“Saraiva” era o nome de
um dos personagens mais famosos de Francisco Milani. Este personagem foi
responsável pela divulgação do conhecido bordão cuja ideia central era
“tolerância zero”. O capítulo 13 do Evangelho Segundo Lucas apresenta a
parábola de certo homem que tinha uma figueira plantada na sua vinha. Este
homem – embora não pudesse ser comparado ao “Saraiva” de Francisco Milani, de
modo que não podia ser chamado de “tolerância zero” – bem que podia ser chamado
de “tolerância três”, pois três foi o número de anos em que ele, sem sucesso,
havia procurado fruto na figueira até decidir cortá-la [Lucas 13:6-7]. A
parábola apresenta ainda o viticultor, funcionário do dono da vinha, que,
movido por compaixão, suplicou ao dono da vinha que lhe concedesse mais um ano
de tratamento para figueira com as seguintes palavras: “Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe
ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la”
[Lucas 13:8-9]. A compaixão sempre se predispõe a conceder mais uma
oportunidade! Quando o que está em jogo é a frutificação espiritual na vida de
alguém, a filosofia da chamada “Tolerância zero” não pode dominar o nosso
coração. Ao contrário, deixemos que a compaixão venha reger a sinfonia de amor
e graça que deve transbordar em nossas atitudes!
A. M. Cunha
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