sábado, 20 de abril de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 12


O maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina é a São Paulo Fashion Week – SPFW. No entanto, a mais bela de todas as vestimentas jamais fora utilizada por alguma modelo que tenha percorrido as passarelas da SPFW. O capítulo 12 do Evangelho Segundo Lucas afirma que “nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer” um dos lírios do campo [Lucas 12:27]. A mais bela das vestimentas que tenha tido espaço da SPFW não pode ser comparada com a mais simples das vestimentas utilizadas pelos lírios do campo. Quem disse isso não foi um dos maiores estilistas da modernidade, mas Jesus Cristo, Aquele que fia e tece para os lírios suas mais extraordinárias vestimentas! Não queremos com isso desmerecer a beleza das vestimentas que tenham percorrido as passarelas da SPFW, mas enaltecermos Aquele que, em matéria de vestimentas, foi quem primeiro confeccionou a vestimenta capaz de cobrir, a um só tempo, tanto a nudez do corpo, como a nudez da alma. É a respeito da humanidade, envergonhada de sua nudez e fugitiva por causa do pecado, que a Escritura diz: “Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” [Gênesis 3:21]. Se é bela a vestimenta usada pelos lírios do campo, quão incomparavelmente mais bela é a vestimenta que cobre a nudez da alma humana! Salomão em toda a sua glória utilizava extraordinárias vestimentas que embelezavam sua realeza. Cristo, por outro lado, suportando a vergonha da cruz e movido por um imensurável amor pela humanidade, despiu-se a Si mesmo de toda Sua glória e majestade para então, e somente então, cobrir, com as vestimentas do Seu infinito amor, a nudez que a alma humana suportava desde que voluntariamente mergulhou nas nefastas águas do pecado!
A. M. Cunha

sexta-feira, 19 de abril de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 11

Todo homem nasce vocacionado ao aprendizado. Feliz é aquele que suplanta os obstáculos que surgem no caminho de todo aquele que deseja aprender! Felizes aqueles que, uma vez cônscios de que sua biografia existencial precisa trilhar os caminhos do aprendizado, vibrantemente clamam por alguém que os ensine! O capítulo 11 do Evangelho Segundo Lucas mostra-nos aquele que, tendo sido anonimamente descrito como “um dos [...] discípulos” de Jesus, abriu os seus lábios para clamar, não apenas para si, mas para todos os seguidores de Cristo: “Senhor, ensina-nos a orar” [Lucas 11:1]. O aprendiz necessita de uma inspiração, um mentor que lhe desperte o desejo de aprender. Com aquele discípulo não foi diferente, pois seu desejo de aprender a orar foi despertado, seguramente, após ter presenciado que “estava Jesus orando em certo lugar” [Lucas 11:1]. Qual foi a oração de Jesus naquele momento? Que palavras Ele usou? Que súplicas Ele apresentou ao Pai? Não sabemos ao certo! Algo, porém, se pode concluir: o convívio de Jesus com os Seus discípulos era um dínamo que despertava neles o desejo de aprender a praticar as mais significativas disciplinas que devem nortear a vida espiritual de qualquer discípulo de Cristo! Oremos persistentemente para que sigamos os passos do divino mestre e nos tornemos como que catalizadores que despertam nos outros o desejo de aprenderem os caminhos para uma vida espiritual mais significativa e relevante!
A. M. Cunha

quarta-feira, 17 de abril de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 10


O capítulo 10 do Evangelho Segundo Lucas reserva-nos a extraordinária narrativa conhecida como “A Parábola do Bom Samaritano”, contada por Jesus como forma de ilustrar o mandamento “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” [Lucas 10:27]. Jesus é o supremo exemplo de como amar o próximo. Mas esta parábola parece ir além, sendo também uma representação da humanidade que, tendo-se perdido em sua caminhada, foi alcançada por salteadores que lhe roubaram tudo, causaram-lhe muitos ferimentos e, ao fim, deixaram-na semimorta à margem do caminho [Lucas 10:30]! A humanidade assim perdida, não pode achar-se a si mesma, nem mesmo ser achada por egoístas representantes da religiosidade. O único escape possível para a humanidade mortalmente ferida em seu estado de pecaminosidade, não é achar-se a si mesma, pois isso lhe é impossível, mas ser achada pelo “Samaritano Celestial: Jesus Cristo”, que, movido por compaixão, restitui a vida àquele que foi roubado, ferido e abandonado à margem do caminho! Esta, sem dúvida, foi, é e sempre será a maior prova de amor para com o próximo. Deus amou o próximo primeiro: sigamos os Seus passos!
A. M. Cunha

segunda-feira, 15 de abril de 2019

O HOMEM INTERIOR E SEU PRAZER NA LEI DE DEUS

“Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;”
Romanos 7:22

Em sua Segunda Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo afirmou o seguinte: “mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” [2 Coríntios 4:16].

De acordo com Efésios 3:16, é no homem interior que as narrativas da espiritualidade humana efetivamente acontecem. Tais narrativas, de acordo com 2 Coríntios 4:16, podem ser classificadas como “renovação espiritual”. Por outro lado, conforme 2 Coríntios 4:16, é no homem exterior que as narrativas da carnalidade humana, classificadas como “corrupção espiritual”, são manifestadas em sua maior intensidade.

O vocábulo grego ἀνακαινόω [anakainoo], traduzido como “se renova” em 2 Coríntios 4:16, significa ser mudado para um novo tipo de vida oposto ao estado corrupto anterior. Noutro giro, o vocábulo grego διαφθείρω [diaphtheiro], traduzido como “se corrompa”, assume a acepção de mudar para pior, destruir e arruinar.

O prazer na lei de Deus é uma faculdade inerente ao “homem interior”, descrito como sendo a sede onde se dão as narrativas da espiritualidade humana. Por outro lado, o texto torna implícita a realidade de que o desprazer – em outras palavras a indiferença –, para com a lei de Deus é uma lamentável narrativa de sucessivos fracassos espirituais que ocorrem por conta da carnalidade humana.

O texto de Romanos 7:22 é um sopro de esperança, cuja voz anuncia que é no homem interior que a alma humana, conduzida pelo prazer na lei de Deus, encontra o ambiente propício para experimentar, do lado de cá da eternidade, o grau máximo de sua nutrição espiritual.
A. M. Cunha

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 9


Os cristãos devem ser diligentes para que momentos de oração não se tornem uma rara prática em sua vida diária. Jesus era extremamente cuidadoso com esta prática, promovendo-a, não apenas em Sua vida particular, mas mediante encontros coletivos com os Seus discípulos. O capítulo 9 do Evangelho Segundo Lucas apresenta uma breve narrativa de um destes momentos coletivos de oração [Lucas 9:18-22]. É notável perceber que nestes momentos de oração coletiva, Jesus não somente praticava o diálogo com o Pai Celestial, mas promovia questionamentos aos Seus discípulos com o propósito de conscientizá-los a respeito de duas importantes habilidades: [a] Em primeiro lugar, eles foram questionados acerca de suas habilidades para estabelecerem relacionamentos significativos com o próximo. A pergunta, “Quem dizem as multidões que sou eu?” [Lucas 9:18], é especialmente reveladora neste sentido, pois os Seus discípulos somente estariam habilitados a respondê-la caso já tivessem estabelecido relacionamentos de qualidade com o próximo. [b] Em segundo lugar, eles eram questionados quanto às suas habilidades para investigarem cuidadosamente suas convicções pessoais acerca da pessoa de Jesus. A pergunta, “Mas vós [...] quem dizeis que eu sou?” [Lucas 9:20], é muito propícia para averiguar como os discípulos de Jesus estavam avaliando suas convicções pessoais acerca Dele. Somente estariam aptos a respondê-la aqueles discípulos que já tivessem colocado em prática tal habilidade. A igreja, tendo sido chamada a seguir o exemplo do Divino Mestre, deve inspirar os seus membros a estabelecerem relacionamentos de qualidade com o próximo e a aprofundarem suas convicções pessoais acerca de Jesus Cristo!
A. M. Cunha