“Ele
nasceu de novo”, essa é uma frase que comumente se ouve quando alguém escapa de
uma situação com risco de morte! Esse “não morrer por pouco” é tido por muitos
como um “nascer de novo”. O capítulo 11 do Evangelho Segundo João narra a
história da ressurreição de Lázaro. Neste sentido, pode-se afirmar que Lázaro
era um recém-nascido. De acordo com esta linha de pensamento, podemos analisar a
ressurreição de Lázaro, não apenas como um fato histórico, mas também como uma
figura do novo nascimento. O “novo nascimento” é biblicamente compreendido como
sair da morte para a vida. Por isso o apóstolo Paulo afirma: “Ele vos deu vida, estando
vós mortos nos vossos delitos e pecados” [Efésios 2.1].
Não
se tem notícias de nenhum recém-nascido que, para chegar à fase adulta, não
tenha tido necessidade dos cuidados de um adulto. Muito provavelmente o
recém-nascido é o melhor exemplo de alguém que necessita de cuidados para
sobrevir. Espiritualmente falando, a vida espiritual tem o seu início com o “novo
nascimento”. Aquele que espiritualmente é recém-nascido também necessita dos
cuidados dos outros para sobreviver. O evangelista João assim descreve o exato
momento em que Lázaro ressuscitou: “Saiu
aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o
rosto envolto num lenço” [João 11.44]. A expressão “tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num
lenço” demonstra que Lázaro, tão logo ressuscitou, já necessitava de
cuidados especiais, pois ele com os pés atados não poderia praticar, com total
liberdade de movimentos, o seu “novo” andar, com as mãos atadas, não poderia praticar,
com excelência de desempenho, suas “novas” ações e, por fim, com o rosto
envolto num lenço, não poderia exercitar, com total amplitude de percepção, sua
“nova” visão. Foi exatamente por isso que Jesus ordenou: “Desatai-o e deixai-o ir” [João 11.44]. Esta ordem é uma importante
figura do discipulado cristão, que confere àquele que nasceu de novo as
condições necessárias para praticar seu novo andar, dedicar-se à prática de novas
ações e exercitar sua nova visão!
A.
M. Cunha
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