“Porque, no
tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;”
Romanos 7:22
Em sua Segunda
Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo afirmou o seguinte: “mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem
interior se renova de dia em dia” [2 Coríntios 4:16].
De acordo com
Efésios 3:16, é no homem interior que as narrativas da espiritualidade humana
efetivamente acontecem. Tais narrativas, de acordo com 2 Coríntios 4:16, podem
ser classificadas como “renovação espiritual”. Por outro lado, conforme 2
Coríntios 4:16, é no homem exterior que as narrativas da carnalidade humana,
classificadas como “corrupção espiritual”, são manifestadas em sua maior
intensidade.
O vocábulo grego ἀνακαινόω [anakainoo], traduzido como “se renova”
em 2 Coríntios 4:16, significa ser mudado para um novo tipo de vida oposto ao
estado corrupto anterior. Noutro giro, o vocábulo grego διαφθείρω [diaphtheiro], traduzido como “se
corrompa”, assume a acepção de mudar para pior, destruir e arruinar.
O prazer na lei de
Deus é uma faculdade inerente ao “homem interior”, descrito como sendo a sede
onde se dão as narrativas da espiritualidade humana. Por outro lado, o texto torna
implícita a realidade de que o desprazer – em outras palavras a indiferença –,
para com a lei de Deus é uma lamentável narrativa de sucessivos fracassos
espirituais que ocorrem por conta da carnalidade humana.
O texto de Romanos
7:22 é um sopro de esperança, cuja voz anuncia que é no homem interior que a
alma humana, conduzida pelo prazer na lei de Deus, encontra o ambiente propício
para experimentar, do lado de cá da eternidade, o grau máximo de sua nutrição
espiritual.
A. M. Cunha
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