quinta-feira, 1 de agosto de 2013

MÚTUA ADMOESTAÇÃO

“E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.”
Romanos 15:14

A Escritura claramente prescreve a necessidade de que os membros do Corpo de Cristo pratiquem a mútua admoestação. O critério eleito pela Escritura para esta aptidão é o seguinte: o discípulo de Cristo apto para admoestar deve ser “possuído de bondade” e “cheio de todo conhecimento”. Assim, o limite da admoestação é a bondade e o conhecimento. Não se deve promover admoestação se o coração não estiver motivado pela bondade, bem como, não se deve promovê-la além do conhecimento obtido, por uma dupla razão:

1) A admoestação sem bondade promoverá o surgimento de feridas e rupturas na comunhão cristã; e
2) A admoestação não será eficaz se for promovida sem o devido conhecimento.

Quanto ao limite da admoestação pelo conhecimento obtido, nunca é demais lembrar que a Escritura apresenta a busca do conhecimento de Deus como uma atividade contínua do discípulo de Cristo (Colossenses 1:10).

“Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;”
Colossenses 1:9-10

A busca pelo conhecimento é também uma busca pela verdade, de modo que pode deve ser considerada por todo discípulo de Cristo como uma expressão da vontade de Deus, conforme podemos observar em I Timóteo 2:3-4.

“Deus, nosso Salvador (...) deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”
I Timóteo 2:3-4

A Escritura ordena que cresçamos no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, ao ordenar ao povo de Deus o seguinte: “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, conforme II Pedro 3:18.

Assim, a ausência de conhecimento não pode servir de desculpa para não promovermos a admoestação bíblica, pois o discípulo de Cristo é chamado a crescer no conhecimento. Portanto, o cristão não pode ser relapso na busca do conhecimento, caso contrário, não adquirirá a aptidão para admoestar e prejudicará o Corpo de Cristo.

O próprio apóstolo aplicava em sua vida estes dois limites; senão vejamos:

1) Paulo promovia sua admoestação a partir do conhecimento que obteve ao longo de sua jornada espiritual. É isto o que entendemos da leitura de Romanos 15:18, que nos diz o seguinte: “não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio”; e
2) Paulo promovia sua admoestação a partir de um coração cheio de bondade. É o que vemos em Romanos 15:1, quando Paulo afirma que “nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.”

O que é isto, senão a expressão de um coração cheio de bondade? Por fim, devemos alertar que tais limites não devem ser observados apenas por aquele que admoesta, mas também por aquele que recebe a admoestação.

Desta forma, a recusa em receber uma admoestação pode revelar a existência de um duplo problema na vida do discípulo de Cristo: 1) Ausência do domínio da bondade; e 2) Ausência de conhecimento.


Um coração bondoso e cheio de conhecimento está apto para receber a admoestação. É por isso que o apóstolo Paulo utiliza a expressão “uns aos outros”. A admoestação não deve apenas ser oferecida, ela deve ser recebida. Os limites são os mesmos (Estar “possuído de bondade" e "cheio de todo conhecimento”): seja para oferecê-la, seja para recebê-la.