Existem,
pelo menos, quatro relatos distintos que descrevem diferentes situações em
relação às quais a Escritura diz que Pedro “levantou-se”.
[1]
A primeira delas, contida em Lucas 24:12, registra que, logo após a ressurreição
de Cristo, Pedro levantou-se para ir ao sepulcro e conferir a anunciada
ressurreição. Este “primeiro levantar-se”
de Pedro relaciona-se com a fé, pois, como diz a Escritura, “se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé”
[1 Coríntios 15:17].
[2]
A segunda delas, conforme Atos 1:15-26, ocorreu quando os discípulos estavam no
cenáculo, reunidos em oração. Naquela ocasião, Pedro levantou-se no meio dos
irmãos para apontar, diante de todos os discípulos, a necessidade de se cumprir
a Escritura no que se refere à escolha do sucessor de Judas. Este “segundo levantar-se” de Pedro
relaciona-se com a Palavra de Deus, pois sua atitude foi fundamental para
reconhecer que a Palavra de Deus deve prevalecer e o homem deve realizar tudo o
que está em suas mãos para submeter-se ao senhorio das Escrituras.
[3]
Logo após o pentecostes, Pedro, interpretando a história no que se refere ao
cumprimento da profecia do profeta Joel que acontecia diante dos seus olhos, levantou-se
para anunciar o evangelho de Cristo com autoridade e ousadia, de modo que quase
três mil pessoas converteram-se a Cristo, conforme Atos 2:14-41. Este “terceiro levantar-se” de Pedro
relaciona-se com a evangelização, pois foi naquele momento que Pedro, interpretando
a história que se desenrolava diante de todos, discerniu que a maior
necessidade daquelas pessoas era de salvação.
[4]
Por fim, Pedro levantou-se para acompanhar dois estranhos que lhe haviam sido
enviados pelo centurião Cornélio que desejava que Pedro lhe anunciasse a
Palavra de Deus, conforme Atos 10:23. Pedro, acompanhando aqueles estranhos, partiu para Cesaréia. O
apóstolo começou a anunciar-lhes a Palavra de Deus e enquanto “falava estas coisas caiu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra” [Atos 10:44]. Este “quarto levantar-se” de Pedro
relaciona-se com o alargamento da visão, pois o Evangelho não é uma exclusividade
de um grupo específico de pessoas, mas de todos quantos o Senhor chamar, mesmo
aqueles que aos nossos olhos são indignos dele.
A.
M. Cunha
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