quarta-feira, 29 de maio de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 24


Por vezes se afirma que os sintomas do infarto estão ligados à artéria que esteja obstruída. Por exemplo, caso exista uma obstrução na artéria circunflexa [localizada na parte de baixo do coração, próxima, portanto, do estômago], não raro o infarto virá acompanhado de uma dor tipo queimação e sensação de azia. Neste caso, os sintomas são confundidos com má digestão. O versículo 32 do capítulo 24 do Evangelho Segundo Lucas apresenta uma curiosa pergunta: “E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?”. Esta pergunta veio de dois discípulos que, após a morte e o sepultamento de Jesus, pareciam dominados pela descrença de que Jesus não era quem eles pensavam que fosse. O cerne desse descrédito pode ser visto nas seguintes palavras ditas por eles: “nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.” [Lucas 24.21]. No entanto, “o próprio Jesus se aproximou e ia com eles.” [Lucas 25.15]. Coisas extraordinárias acontecem quando Jesus se aproxima de alguém! Uma dessas coisas é “uma forte queimação no coração”! Uma espécie de infarto espiritual, que faz com que se morra para a velha vida! Embora Jesus estivesse conversando com eles, “seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer.” [Lucas 24.16]. Um dos maravilhosos fatos que acontecem quando Jesus se aproxima de alguém é o abrir dos olhos, por isso se diz: “então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram” [Lucas 24.31]. Foi exatamente neste momento que eles identificaram que seus corações ardiam quando Jesus lhes expunha as Escrituras! O infarto espiritual foi diagnosticado! E foi fulminante, pois eles morreram para uma vida de descrédito e nasceram para o recomeço de sua jornada espiritual e, “na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém” [Lucas 24.33]! Coisas extraordinárias acontecem quando Jesus se aproxima de alguém; uma delas é a oportunidade de recomeçar! E tudo acontece com um agradável sintoma: “uma queimação no coração”!
A. M. Cunha

DAR A VIDA NÃO É APENAS MORRER, MAS VIVER POR ALGUÉM!


Da leitura de I Joao 3:16 é possível extrair preciosas lições:

Todo cristão é desafiado a experimentar o amor numa dimensão tão pessoal e íntima, de modo que tenha condições de perceber, de fato e de verdade, todos os aspectos deste amor que foi inicialmente recebido de Cristo e que deve necessariamente ser compartilhado com outras pessoas.

Assim como Cristo deu Sua vida por nós, devemos dar nossa vida pelos irmãos. Esse “dar a vida” vai além de submeter a vida à morte, ou seja, deixar-se morrer pelo outro. “Dar a vida” implica fundamentalmente servir o outro com todo o potencial e com todas as implicações inerentes a este serviço, durante o tempo que se chama “hoje”, ou seja, enquanto ainda se tem vida.

É com tal modo de vida que o cristão reproduz a mesma atitude de Cristo, que deu Sua vida por nós. É bem verdade que Cristo "deu a Sua vida" quando morreu por nós. No entanto, antes de mesmo de morrer, Ele “viveu” por nós! E foi exatamente neste "viver por nós" que Ele também se deu por nós. Assim, a vida é efetivamente dada por alguém enquanto se vive e não apenas no momento em que se morre por esse alguém!

O amor cristão, em sua acepção mais ampla, é, portanto, comprovado por uma dupla prova: Em primeiro lugar, o amor cristão foi comprovado quando Cristo deu Sua vida por nós. Em segundo lugar, este mesmo amor pode e deve ser comprovado quando nós damos a nossa vida pelos irmãos!
A. M. Cunha

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”
I João 3:16

domingo, 26 de maio de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 23


Uma sociedade pode muito bem ser representada e devidamente expressada por seu idioma. Nos tempos bíblicos, o mundo grego e seu idioma representavam a esfera social do conhecimento; o mundo romano e seu idioma, por sua vez, faziam alusão à esfera social do domínio bélico e político; e, por fim, o mundo hebraico e seu idioma correspondiam à esfera social da religiosidade. Pode-se dizer o seguinte, a respeito destas três esferas sociais: [1] A esfera social do conhecimento abrange a economia, a educação, a comunicação e as artes e entretenimento; [2] A esfera social do domínio bélico e político abrangem o governo e a família, e; [3] A esfera social da religião, por fim, abrange a igreja. O capítulo 23 do Evangelho Segundo Lucas contém um texto singular acerca da crucificação de Jesus Cristo: “Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: Este é o Rei Dos Judeus” [Lucas 23.38]. É possível observar que as três esferas sociais acima mencionadas estavam sendo representadas naqueles três idiomas nos quais foi escrita a epígrafe que estava sobre a cruz de Jesus Cristo. Assim, estes três idiomas, grego, romano e hebraico, parecem sugerir que o mundo inteiro, em todos os aspectos de sua manifestação social [As três esferas sociais: a esfera social do conhecimento, a esfera social do domínio bélico e político e a esfera social da religiosidade], a partir da cruz deve estar ciente de que Jesus Cristo é o Supremo, Poderoso e Absoluto Rei eterno! Foi exatamente em decorrência da cruz que Deus exaltou Cristo sobremaneira “e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” [Filipenses 2:9-11].
A. M. Cunha