A brisa do Salmo 23 continua a soprar e a
tanger para longe os meus temores e a embebecer minha alma com a doçura do divino
amor! Neste momento deparo-me com o versículo 5, cujo conteúdo e sentido
explodiu em meu coração com a impactante ternura do divino amor que se revela
tão próximo, a ponto de sentir-me abraçado pelo Pai Celestial! Contemplar as
palavras deste Salmo é como contemplar o semblante de Deus!
Eis a doçura destilada por este versículo:
“Preparas-me uma mesa
na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice
transborda.”
Salmo 23:5
Muitos podem até pensar que as palavras
“Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários” são uma declaração
triunfalista sobre os inimigos, daquele tipo que salta de alegria ao vislumbrar
a ruína dos adversários. Nada pode estar mais longe da verdade! Não, não é
disto que se trata aqui! Este Salmo destila doçura! Ele “não se ressente do
mal”, ele “não se alegra com a injustiça” (I Coríntios 13:5-6). Sim, não é
típico do amor o ressentimento do mal e não lhe é peculiar alegrar-se com a
injustiça. Ao contrário, é disto que trata este Salmo: do amor, do divino amor!
Este Salmo é uma veemente resposta à indagação
que se encontra no Salmo 78:19, cuja origem está no coração dos que falam
contra Deus. A indagação é a seguinte: “Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no
deserto?” A doçura da brisa contida neste Salmo experimenta uma breve pausa,
para que um vigoroso “sim” ecoe por entre a brisa, fazendo surgir uma veemente
declaração de que o pastor do Salmo pode preparar uma mesa para as Suas
ovelhas, mesmo “na presença dos adversários”! Isto significa que a afronta das
adversidades, e a agonia por ela produzida, não detém o poder de retirar das
ovelhas do pastor divino a capacidade de desfrutarem de uma mesa de refrigério
e quietude que o pastor do Salmo constrói para as Suas ovelhas no meio da
provação e da afronta.
Não é um ato de vingança divina ou de desforra
das ovelhas, mas de uma terna demonstração do poder do divino pastor que, mesmo
diante dos adversários, revela que a maior necessidade das ovelhas não é de
vingança, mas de alimento. As afrontas que suportamos constituem uma declaração
de que ainda resta um banquete disponível para o povo de Deus! Com tanto amor
sendo destilado dos céus, a ovelha pode declarar com divina segurança: “o meu
cálice transborda.”
Bom desfrute a todos.
Em Cristo.
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