As
diretrizes abaixo decorrem da leitura efetuada no texto “O Processo de
Construção da Espiritualidade”, contido no capítulo 8 do livro “Ministério Cristão
e Espiritualidade”, de Durvalina Bezerra. De acordo com a autora, o que se
requer daquele que pretende conhecer-se a si mesmo é o “exame introspectivo,
não à luz da consciência moral, mas à luz de Deus”. Aqueles que desejam crescer
em sua espiritualidade não podem recusar-se a praticar tal exame. Ao contrário,
devem, pelo Espírito de Deus, aceitarem com coragem o desafio de se depararem
com a realidade de quem realmente são, não temendo o confronto que Deus deseja
promover com sua realidade interior.
1.
Procurarei perceber e compreender o que a Escritura diz sobre a consciência: A
Escritura menciona que a consciência, por vezes, pode ser má, o que requer a
purificação do coração (Hebreus 10:22). Outras vezes, a consciência é descrita
como sendo fraca, tornando-se vulnerável à contaminação, podendo ser facilmente
golpeada (Hebreus 8: 7 e 12). Por vezes, a consciência pode ser cauterizada, fazendo
com que a alma experimente manifestações de hipocrisia e mentira (I Timóteo
4:2). Mas o Espírito de Deus pode tornar a consciência boa de modo que alma
possa andar diante de Deus (Atos 23:1), percorrer os caminhos do amor (I
Timóteo 1:5) e manter-se firme na fé (I Timóteo 1:19). A boa consciência faz
com que a alma deseje viver condignamente (Hebreus 13:18) e esteja preparada para
responder com mansidão a todos os que perguntam sobre a razão da esperança que
possui (I Pedro 3:15-17). A boa consciência é, também, um chamamento para que
alma anele pelo batismo nas águas (I Pedro 3:21). A consciência é ainda descrita como
limpa, o que a faz conservar o mistério da fé (I Timóteo 3:9). Por fim, a
consciência pode ser pura, por expressar uma conduta exemplar diante de Deus e
dos homens (Atos 24:16) e por conduzir a alma a servir a Deus e a envolver-se
fielmente na incessante oração pelo povo de Deus (II Timóteo 1:3).
2.
Procurarei avaliar as inclinações de minha alma de modo que consiga progredir
quanto à minha percepção das atitudes pecaminosas (Evolução da percepção
subsequente, para a concomitante e desta para a antecedente). Explico: Não
quero permanecer insensível quanto a condutas que desagradam a Deus, ainda que
somente venha a percebê-las depois de cometê-las, é o que eu chamo de
subsequente. Que o Espírito de Deus me ajude nesta tarefa! Não desejo, porém, satisfazer-me
apenas em desfrutar de percepções subsequentes, quero manter-me sensível aos
impulsos de entristecimento do Espírito de Deus tão logo eu O desagrade, é o
que eu chamo de concomitante. Mas, também, não desejo satisfazer-me apenas com tais
percepções concomitantes. Quero, pelo Espírito Santo e para Sua glória, avançar,
até que seja amadurecido por Deus a ponto de manter-me sensível aos impulsos do
Seu Espírito assim que me aproxime de situações em que esteja a ponto de praticar condutas
que venham a desagradá-lo, é o que eu chamo de antecedente. Não quero, porém,
achar-me legalista, mas desejo que tais coisas aconteçam na liberdade do
Espírito Santo, à luz da Escritura e daquilo que ela compreende a respeito da
consciência humana.
3.
Procurarei fazer da oração o veículo de conexão com Deus, onde serei, a um só
tempo, investigado e investigador de mim mesmo, por obra e graça do Espírito
Santo.
4. Sabendo
que não posso e não conseguirei fazer isso sozinho, procurarei, na direção do
Espírito, encontrar parceiros de jornada espiritual que, em amor e por direção
do Espírito Santo, emitam suas opiniões sobre mim e avaliem, à luz das
Escrituras, as minhas condutas, desenvolvendo legítimo pastoreio sobre a minha
alma.
A. M.
Cunha
Gravura
extraída de http://horizongate.org/2013/06/04/inspiration-1-of-3-stages/
2 comentários:
Muito bom resumo. Entendo perfeitamento que a jornada rumo a uma espiritualidade verdadeira exige de nós uma mudança no paradigma de que somos autosuficientes, também nos leva a repensar o fundamento da missão de apresentar Jesus a todas as pessoas e nos faz aceitar e desejar a companhia de outros irmãos para a tarefa que nos é cabida.
Muito bom!
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