Comentário
Abraço
é uma palavra que carrega em si uma força especial. Ele pode significar uma
despedida, uma gratidão, um consolo, uma felicitação ou uma evidência de
perdão. Os seres humanos, quando praticam a ação de perdoar, aproximam-se dos
atos que, em sua essência, expressam aquilo que é divino.
Jacó
experimentou esse toque divino partindo de um ser humano. Um dos pontos
marcantes de sua história foi a fuga que ele empreendeu porque seu irmão
procurava matá-lo. O consolo de Esaú seria a morte de Jacó (Gênesis 27:42). Por
ordem divina o reencontro dos dois tornou-se fato inevitável, pois Deus disse a
Jacó: “levanta-te agora, sai
desta terra e volta para a terra de tua parentela” (Gênesis 31:13). O temor
dominou o coração de Jacó quando ele descobriu que não somente ele ia para
Esaú, mas Esaú vinha para ele. Assim nos diz a narrativa bíblica: “também ele vem de caminho para se
encontrar contigo, e quatrocentos homens com ele” (Gênesis 32:6). A reação
de Jacó foi assim descrita: “Então,
Jacó teve medo e se perturbou;” (Gênesis 32:7). Tal reação converteu-se na
seguinte oração: “Livra-me das
mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as
mães com os filhos” (Gênesis 32:11). O temor de Jacó não se concretizou, o
ódio carregado de peçonha mortal não se materializou. Ao contrário,“Esaú
correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e
choraram.” (Gênesis
33:4). A conduta de Esaú para com Jacó veio com o cheiro do que é divino. A
força do perdão dissipou todos os temores de Jacó com relação ao seu irmão.
Jacó ao final disse a Esaú: “vi o teu rosto como se tivesse
contemplado o semblante de Deus” (Gênesis 33:10). De fato, a prática do perdão
nos aproxima dos atos que, em sua essência, expressam aquilo que é divino. O
perdão pertence ao Senhor (Daniel 9:9) e sua prática adestra o coração dos
homens para temerem a Deus (Salmo 130:4).
Textos
conexos
“Então,
Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou;
e choraram.”
Gênesis 33:4
“E,
levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.”
Lucas 15:20
A. M.
Cunha
Gravura extraída de:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Return_of_the_Prodigal_Son_(Rembrandt).
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