“Cria
em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito”
Salmo
51:10-11
O
Senhor é o único capaz de nos oferecer esta íntima e dupla benção: “coração
puro” e “espírito inabalável”. Observe-se, porém, que o salmista reconhece que
nele não havia e, portanto, deveria ser “criado”, um “coração puro”. Por outro
lado, em sua súplica ele busca obter, não a criação, mas a “renovação” de um “espírito
inabalável”, o que sugere o reconhecimento de que, noutro tempo, ele já
possuíra tal disposição interior.
O
Novo Testamento faz alusão a essa “pureza de coração” com as seguintes
palavras: “Bem-aventurados os limpos de
coração, porque verão a Deus” [Mateus 5:8]. A pureza de coração, portanto,
relaciona-se com a comunhão com Deus. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais
tomamos consciência da nossa indignidade e do fato de que só nos é possível ter
comunhão com Ele por Sua inefável graça e grandiosa misericórdia!
O
“espírito inabalável” é tratado no Novo Testamento como uma alusão à
estabilidade desfrutada por todo aquele que verdadeiramente está em Cristo. A
estes, reserva-se o direito de permanecerem inabaláveis, mesmo após terem
enfrentado as adversidades do dia mau! As seguintes palavras do apóstolo Paulo
descrevem esta condição: “Portanto, tomai
toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de
terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” [Efésios 6:13].
Seja
uma coisa, “pureza de coração”, ou outra, “espírito inabalável”, nenhuma delas
se obtém sem a graça de Deus! Como somos dependentes do Senhor! Nossa boa
vontade e nossas boas intenções não são capazes de nos conceder tal bênção,
pois somente pela graça do Senhor podemos obtê-la! O salmista ora por tais bênçãos,
reconhecendo que somente o Senhor pode concedê-las! Por isso, é tão importante
orar. Ele expressa sua oração com os seguintes dizeres: “Cria em mim, ó Deus [...] renova dentro de mim”.
A.
M. Cunha