O capítulo 16 do Evangelho de Lucas, ao anunciar a tensão que existe entre servir a Deus e servir às riquezas, apresenta o veredicto de que “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” [Lucas 16.13]. Não podem coexistir na alma humana os atributos de “ser servo de Deus” e “ser servo das riquezas”. Esta é uma luta para além das possibilidades da alma humana.
O dinheiro deve ser visto como uma utilidade e não como uma identidade! A quantidade de dinheiro que possuímos não pode ser aquilo que nos identifica, mas a nossa identidade será revelada pela utilidade que damos ao dinheiro que possuímos! O dinheiro deve, portanto, ser utilizado para a glória de Deus e para o bem-estar do próximo! O que se requer daquele que possui riquezas é uma disposição interior para praticar a generosidade, pois aquele que pratica a generosidade revela que o dinheiro que possui não o domina, não o escraviza e não enrijece o seu coração para com a dor do próximo!
O apóstolo Paulo é enfático ao afirmar em 1 Timóteo 6.10, que o amor ao dinheiro é, na verdade, um desvio da fé, uma perigosa jornada que acrescenta muitas dores e atormenta aqueles que cobiçam a riqueza. Felizes, pois, são os servos de Deus que não cedem às paixões do amor do dinheiro, pois o que eles desejam é se devotarem inteiramente a Deus!
A. M. Cunha