terça-feira, 6 de julho de 2021

EVANGELHO DE JOÃO - CAPÍTULO 15

Manter-se conectado a Cristo para permanecer vivo e produtivo no Reino de Deus, este é o precioso conteúdo divulgado pelo capítulo 15 do Evangelho Segundo João. Não há habilidade humana que seja capaz de conferir a qualquer pessoa, por mais admiráveis que sejam suas qualificações naturais, a condição de se manter vivo e produtivo no Reino de Deus. A origem desta condição é unicamente divina, pois Jesus Cristo é a fonte, real e inesgotável, de todo ser e de toda vida produtiva! A figura bíblica apresentada por Jesus ao expressar esta tão singular verdade possui três importantes personagens estruturais:

[1] O primeiro personagem é Cristo, a videira verdadeira, Aquele em relação ao qual, e somente em relação a Ele, existe a efetiva possibilidade de frutificação. É preciso estar efetivamente conectado a Ele, pois o ramo não pode produzir fruto de si mesmo, se não permanecer conectado na videira, que é Cristo [João 15:1 e 4];

[2] O segundo personagem é o homem, que aqui é descrito como um ramo da videira. A imprescindível condição para que o ramo frutifique é manter-se conectado à videira. À luz desta parábola, nenhum homem poderá permanecerá espiritualmente vivo e produtivo se não se mantiver conectado a Cristo [João 15:5];

[3] O terceiro personagem é o Pai Celestial, descrito nessa parábola como o agricultor que exerce uma dupla função em relação ao homem: “cortar” e “podar” os ramos. É o nível de conectividade do ramo com a videira que determinará se ele será cortado ou podado.

O princípio é bem simples e direto: O ramo sem fruto, e que, portanto, não está verdadeiramente conectado à árvore, deve ser cortado fora. Por outro lado, o ramo com fruto, deve ser podado “para que produza mais fruto ainda” [João 15:2]. Há, como afirmado acima, um importante princípio espiritual revelado neste capítulo: Estar verdadeiramente conectado a Cristo é um intransferível e insubstituível requisito para se manter vivo e produtivo no Reino de Deus. Jesus resume a essência deste princípio nas seguintes palavras: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim” [João 15:4].

A. M. Cunha


Evangelho de João - Capítulo 14

As telas do cinema mundial fizeram ecoar, pela boca do “tio Ben”, a memorável frase dita para o seu sobrinho Peter Parker, o homem aranha: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Alguns anunciam que esta frase reverbera o pensamento do filósofo Auguste Comte, um defensor da chamada responsabilidade social, cujo cerne parece ter sido o seguinte: ao detentor de alguma forma de poder impõe-se o dever de agir, não para usufruir, por si e para si, das benesses inerentes ao poder, mas para benefício da sociedade.

O capítulo 14 do Evangelho Segundo João inaugura os discursos de Jesus acerca do Espírito Santo, apresentando-O como o Supremo Doador de poder para os filhos de Deus. Por que tão grande poder tem sido dispensado para os filhos de Deus? Uma sugestão de resposta seria a seguinte: Tal poder é dispensado para os filhos de Deus, porque a eles foi incumbida uma grande responsabilidade, a saber: Propagar o Evangelho do Reino de Deus a toda criatura! [Marcos 16:15]. Eis a razão porque podemos afirmar que o poder do Espírito Santo nos foi concedido para que possamos cumprir a responsabilidade que o evangelho nos conferiu.

Sob a perspectiva do Evangelho, a frase do “tio Ben” assume a seguinte configuração: É necessário um grande poder para que uma grande responsabilidade possa ser cumprida. Noutras palavras, o evangelho impõe a nós uma grande responsabilidade e é o Espírito Santo que assegura que nós temos a nossa disposição um grande poder.

O capítulo 14 do Evangelho Segundo João assim descreve o poder que o Espírito Santo dispensa aos filhos de Deus: “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” [João 14:26].

A transformação da sociedade, como um dos necessários reflexos da missão primária dos discípulos de Jesus, requer que os filhos de Deus promovam um poderoso e impactante compartilhamento do Evangelho, sob a necessária, soberana e direta influência do Espírito Santo! Por ser uma atividade que somente será eficazmente realizada sob a tutela do Espírito Santo, o compartilhamento do Evangelho é, em sua essência, o compartilhamento do Poder de Deus para salvação de todo aquele que crê!

Uma interessante pergunta que surge é a seguinte: Por quanto tempo o Espírito Santo estará com os discípulos de Jesus? O Evangelho assim responde a esta pergunta: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” [João 14:16]! O Consolador assegura Sua doce e amorosa presença na vida dos filhos de Deus, e é a partir desta presença e sob Sua poderosa influência que inesquecíveis biografias são construídas no palco da vida. Aqueles que vivem sob a influência do Espírito Santo ultrapassam a esfera do evangelho meramente teórico, para experimentá-lo na esfera do evangelho poderosamente prático, que incansavelmente age em amor. É com tal estilo de vida que os filhos de Deus podem deixar uma relevante e transformadora marca na sociedade a sua volta, proporcionando que aqueles com os quais se relacionam venham a desfrutar os reflexos eternos do evangelho de Cristo! Todo aquele que se dispõe a cumprir a responsabilidade que o evangelho lhe confere, sem dúvida honrará o poder que lhe foi concedido pelo Espírito Santo!

A. M. Cunha