De acordo com Mateus 22:36-38, o grande mandamento da Lei Divina é
“amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e do todo
o teu entendimento.”
Quando olhamos para a nossa imperfeição e para a parcialidade de
nossos sentimentos, sentimos como se este mandamento nos acusasse
constantemente. Nossos sentimentos são parciais, eles expressam o que se pode
chamar de amar-receber. Amamos de acordo com o que recebemos.
Noutras vezes, amamos de acordo com a relação de experiência que
temos. A mãe tem uma profunda relação de experiência com o filho, pois o filho
provém das suas entranhas. A relação de experiência entre mãe e filho é tão
intensa que, não raro, detectamos uma mãe amar tão intensamente o filho, mesmo
que ele não lhe dê retorno algum.
Como é possível amar a Deus, de todo o coração, alma e
entendimento? Para muitos, Deus não passa de uma idéia, uma noção abstrata. Por
isso, muitos amam com mais facilidade aquilo que é concreto e palpável,
reservando para Deus a rasa possibilidade de apenas respeitá-lo ou temê-lo.
Deixemos de focar a nossa imperfeição e a parcialidade dos nossos
sentimentos e encaremos este mandamento com novo olhar. Um fascinante desafio
surge diante de nós: Seria o mandamento divino, tão somente um mandamento?
Destina-se o mandamento a criar, diante de nós, apenas uma atmosfera de
obediência?
Uma nova percepção se abre diante de nós. Deus não nos daria uma
ordem que não pudéssemos cumprir. Fazê-lo seria o mesmo que nos lançar diante
de uma implacável condenação. Poderia o criador ordenar algo que não pudéssemos
cumprir? Tal atitude não revelaria justiça de Sua parte. A Bíblia nos diz o
seguinte: “Compassivo e justo é o Senhor; o nosso Deus é misericordioso.”
(Salmo 116:5). Oh! A justiça de Deus se une com Sua compaixão e Sua
misericórdia! Sim, Deus é justo. De modo algum nos daria uma ordem que não
pudéssemos cumprir!
E é exatamente aqui que surge um novo foco diante de nós: O
mandamento de Deus não é apenas um mandamento. Nele encontramos uma promessa!
Sim! Todo mandamento é, por essência, uma promessa de que receberemos a ajuda
divina para o Seu cumprimento. Oh! Todo mandamento é uma preciosa promessa!
Nossa imperfeição e a parcialidade de nossos sentimentos perderão
a capacidade de incutir em nós medo e pavor diante dos mandamentos divinos. Com
este novo foco, cada mandamento será o sopro de uma esperança, pois sua revelação
vem carregada com a promessa de que somos capazes de cumpri-lo. Assim, diante
do mandamento divino constante em Mateus 22:36-38 surge em nós uma doce
esperança: Amaremos o Senhor de todo o coração, de toda a alma e de todo o
entendimento. Maravilhosa revelação divina!
A. M. Cunha
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