A Bíblia não nos deixou no escuro
quanto às características sociais dos tempos do fim. O apóstolo Paulo, numa
profunda, acurada e realista percepção profética anunciou que “nos últimos dias [...] os homens serão egoístas, avarentos,
jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos,
irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si,
cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos
prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o
poder” [2 Timóteo 3:1-5].
O profeta Habacuque séculos
antes havia dito: “Pois a terra se
encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”
[Habacuque 2:14]. Os ambientes caracterizados pela oração e pela fiel
obediência aos ritmos de adoração estabelecidos por Deus são profundamente visitados
pela presença do Glória do Senhor! É isto o que constatamos quando lemos 2
Crônicas 7:1, que no diz: “Tendo Salomão
acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e
a glória do Senhor encheu a casa”. No entanto, a profecia de Habacuque não
faz referência apenas a tais ambientes, pois o profeta diz: “a terra se encherá [...] da glória do Senhor”!
Quando nossos olhos se voltam
para a profecia do apóstolo Paulo, conforme registrada em 2 Timóteo 3:1-5,
surge diante de nós os seguintes questionamentos: Onde está a Glória do Senhor
no ambiente repleto de egoísmo, avareza, jactância, arrogância, blasfêmia,
desobediência, ingratidão, irreverência, calúnia, intemperança, crueldade,
traição, atrevimento, pedantismo? Como é possível vê-la onde não se vê afeição,
limites e prática do bem? Como ela pode se tornar perceptível quando tudo o que
se vê é hedonismo, inimizade contra Deus e falsa piedade?
Porém, a Glória do Senhor possui
uma dupla manifestação. É possível vê-la como manifestação de Graça e
Misericórdia e é possível contemplá-la como manifestação do juízo divino. O
profeta Isaías mencionou essa dupla manifestação do Glória do Senhor fazendo
referência ao “ano aceitável do Senhor e
o dia da vingança do nosso Deus” [Isaías 61:2]. O ano aceitável do Senhor é
uma descrição da Glória do Senhor como uma manifestação de Graça e Misericórdia.
O dia da vingança do nosso Deus, por outro lado, é uma descrição da Glória do
Senhor como uma manifestação do juízo divino.
O ápice terreno da manifestação
da Glória do Senhor ocorrerá quando todo joelho, nos céus, na terra e debaixo
da terra se dobrarem diante do nome de Jesus Cristo e toda língua confessar que
Ele é Senhor, para glória de Deus Pai [Filipenses 2:10-11]. Nesse dia a Glória
de Deus será manifestada como Graça e Misericórdia para os que creem e como
juízo divino para os que não creem, de modo que “a terra se encherá [...] da
glória do Senhor”!
A.
M. Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário