A
Escritura percorre surpreendentes caminhos quando menciona o relacionamento da
igreja [conjunto dos filhos de Deus] com o Espírito Santo. O texto de
Apocalipse 22:17 é, neste particular, profundamente revelador, quanto ao que se
pode chamar de “oração em parceria com o
Espírito Santo”!
Em primeiro
lugar ele menciona a oração como fruto de uma parceria que existe entre os
discípulos de Cristo, ali definidos como “noiva” e o Espírito Santo. A súplica
de ambos é pela vinda do Senhor Jesus Cristo, pois eles dizem “Vem!”. A
resposta do noivo, Jesus Cristo, é imediata: “Certamente, venho sem demora.” [Apocalipse 22:20]. Esta parceria na oração é
claramente anunciada pela Escritura quando afirma: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos
inexprimíveis.” (Romanos 8:26).
Em
segundo lugar, percebemos o caráter inclusivo desta oração em parceria
com o Espírito Santo, pois este tipo de oração estimula os outros a orarem no
mesmo sentido. Observe que, além do Espírito Santo e da noiva que estão em
oração, o texto deixa evidente que também existem aqueles que ouvem a oração,
por isso se diz: “Aquele que ouve, diga: Vem!” [Apocalipse 22:17]. Vemos
aqui uma oração que não tem por propósito ficar restrita a um círculo fechado
de pessoas, mas que deseja expandir-se para alcançar toda a comunidade cristã.
Os dias da igreja primitiva eram assim caracterizados: “Todos estes
perseveravam unânimes em oração” [Atos 1:14] e “Ouvindo isto, unânimes,
levantaram a voz a Deus” [Atos 4:24]. A oração em parceria com o Espírito Santo
é inclusiva, pois se expande para a coletividade, de modo a incluir todos
aqueles que, pela graça de Cristo, acham-se reunidos em nome do Senhor.
Em terceiro
lugar, a oração em parceria com o Espírito Santo não é apenas um chamamento
para que outros filhos de Deus clamem, mas é um chamado para que os sedentos
venham participar da reunião daqueles que clamam. A oração no Espírito faz com
que o sedento identifique a sua sede, e não apenas isso, mas descubra o lugar onde
pode poderá dessedentar-se, por isso o texto nos diz: “e quem quiser receba de graça a água da vida” [Apocalipse 22:17]. A
oração no Espírito pode transformar os que estão longe em peregrinos que
caminham ao encontro do Senhor. Estes que estão longe, em decorrência da oração
em parceria com o Espírito Santo, podem vir ao Senhor.
Em quarto
lugar, a oração em parceria com o Espírito Santo possui a capacidade de
imiscuir-se no âmago da alma daquele que tem sede, e despertar-lhe a desejo de
receber de “graça a água da vida” [Apocalipse 22:17]. O homem em seu
natural estado não pode penetrar na individualidade das pessoas, mas quando
este mesmo homem encontra-se investido da oração em parceria com o Espírito
Santo, suas orações tornam o interior das pessoas vulnerável ao Espírito de
Deus. Tal graça é por demais poderosa para fazer germinar no íntimo destas
pessoas a vontade de receber a “água da vida”.
A
dinâmica da oração em parceria com o Espírito Santo agrega à reunião dos filhos
de Deus, não apenas novos filhos, mas o desejo pelo retorno de Cristo Jesus, de
modo que se pode ouvir entre os filhos de Deus: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” [Apocalipse 22:20].
A. M. Cunha
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