A paz tem origem em Deus, que é
seu autor e mantenedor. Aquele que confia em Deus e cujo propósito é firme será
conservado em paz. Mas não numa paz qualquer, mas na paz que, por ter sua
origem em Deus e ser por Ele mantida, é a perfeita paz! O vocábulo hebraico
traduzido por paz, שָׁלוֹם [shalom], aparece duas vezes no texto original.
A paz descrita neste verso é perfeita, portanto é shalom shalom. Vocábulos repetidos no hebraico eram um indicativo
de algo superior, importante, singular, como é o caso, por exemplo, de “Abraão,
Abrão”, em Gênesis 22:11, “Jacó, Jacó”, em Gênesis 46:2, “Moisés, Moisés”, em
Êxodo 3:4, ou “Samuel, Samuel”, em 1 Samuel 3:4.
Portanto, por estar num padrão
tão elevado, a paz aqui descrita é perfeita. O que significa dizer, como é o
que se entende de sua raiz no hebraico, que ela não se refere apenas à ausência
de guerra, mas aos seguintes significados: plenitude, saúde, bem estar, totalidade,
segurança, prosperidade, contentamento, tranquilidade, harmonia. Refere-se
ainda à amizade entre indivíduos e entre os indivíduos e Deus.
Esta é uma paz perfeita, pelos
seguintes motivos: Primeiramente, porque Deus, o autor e mantenedor desta paz,
é o “príncipe da paz” [Isaías 9:6]. Em outras palavras, Ele é o que se assenta
no trono da Paz. Em segundo lugar, porque o próprio Senhor é a Paz [Juízes 6:24].
A paz, portanto, não é um sentimento, ela é uma pessoa! A paz é o próprio
Senhor! Quando entendemos isto, um novo entendimento nos é concedido quando
lemos a Palavra de João 14:27, que diz: “Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize”. Que novo entendimento é este? O Senhor se
dá a si mesmo a nós! Oh! Esta é uma gloriosa revelação. Por isso se pode dizer
como o salmista: “Tu, Senhor, conservarás
em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”.
A.
M. Cunha
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