).
[3] O texto de Mateus 17:1-8 é, ainda, uma linda figura do
reino do Filho do homem. É importante ver Mateus 16:28. Jesus diz: “Em verdade
vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma
passarão pela morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.” Seis dias
depois, Jesus conduz alguns de seus discípulos a um alto monte (na Bíblia, o
monte, muitas vezes, é uma figura de reino). O que é visto neste reino? Jesus,
como o Senhor do Reino. Moisés, representando todos os santos que morreram em
Cristo. Elias, representando todos os santos que não provarão a morte e serão
transformados para o encontro com o Senhor nos ares.