O salmista, que se manteve passivo durante todo
o Salmo 23, agora, no versículo 6, tendo o coração dilatado pelo divino amor,
mostra sinais de uma ativa conduta em sua jornada ao lado do pastor divino. O
amor destilado neste Salmo transborda na vida do salmista concedendo-lhe duas
importantes perspectivas para sua peregrinação nesta terra: 1) a prática da
bondade e da misericórdia; e 2) uma firme resolução de habitar na Casa do
Senhor. Esta dupla perspectiva, fruto do divino apascentar, é o despertar de
uma conduta prática na vida da ovelha.
“Bondade e misericórdia
certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor
para todo o sempre.”
Salmo 23:6
A primeira perspectiva da jornada do salmista é
a “prática da bondade e da misericórdia”:
O salmista anuncia que a “bondade e a
misericórdia” certamente o seguirão. Não se fala aqui do salmista como
destinatário da “bondade e da misericórdia”, mas como alguém, cuja peregrinação
neste mundo deixará um rastro de “bondade e misericórdia”. Sim, o salmista,
após desfrutar da doçura do divino apascentar, tem a sua alma inundada pela
convicção de que ele mesmo praticará a “bondade e a misericórdia”. Nesta
perspectiva, o salmista se dispõe a obedecer a ordem do Senhor anunciada pelo
profeta Zacarias que assim fez ecoar a sua voz: “Executai juízo verdadeiro,
mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão” (Zacarias 7:9).
A segunda perspectiva da jornada do salmista é
a firme resolução de habitar na Casa do Senhor para sempre:
O salmista declara: “habitarei na Casa do Senhor
para todo o sempre.” De acordo com o Salmo 27:4, este habitar
decorre de um pedido e de uma busca. O Salmo 27:4 registra a seguinte fala do
salmista: “Uma coisa peço (pedido) ao Senhor, e a buscarei (busca): que eu
possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida”. Observe que não existe
passividade aqui; ao contrário, o salmista, numa conduta marcantemente prática,
“pede” e “busca” habitar na Casa do Senhor. O ato de “pedir” aponta para a
existência de oração, e o ato de “buscar” aponta para a existência de um
conjunto de atitudes práticas que se harmonizam com a oração.
O divino apascentar é um indicador de caminhos
para a frágil ovelha que, de tanto ser amada e cuidada com a bondade e a misericórdia
do divino pastor, sente-se encorajada a imitá-Lo, fazendo de sua própria
peregrinação um rastro de “bondade e misericórdia”. Sua alma é fortemente
dominada pelo desejo de habitar na Casa do Senhor, pois esta habitação é
expressão de um singular desejo de inunda o seu coração: Estar, tanto quanto
possível, perto do Senhor, para dEle continuar aprendendo os segredos de uma
peregrinação que reproduza o Seu divino apascentar.
Bom desfrute a todos.
Em Cristo.
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