sábado, 24 de agosto de 2019

UM VISLUMBRE DA PATERNIDADE DIVINA


Uma das mais profundas questões da vida humana é o discernimento de que estamos unidos com Cristo, exatamente por termos depositado nele, e em Sua obra, a nossa fé, e, por via de consequência, termos sido salvos pela graça. Esta união conquanto seja invisível, é sem sombra de dúvida real, extremamente real, a ponto de fazer com que nos tornemos filhos de Deus!
Desta união extraímos uma série de benefícios que precisam ser devidamente apropriado por cada um de nós. O fato de sermos filhos de Deus deve nos remeter a alguns aspectos muito singulares de nossa existência. É óbvio que muitas pessoas, por terem sido destituídas de modelo de paternidade que tenha sido referência em sua vida aqui nesta terra, possam projetar em Deus uma paternidade deficitária, de modo que, a visão de Deus como Pai não lhes soe como algo agradável e amoroso.
Mas o fato é que Deus, em Sua essência, é infinitamente superior e incomparavelmente maior do que qualquer modelo de paternidade terrena, pois o Seu amor transcende a qualquer manifestação do amor humano, por mais nobre que seja. O amor humano, ainda que seja tido por nós como magnífico e singular, jamais atingirá uma centelha da expressão do inigualável amor divino!
De fato, estamos unidos com Cristo e também estamos envolvidos numa relação de paternidade com Deus, onde, feliz e irremediavelmente, somos filhos de Deus pela fé em Cristo! O nosso viver cristão diário deve ser profundamente impactado com esta realidade! Somos filhos de Deus por termos crido em Jesus Cristo e, pela graça somos salvos, mediante a fé! No exato momento em que cremos em Jesus, fomos miraculosamente transportados do reino das trevas para o Reino de Jesus Cristo e nos tornamos imediatamente filhos de Deus.
Portanto, sermos filhos de Deus deve trazer para nós uma série de benefícios que sejam a exata expressão desta paternidade, porque o Deus que é nosso Pai não é isoladamente nosso pai. Ele é o nosso Pai com e a partir de todos os atributos que Lhe são inerentes. Ele é o nosso Pai na Sua onipotência, na Sua onisciência, na Sua onipresença, na Sua justiça, na Sua Santidade, no Seu terno amor, na Sua profunda e inextinguível misericórdia! Ele é Deus, plenamente Deus, e em toda amplitude e plenitude da Sua pessoa Ele é o nosso Pai!
Portanto, nós somos agraciados numa dimensão imensurável, incompreensível, superior, eterna, com uma relação com esse Deus que tudo é, tudo pode, tudo sabe, tudo compreende, tudo entende, em tudo intervém, tudo realiza. De fato, concluímos que é Deus em toda a Sua plenitude que se torna nosso Pai!
É de fato uma dádiva imensurável sermos filhos de Deus, e em relação à qual temos dificuldade de compreender toda a sua amplitude, exatamente pelo fato de sermos limitados em nossa condição humana, o que nos torna tão pequenos e ínfimos, de modo que não temos a aptidão para percebermos as mais inefáveis expressões da grandiosidade de Deus.
Mas esse é o Deus, o Outro superior, o Outro maior que nós, que se tornou o próximo, disponível e inigualável Pai!

A. M. Cunha