A teologia
Paulina faz uma clara distinção entre os dois aspectos do Código de Leis de
Israel: Vertical e Horizontal.
Em sua
vertente horizontal, Paulo consigna o seguinte em sua carta aos Romanos: “Pois
isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há
qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o
cumprimento da lei é o amor.” (Romanos
13:9-10).
No aspecto
vertical, Paulo anuncia uma gloriosa sentença: “Porque dele, e por meio
dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos
11:36). Nesta porção temos a todo-dependência do homem para com Deus, pois
somos dEle (“Porque dele”), toda provisão vem dEle (“por meio dele”) e nosso
destino e porto seguro é Ele (“para ele”).
Não há,
portanto, revogação da lei. Paulo nos assegura isto ao afirmar: “Anulamos,
pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” (Romanos
3:31).
A lei
aponta para Cristo, uma vez que ela “nos serviu de aio para nos
conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.” (Gálatas
3:24). Como pode, pois a lei realizar tal papel? Ela o faz promovendo o “pleno
conhecimento do pecado”(Romanos 3:20b). A lei serve para revelar a total
insuficiência da natureza humana em aproximar-se redentoramente de Deus por
obras, “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da
lei” (Romanos 3:20a), de modo que “é evidente que, pela lei,
ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” (Gálatas
3:11).
Quando
temos um vislumbre de todas estas coisas, somos convocados pelas Escrituras ao
maravilhoso desfrute das verdades espirituais, pois “tudo quanto,
outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela
paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” (Romanos
15:4).
De modo que
o discernimento espiritual destas coisas promove paciência e consolação que são
provenientes das Escrituras. O maravilhoso desfecho destas coisas é a esperança
que inunda o nosso coração.