A
pergunta: “Onde estás?” (3:9), juntamente com a pergunta “Onde está Abel, teu
irmão?” (4:9) formam a síntese da ação humana na terra e suas inevitáveis
consequências.
A
primeira pergunta, “Onde estás?”, é a imediata resposta divina ao comportamento
humano que, por ato de deliberada e consciente independência, enveredou-se
pelos caminhos da desobediência. A inevitável consequência foi a separação
entre o homem e Deus. A pergunta “Onde estás?” é o angustiante diagnóstico de
que a comunhão, outrora amável e graciosamente instituída entre Deus e o homem,
fora cruel e drasticamente interrompida. Essa pergunta divina é, a um só tempo,
um cruel diagnóstico acerca da situação humana e uma vigorosa declaração de que
Deus continua tomando as iniciativas de se manter em comunhão com a humanidade!
A segunda
pergunta, “Onde está Abel, teu irmão?”, é, igualmente, a imediata resposta
divina ao comportamento humano que, inevitavelmente, estende os efeitos da sua
desobediência, voltando-se, não apenas contra Deus, mas contra o seu
semelhante. A pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” é o terrível diagnóstico de
que a comunhão que outrora existia entre o homem e o seu semelhante fora
seriamente afetada. De igual modo, a segunda pergunta é, a um só tempo, o
nefasto diagnóstico acerca do relacionamento entre o homem e seu semelhante e,
poderosamente, uma centelha de esperança quanto ao fato de que Deus continua
inclinando Sua vontade para ver a comunhão entre os humanos restabelecida.
Há uma
impressionante conexão entre essas duas perguntas e os “Dois Grandes
Mandamentos” descritos em Mateus 22:36-40, a saber, “Amar a Deus” e “Amar o próximo”.
A pergunta “Onde estás?” revela a necessidade de amar a Deus, ao passo que a
pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” aponta para a necessidade de amar o
próximo. Portanto, no cumprimento do propósito divino, o homem deve amar a Deus
e ao próximo. As perguntas contidas em Gênesis 3:9 e 4:9 demonstram que Deus
sempre toma a iniciativa em ver o mandamento do amor efetivamente praticado
entre nós. Afinal, como nos diz o Apóstolo João, “Nós amamos porque ele nos
amou primeiro” [1 João 4:19].
A.
M. Cunha
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