Ultimamente se tem percebido, e com certa frequência, o acirramento do que se pode chamar
de “abandono senil”. Em vários
espaços sociais, inclusive no ambiente eclesiástico, os idosos estão sendo insensivelmente
esquecidos, emocionalmente abandonados e espiritualmente desalojados. Uma cruel
e dilacerante amnésia quanto à contribuição deles para com a vida de todos parece
tomar conta de muitos. O envelhecimento é um pedacinho de todos nós! Portanto,
se as coisas continuarem assim, essa cultura de “abandono senil” nós engolirá a todos, tornando-nos insensíveis
para com os obstáculos próprios da senilidade e transformando-nos numa
sociedade irremediavelmente culpada por aniquilar a esperança da jornada
daquele que muito viveu e ainda muito pode viver! Pela cultura do “abandono senil”, não apenas se tem
abandonado quem é idoso, mas se tem construído uma cultura que, com requintes
de crueldade e insensibilidade, abandonará aquele que hoje abandona!
A. M. Cunha
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