sexta-feira, 2 de maio de 2014

A MÃO CONDUTORA DO SENHOR DESPERTA DESEJOS ELEVADOS NA ALMA

Depois de desfrutar do cuidadoso pastoreio do soberano Deus, conforme se observa na expressão “O Senhor é o meu pastor”, o Salmo 23 nos apresenta mais uma graciosa perspectiva deste majestoso apascentar: O Senhor faz despertar na alma dos Seus discípulos desejos espirituais que, de outra sorte, jamais seriam despertados. O salmista não promove, por si mesmo, o surgimento destes desejos espirituais.

Observe a doçura da expressão “Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso.” (Salmo 23:2). Note a passividade que pode ser percebida na conduta do salmista:

O salmista não realiza esforços pessoais para repousar em pastos verdejantes. O Senhor é que o faz repousar. O desejo do salmista para repousar nos pastos verdejantes não brota de si mesmo, mas o Senhor promove o surgimento deste desejo. O homem, em sua natureza caída, não detém a natural aptidão para desejar coisas celestiais. Tal desejo decorre de uma profunda infusão da graça divina na vida humana.

O salmista, por si mesmo, não caminha para junto das águas de descanso. O Senhor é que o conduz para esta zona de refrigério. Nenhum homem, em sua natural condição, deseja estar próximo das águas de descanso do Espírito de Deus. Tal desejo é despertado pelo próprio Senhor.

Estes desejos estão vinculados a duas importantes esferas na vida do discípulo de Cristo: a) A esfera da alimentação espiritual, pois os “pastos verdejantes” apontam para a Palavra de Deus como alimento para a alma faminta; b) A esfera da comunhão do Espírito Santo, pois as “águas de descanso” apontam para o Espírito Santo como descanso para a alma cansada.

Os traços da soberana presença de Deus podem ser vistos no versículo 2 deste gratificante Salmo. Dele: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.

Bom desfrute a todos.

GETSÊMANI – UM LUGAR ONDE REINOS SE ENCONTRAM

Os lugares sempre nos trazem recordações. O mesmo ocorre com os lugares bíblicos. Pense um pouco nos seguintes lugares: Sinai, Egito, Belém, Nazaré, Jerusalém. Se você tem um razoável conhecimento bíblico, posso imaginar que um turbilhão de pensamentos inundou a sua mente, à medida que você pensava nestes lugares. O Getsêmani é um destes lugares que fazem a nossa mente ser inundada por vários pensamentos e indagações. Neste lugar, dentre tantas percepções que podemos ter, é possível discernir que ali ocorreu o encontro de dois reinos: O Reino das Trevas e o Reino de Deus. Esta importante narrativa pode ser conferida em Mateus 26:36-56.

O Reino das trevas encontrou no Getsêmani um terreno fértil para se manifestar. Vejamos uma pequena demonstração da expressão deste reino do Getsêmani:

a)  Este jardim foi um lugar onde os discípulos fugiram, no exato momento em que Jesus fora preso. Observe a narrativa contida em Mateus 26:56, que nos diz: “Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram.

b)  Este jardim foi um lugar de angústia e tristeza. A totalidade do peso da pecaminosidade humana fora lançada sobre Cristo, em decorrência do que um ambiente de angústia e tristeza tornava-se palpável e agudamente agressivo. De acordo com Mateus 26:27 podemos observar o seguinte: “e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.

c)   Este jardim foi um lugar de traição. O beijo, que sempre foi uma demonstração de afeto e carinho, foi duramente transformado num símbolo de traição. Foi assim que Judas traiu Jesus neste jardim. De acordo com Mateus 26:48, vemos que “o traidor lhes tinha dado este sinal: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o.”

d)    Este jardim foi um lugar onde a força humana tornou-se o recurso para a defesa da fé. De acordo com Mateus 26:51, Pedro “estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha.” a)     A espada utilizada aqui foi a espada do homem e não a espada do Espírito, conforme vemos em Efésios 6:17.

e)   Este jardim foi um lugar onde as pessoas não conseguem orar. Muito embora tenham sido convocados por Jesus para orar e vigiar com Ele (Mateus 26:38), Pedro, Tiago e João não conseguiram orar. Observemos, em Mateus 26:40-41, a oportuna constatação de Cristo e sua firme orientação aos seus discípulos, com as seguintes palavras: “E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”

Este é um triste quadro que pode ser verificado na jornada de muitos de nós. Assim, nossa vida torna-se um ambiente onde o reino das trevas parece prevalecer. Que o Senhor nos ajude a discernir os sutis ataques e as ocultas ciladas deste reino de trevas. Apesar de todas essas negativas constatações, Jesus não abandonou sua jornada para a Cruz. Ele presenciou estas expressões do reino das trevas na vida de Seus discípulos, mas isso não lhe retirou Seu foco.

Sigamos o exemplo do divino mestre! Assim como Ele não abandonou o Seus discípulos, nós não devemos abandoná-lO! Ainda que vejamos rastros do reino das trevas em nossa vida, perseveremos em seguir a Cristo, pois neste mesmo Jardim, vemos a divina centelha do reino de Deus manifestando Sua luz na vida destes mesmos discípulos. Cristo é nosso supremo exemplo, pois naquele jardim, Ele manifestou o Reino de Deus!

Aquele jardim foi também um lugar onde podemos ver sinais do Reino de Deus. Vejamos estes sinais:

a)     Este jardim foi um lugar onde Jesus preferiu estar presente com os Seus discípulos a abandoná-los. Apesar de toda a trágica conduta dos Seus discípulos, Jesus não os abandonou. Notemos a presença do Senhor nas seguintes palavras: “foi Jesus com eles (...) disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui (...) e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu” Mateus 26:36-37. O jardim é um lugar onde não seremos abandonados pelo Senhor!

b)    Este jardim foi um lugar de confissão de angústias. É maravilhoso perceber que, mesmo diante de homens falhos e sem compromisso com a oração, o Senhor os achou dignos de compartilhar suas angústias. Notemos, em Mateus 26:38, as seguintes palavras do Senhor: “Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” a)     O jardim é um lugar onde podemos compartilhar nossas angústias!

c)   Este jardim foi um lugar onde podemos estar submissos à vontade de Deus. O Senhor Jesus deixou evidente Sua submissão à vontade do Senhor. Devemos fazer o mesmo. Observemos, em Mateus 26:39, 42 e 44, as seguintes palavras do Senhor: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. (...) Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (...) Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.”

d)    Este jardim foi um lugar onde podemos chamar de amigo aquele que nos traiu. Este é uma das mais profundas aptidões que o Senhor confere aos Seus discípulos. Ele viveu assim, nós, por pertencermos a Ele, também podemos viver com tal qualidade de vida. De acordo com Mateus 26:50, o brilho deste comportamento de Cristo pode ser percebido nas seguintes palavras: “Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam.” a)     Esta é uma nítida e profunda resposta que os filhos do Reino devem dar ao reino das trevas. Vivamos esta vida com qualidade celestial.

Bom desfrute a todos.

Em Cristo!

AS BÊNÇÃOS DECORRENTES DA PALAVRA “SENHOR”

Na manhã do dia 02/05/2014, enquanto meditava no Salmo 23, especificamente na palavra “Senhor”, meus olhos foram postos nas páginas abertas de minha Bíblia, as quais compreendiam os capítulos 23 a 26 do livro dos Salmos.
Pude ver as poderosas implicações que emanam da preciosa palavra “Senhor”.

Vejamos algumas destas maravilhosas implicações:

Um dia habitaremos na casa do Senhor para todo o sempre (Salmo 23:6). A ele “pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24:1). Ao mesmo tempo, somos confrontamos com uma inquietante pergunta: “Quem subirá ao monte do Senhor?” (Salmo 24:3). Como é maravilhoso perceber que o Senhor é quem nos concede a bênção e a justiça (Salmo 24:5)! O Senhor, forte e poderoso, ele é o Rei da Glória! (Salmos 24:8).

Que graciosa oportunidade nos oferece o Senhor, pois podemos elevar a Ele a nossa alma! (Salmo 25:1). Ele nos faz conhecer os Seus caminhos e nos ensina as Suas veredas (Salmos 25:4), pois Ele é bom e reto, na medida em que aponta o caminho da vida para os pecadores (Salmos 25:8). É exatamente por causa do nome do Senhor que as nossas iniquidades, que são grandes, podem ser perdoadas! (Salmos 25:11).

Quão grandiosa é a promessa para os que temem ao Senhor! Eles serão instruídos no caminho que devem escolher, a prosperidade repousará sobre a sua alma! (Salmos 25:12-13). O Senhor reserva Sua intimidade para os que O temem, pois a estes Eles “dará a conhecer a sua aliança.” (Salmos 25:15).

Podemos, sem temor, pedir ao Senhor que nos examine, que nos prove, que sonde o nosso coração e os pensamentos (Salmos 26:2), por uma valiosa razão: a benignidade do Senhor está perante os nossos olhos e o nosso coração está inclinado a andar na verdade do Senhor (Salmos 26:3).

O Senhor coloca em nosso coração o precioso amor por Sua habitação e pelo lugar onde a Sua glória assiste! (Salmos 26:8)! Deus mesmo firma os nossos pés em terreno plano, de modo que na congregação do povo de Deus podemos livremente bendizer ao Senhor (Salmos 26:12).

Bom desfrute a todos.


Em Cristo!

domingo, 27 de abril de 2014

UMA NOVA PASSAGEM

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.”
I João 3:14-18

É maravilhosa a conexão que existe entre o Evangelho de João e a Primeira Carta de João. Por exemplo, o Evangelho nos fala sobre “passar da morte para a vida”, com a seguinte afirmação:

“Em verdade, em verdade vos digo quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”
João 5:24

Existem três importantes afirmações que são feitas com relação àquele que ouve a Palavra de Jesus e crê em Deus que O enviou: 1) Tem a vida eterna; 2) Não entra em juízo; e 3) Passou da morte para a vida.

O anúncio contido nestas palavras proferidas por Jesus é esclarecedor, na medida em que se mostra revelador da realidade de que toda a humanidade encontra-se em estado de morte. A Bíblia afirma em Romanos 5:12, que  “a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” Em decorrência, percebemos que o pecado foi responsável pela passagem da morte a todos os homens.

Agora, porém, o Senhor Jesus nos oferece “uma nova passagem”, desta vez, da “morte para a vida”.

O apóstolo João nos apresenta uma realidade muito prática destinada a responder à seguinte pergunta: “Como podemos saber que já passamos da morte para a vida?” O amor é erguido como um poderoso veículo para responder a esta pergunta, a partir da seguinte perspectiva: “Amar os irmãos é a segura evidência de que passamos da morte para a vida.” Por via de consequência, “aquele que não ama permanece na morte.”

O apóstolo João nos assegura que “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (I João 4:20). Amar reclama atitudes profundamente práticas, tais como “dar nossa vida pelos irmãos.” (I João 3:16) e abrir o coração sempre que “seu irmão padecer necessidade” (I João 3:17).

Não podemos passar pelo caminho de fecharmos o nosso coração para as necessidades de nossos irmãos (sejam eles da família natural, da família espiritual ou de ambas as famílias). Fechar o coração para as necessidades de nossos irmãos é uma evidência de que o amor de Deus não permanece em nós, conforme I João 3:17.


Em decorrência disto, o apóstolo João encerra suas orientações com respeito à passagem da morte para a vida com a seguinte afirmativa: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (I João 3:18).