sábado, 6 de fevereiro de 2021

A GRATIDÃO É LIBERTADORA, ELA HUMANIZA QUEM A ELA RECORRE


 “E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”

Lucas 17:11-19

Ao ler o que li, deparei-me com dez humanos, mas só um era humano. Os outros, desumanos! O fiel da balança que os distinguia era a gratidão! Eram iguais na patologia, mas se distinguiram na gratidão! Foram iguais na busca, pois os dez buscaram O Cristo! Foram iguais na reverência, pois os dez ficaram de longe! Foram iguais no grito, pois os dez gritaram! Foram iguais no desejo, pois os dez desejavam misericórdia! Foram iguais ao serem vistos, pois os dez foram vistos por Cristo! Foram iguais quanto aos que ouviram, pois aos dez foi que Cristo falou: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes! Foram iguais na obediência imediata, pois os dez começaram a ir aos sacerdotes! Foram iguais na cura, pois os dez foram curados! A igualdade, porém, interrompeu sua trajetória aqui! Aqui começou a desigualdade! Aqui começou a distinção! Os dez humanos foram curados, mas apenas um deles, o verdadeiro humano, o que se recusou a ser desumano, foi distinto o suficiente para retornar a Cristo! Ele foi distinto porque voltou! Foi distinto porque glorificou a Deus em alta voz! Foi distinto porque se prostrou com o rosto em terra aos pés de Cristo! Foi distinto porque agradeceu! Era distinto na raça, pois era samaritano! Era ainda mais distinto na alma! Era distinto porque, diferentemente dos desumanos, recebeu a dádiva de ouvir Cristo, não apenas uma vez, como foi no ato da cura, mas recebeu a benesse de ter um profundo e adicional diálogo com o doador da cura! O diálogo após a cura é mais intenso que o diálogo antes da cura, pois a cura não é apenas um convite para se libertar da patologia, mas uma ardorosa convocação para uma intimidade com o Cristo que cura. Aquele que era leproso, que era igual, mas que se distinguiu, tornou-se humano porque a gratidão o humanizou. Nas palavras finais do diálogo com Cristo ouviu-se a veemente realidade de que a gratidão é, na verdade, o grito da fé. Ao ver a gratidão do humano que não se desumanizou, Cristo afirmou: “a tua fé te salvou”! A gratidão é libertadora, é um gesto de humanidade. Quem a ela recorre não se desumanizará!

A. M. Cunha