Fazer perguntas pode ser
tido como, a um só tempo, uma prática para aquisição de conhecimento ou uma
cruel e mórbida prática para derrotar os oponentes. Quem pergunta para aprender
revela nos seus questionamentos o tesouro de humildade que habita em seu
coração. Quem, por outro lado, pergunta para derrotar seu oponente, com o
propósito específico de humilhá-lo, revela quão amargo e cruel está o seu
coração.
O capítulo 20 do
Evangelho de Lucas apresenta o episódio onde um grupo de sacerdotes e escribas
perguntou a Jesus: “Dize-nos: com que
autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu esta autoridade?” [Lucas 20.2].
Jesus estava dentro da casa religiosa dos sacerdotes e escribas, o templo de
Jerusalém, quando Lhe fizeram esta pergunta [Lucas 20.1]! O contexto nos dá
conta de que o propósito destes questionamentos não era a obtenção de
conhecimento, mas uma mórbida tentativa de criar embaraços no caminho de Jesus.
Aqueles que o
questionavam esqueceram-se de que Sua autoridade já era reconhecida em Israel,
pois muitos “se maravilhavam da sua
doutrina, porque a sua palavra era com autoridade” [Lucas 4.32]. O
próprio Jesus, por exemplo, já havia demonstrado Sua autoridade curando um
paralítico em Cafarnaum [Lucas 5.24].
Jesus, porém, não
respondeu aos sacerdotes e escribas sobre a origem da Sua autoridade. Eles, conquanto
estivessem familiarizados com o templo judaico e seus múltiplos rituais, foram
incapazes de construir uma jornada de intimidade com o Messias divino. Nós, discípulos
de Cristo, no entanto, conhecemos a origem da autoridade que Ele possui, pois,
pela graça e mediante a fé, fomos incluídos nos profundos e aconchegantes
cômodos de intimidade com o Divino Mestre. Dele ouvimos as seguintes palavras: “Toda a autoridade me foi dada no
céu e na terra” [Mateus 28.18].
A. M. Cunha
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