quarta-feira, 21 de novembro de 2018

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS - Capítulo 1


Os evangelhos podem ser descritos como a biografia de Jesus Cristo, cujo propósito é narrar a história dos Seus ensinos e de Suas obras, e o modo como Ele, por Sua morte e ressurreição, construiu um caminho, conhecido como “boas-novas” ou evangelho, para a salvação de todo aquele que crê.

Possuindo um conteúdo tão singular, é de se esperar que a narrativa inicial dos Evangelhos possua idêntica singularidade. Sendo assim, o Capítulo 1 do Evangelho Segundo Mateus tem o seu início a partir de uma narrativa cuja essência é a descrição da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão [Mateus 1.1]! Alguns aspectos são fundamentais nesta genealogia:

[1] Em primeiro lugar, a genealogia de Jesus Cristo, de acordo com Mateus, tem o seu início com Abraão, conhecido como o Pai da fé [Romanos 4.11]. Portanto, pode-se afirmar que a fé é o primeiro aspecto da genealogia de Jesus Cristo;

[2] O segundo aspecto da genealogia apresentada por Mateus é a inclusão de Davi, o mais conhecido dos reis do povo de Deus. Por conseguinte, é razoável afirmar que o reino é o segundo aspecto desta genealogia;

[3] Por fim, o terceiro aspecto da genealogia de Jesus Cristo, conforme apresentada pelo evangelista Mateus, é o Cativeiro Babilônico. Por isso se diz: “no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia [...] desde Davi até ao exílio na Babilônia [...] desde o exílio na Babilônia até Cristo”. É consenso que o Cativeiro foi um dos mais devastadores episódios da história do povo de Deus! No entanto, vê-se que nem mesmo os cinzentos anos do cativeiro foram capazes de impedir o nascimento daquele que haveria de ser a essência da mensagem do Evangelho!

Por ser a biografia de Jesus Cristo, o Evangelho Segundo Mateus descreve o modo sobrenatural com que se deu o Seu nascimento: “achou-se grávida pelo Espírito Santo” [Mateus 1.18]. O Evangelista Lucas é muito específico em sua descrição acerca deste nascimento sobrenatural: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” [Lucas 1.35]. O nascimento de Jesus Cristo foi marcado pela “presença” do Espírito Santo e, a partir desta “presença”, o “poder do Altíssimo” entrou em ação! A consequência desta “presença” e da ação do “poder do Altíssimo” é o que Mateus descreve como “achou-se grávida pelo Espírito Santo”. Eis o modo sobrenatural com que foi concebido Jesus Cristo! E não poderia ser diferente, pois se Sua vida e obra foram sobrenaturais [para que assim Ele pudesse assegurar salvação a todo o que Nele cresse], também deveria ser sobrenatural o Seu nascimento!

É importante observar ainda, que o sobrenatural não esteve restrito diretamente à pessoa de Jesus Cristo, pois, à luz do capítulo 1 do Evangelho Segundo Mateus, o sobrenatural tocou a vida de personagens secundários que interagiram com Jesus Cristo: O primeiro destes personagens foi Maria que, como dito acima, “achou-se grávida pelo Espírito Santo”. Mas não somente ela foi tocada pelo sobrenatural, pois o poder divino, por meio de um sonho inspirado, tocou José na esquina da vida, para anunciar-lhe que não havia razões para temer receber Maria como mulher, pois sua gravidez fora proveniente da ação sobrenatural do Espírito Santo [Mateus 1.20].

Percebe-se aqui, no caso de José, que a ação sobrenatural veio para lhe instruir, e não apenas isso, pois esta instrução sobrenatural conduziu-o a oferecer uma resposta de obediência, uma vez que ele, ao despertar do sono, “fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher” [Mateus 1.24].
A. M. Cunha

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