sábado, 24 de novembro de 2018

DE ACORDO COM JESUS, O PERDÃO DEVE SER DIÁRIO


“[3] Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. [4] Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.”
Lucas 17:3-4

A prática do perdão na vida cristã deve ser diária. E é assim porque ninguém pode afirmar que está imune de praticar o pecado [1 João 1:8]. O cristianismo é, por essência, um pacto de relacionamentos, onde muitos, que são vulneráveis à prática do pecado, são estimulados a conviverem com outros que, igualmente, são suscetíveis de o praticarem. Por vezes, o pecado causará, até mesmo diariamente, graves ranhuras nos relacionamentos. Observemos, no entanto, as seguintes palavras de Jesus: “Se teu irmão [...], por sete vezes no dia, pecar”. O pecado foi aqui colocado por Jesus como sendo uma possibilidade diária, e por mais de uma vez por dia! Observe agora, o que Jesus falou: “Se teu irmão [...] sete vezes, vier ter contido, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe”. De acordo com Jesus, o perdão também deve ser uma possibilidade diária, e por mais de uma vez! O perdão é, portanto, um remédio diário! Por que então, muitos cristãos têm feito da prática do perdão um regime de exceção na vida cristã? O perdão não é uma opção, e tampouco um sentimento. Jesus não afirmou: Perdoe se sentir vontade. Seu comando é específico: “perdoa-lhe”. Tal prática deve ser observada, ainda que não tenhamos vontade de praticá-la! De acordo com Jesus, o perdão deve ser diário!
A. M. Cunha

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

DÉCIMA OITAVA SEÇÃO – SALMO 119:143


Salmo 119:143 – “Sobre mim vieram tribulação e angústia; todavia, os teus mandamentos são o meu prazer.” As palavras tribulação e angústia referem-se, ambas, a dificuldades enfrentadas. Porém, o vocábulo “tribulação” parece referir-me mais especificamente às dificuldades em si, ao passo que a palavra “angústia”, parece mais destinada a expressar o efeito íntimo das dificuldades enfrentadas. Podem, em certo sentido, ser descritos como dificuldades de fora e dificuldades de dentro. Usadas em conjunto, as palavras “tribulação” e “angústia” descrevem a profunda aflição que acometeu o salmista. Em que pese tenha sido profundamente atingido pelas dificultadas que estava enfrentando, o salmista, ainda assim, deleitava-se nos mandamentos do Senhor! O salmista experimentava a Palavra de Deus como uma poderosa fonte de consolo e encorajamento!
A. M. Cunha


MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS - Capítulo 3


O capítulo 3 do Evangelho de Mateus acha-se dividido em duas narrativas principais:

[a] A primeira delas refere-se a João Batista, que fez do deserto da Judeia o seu púlpito, de onde pregava a necessidade de arrependimento. Sua voz ecoava do deserto anunciando: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” [Mateus 3:1-2]. O âmago e a urgência de sua pregação deviam-se ao fato de que sem arrependimento não há como fugir da ira vindoura [Mateus 3:7-8]!

[b] A segunda narrativa refere-se a Jesus que voluntariamente foi ao encontro do pregador do deserto para ser batizado por ele [Mateus 3:13-17]. Muitos afirmam que o batismo de Jesus foi o marco do início do Seu ministério.

Digno de nota é o fato de que a voz do Pai se fez ouvir imediatamente após o Batismo de Jesus. O conteúdo do falar paterno de Deus foi o Seu próprio filho. A divina voz não se ocupou em declarar o que o Filho faria [quais seriam Suas ações] ou o que Ele falaria [quais seriam Suas palavras]. Tudo o que o Pai disse foi: Eu amo o meu Filho e tenho nEle prazer! Uma perspectiva extremamente útil para o início de um ministério é a plena convicção de que se é amado por Deus! Quem assim começa o ministério não carregará sobre si o peso de, inutilmente, se esforçar para conquistar o amor do Pai! Não há necessidade alguma de se realizar qualquer esforço para conquistar aquilo que já se possui por graça!
A. M. Cunha

DÉCIMA OITAVA SEÇÃO – SALMO 119:142


Salmo 119:142 – “A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a própria verdade.” O salmista já havia declarado que “o Senhor é justo, ele ama a justiça” [Salmo 11:7]. Agora, a Lei do Senhor é percebida pelo salmista como justiça eterna. Sendo Deus um Deus justo e tendo a Lei do Senhor origem Nele, Sua Palavra não poderia ser, senão a exata expressão do Seu próprio caráter: Plena em justiça! Sendo Deus um Deus eterno e sendo a Lei do Senhor uma manifestação do Seu caráter, não estando, portanto, limitada aos insignificantes efeitos do tempo, Sua Palavra é então essencialmente eterna! Por isso o salmista declara: “A tua justiça é justiça eterna”! O salmista vai além em sua compreensão acerca da Lei do Senhor. Ele a percebe como sendo a própria verdade! A Lei do Senhor, aqui compreendida como justiça eterna, é a mais fiel expressão da verdade! O salmista anda de mãos dadas com o Senhor Jesus Cristo que séculos depois haveria de declarar: “a tua palavra é a verdade” [João 17:17]!
A. M. Cunha

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS - Capítulo 2


Uma instigante pergunta surge logo no início do capítulo 2 do Evangelho Segundo Mateus: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?” [Mateus 2.2]. Por melhor que seja a pergunta, ela jamais será boa por si só, pois, uma vez sendo dirigida à pessoa errada, fechada estará a porta para a resposta certa. Os magos do Oriente foram a Jerusalém, cidade onde Herodes tomava assento como rei, procurando saber onde poderiam encontrar o Rei dos judeus. Os magos, portadores de uma importante pergunta, queriam conhecer o Rei dos judeus, ao passo que Herodes, o homem errado a quem a pergunta foi dirigida, queria matá-lo! Logo se descobriu onde o verdadeiro Rei dos judeus, Jesus Cristo, havia nascido: Em Belém, uma vila cerca de 10 km ao sul de Jerusalém! Aquele que é o pão da vida [João 6:48], não poderia ter nascido num lugar mais adequado, pois a palavra Belém, que decorre do vocábulo grego βηθλεεμ [Bethleem], significa “casa de pão”! O “pão da vida”, Jesus Cristo, nascido na “casa de pão”, Belém, tornou-se o mais precioso alimento para a humanidade faminta! São dele as seguintes palavras: “o que vem a mim jamais terá fome” [João 6:35].
A. M. Cunha

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS - Capítulo 1


Os evangelhos podem ser descritos como a biografia de Jesus Cristo, cujo propósito é narrar a história dos Seus ensinos e de Suas obras, e o modo como Ele, por Sua morte e ressurreição, construiu um caminho, conhecido como “boas-novas” ou evangelho, para a salvação de todo aquele que crê.

Possuindo um conteúdo tão singular, é de se esperar que a narrativa inicial dos Evangelhos possua idêntica singularidade. Sendo assim, o Capítulo 1 do Evangelho Segundo Mateus tem o seu início a partir de uma narrativa cuja essência é a descrição da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão [Mateus 1.1]! Alguns aspectos são fundamentais nesta genealogia:

[1] Em primeiro lugar, a genealogia de Jesus Cristo, de acordo com Mateus, tem o seu início com Abraão, conhecido como o Pai da fé [Romanos 4.11]. Portanto, pode-se afirmar que a fé é o primeiro aspecto da genealogia de Jesus Cristo;

[2] O segundo aspecto da genealogia apresentada por Mateus é a inclusão de Davi, o mais conhecido dos reis do povo de Deus. Por conseguinte, é razoável afirmar que o reino é o segundo aspecto desta genealogia;

[3] Por fim, o terceiro aspecto da genealogia de Jesus Cristo, conforme apresentada pelo evangelista Mateus, é o Cativeiro Babilônico. Por isso se diz: “no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia [...] desde Davi até ao exílio na Babilônia [...] desde o exílio na Babilônia até Cristo”. É consenso que o Cativeiro foi um dos mais devastadores episódios da história do povo de Deus! No entanto, vê-se que nem mesmo os cinzentos anos do cativeiro foram capazes de impedir o nascimento daquele que haveria de ser a essência da mensagem do Evangelho!

Por ser a biografia de Jesus Cristo, o Evangelho Segundo Mateus descreve o modo sobrenatural com que se deu o Seu nascimento: “achou-se grávida pelo Espírito Santo” [Mateus 1.18]. O Evangelista Lucas é muito específico em sua descrição acerca deste nascimento sobrenatural: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” [Lucas 1.35]. O nascimento de Jesus Cristo foi marcado pela “presença” do Espírito Santo e, a partir desta “presença”, o “poder do Altíssimo” entrou em ação! A consequência desta “presença” e da ação do “poder do Altíssimo” é o que Mateus descreve como “achou-se grávida pelo Espírito Santo”. Eis o modo sobrenatural com que foi concebido Jesus Cristo! E não poderia ser diferente, pois se Sua vida e obra foram sobrenaturais [para que assim Ele pudesse assegurar salvação a todo o que Nele cresse], também deveria ser sobrenatural o Seu nascimento!

É importante observar ainda, que o sobrenatural não esteve restrito diretamente à pessoa de Jesus Cristo, pois, à luz do capítulo 1 do Evangelho Segundo Mateus, o sobrenatural tocou a vida de personagens secundários que interagiram com Jesus Cristo: O primeiro destes personagens foi Maria que, como dito acima, “achou-se grávida pelo Espírito Santo”. Mas não somente ela foi tocada pelo sobrenatural, pois o poder divino, por meio de um sonho inspirado, tocou José na esquina da vida, para anunciar-lhe que não havia razões para temer receber Maria como mulher, pois sua gravidez fora proveniente da ação sobrenatural do Espírito Santo [Mateus 1.20].

Percebe-se aqui, no caso de José, que a ação sobrenatural veio para lhe instruir, e não apenas isso, pois esta instrução sobrenatural conduziu-o a oferecer uma resposta de obediência, uma vez que ele, ao despertar do sono, “fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher” [Mateus 1.24].
A. M. Cunha