Salmo 36:1
O perfil daquilo que falamos é determinado por aquilo que habita em nosso coração. O salmista afirma que há no coração do ímpio uma voz interior denominada de “voz da transgressão”. Que terrível voz! O vocábulo hebraico פֶּשַׁע [peshaʿ], traduzido por transgressão, tem o sentido de rebelião, sendo usada, inclusive, para descrever um estado de guerra entre duas nações. Tal vocábulo, portanto, possui precisão cirúrgica ao descrever que o ímpio está em estado de rebelião contra Deus. Tal estado de rebelião anuncia que “não há temor de Deus” em seu coração! A “voz da transgressão”, conquanto seja inaudível, é poderosa o suficiente para reger as audíveis palavras proferidas pelo ímpio, pois “As palavras de sua boca são maldade e engano” [Salmo 36:3]. O que está no coração será infalivelmente expressado pelas palavras que os lábios proferem. O próprio Senhor declarou: “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” [Mateus 15:18-19].
A “voz da transgressão” domina o coração do ímpio, sendo, portanto, um “mau tesouro” que influenciará irremediavelmente as suas palavras. A esse respeito Jesus afirmou: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” [Lucas 6:45].
Cuidemos, portanto, de nosso
coração. O sábio disse: “Sobre tudo o que
se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
[Provérbios 4:23]. Sejamos zelosos quanto ao que falamos. Que seja nossa a
oração do salmista: “Põe guarda, Senhor,
à minha boca; vigia a porta dos meus lábios.” [Salmo 141:3]!
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