segunda-feira, 20 de outubro de 2014

UM VISLUMBRE DA UNÇÃO BÍBLICA

Unção, esta tem sido uma palavra muito em voga. O sentido deste vocábulo como nos é apresentando pelo Novo Testamento parece sugerir para o seguinte: A consagração de um filho de Deus para uma tarefa espiritual, mediante a concessão dos poderes necessários para o seu cumprimento, ou, em outras palavras, significa revestir o cristão com o poder do Espírito Santo para o cumprimento de uma missão espiritual.
Um dos textos no Novo Testamento que nos eferece um singular indicativo desta palavra é Atos 10:38, que nos diz:

“como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;”

De início, aprendemos que a unção é ato que vem de outro, profundamente conectado com o Espírito Santo e o poder a Ele inerente. Aquele que é ungido não o é para quedar-se estagnado, mas para “andar por toda parte”. A unção expressa-se em duas importantes manifestações espirituais:

(1) a bondade; e
(2) o sobrenatural.

A unção bíblica não é apenas sobrenatural ou apenas bondade, mas a profunda conexão destas duas manifestações.
Assim, o correto diagnóstico da unção na vida de um filho de Deus requer a identificação de que a bondade e o sobrenatural estão presentes na vida do discípulo de Cristo. Tanto a bondade como o sobrenatural são manifestações para fora, altruístas, portanto, destinadas ao próximo.
A força humana não é capaz de conduzir o discípulo a experimentar tais manifestações. O que se constitui no dínamo capacitador do discípulo de Cristo? A Escritura, em Atos 1:8, oferece-nos excelente esclarecimento nos seguintes termos:

“recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”

À luz desta porção das Escrituras, identificamos o momento em que a unção é recebida e o propósito pelo qual ele é concedido ao discípulo de Cristo.

(1) Aspecto temporal da unção: Quanto ao momento, o texto nos assegura que o poder é recebido quando o Espírito Santo desce sobre o discípulo de Cristo;
(2) Aspecto propositado da unção: Por sua vez, o propósito pelo qual o poder é recebido é para capacitar o discípulo de Cristo para ser uma testemunha de Cristo na terra.

Assim, a unção é propositada, ou seja, é voltada para o cumprimento de um propósito específico.

Duas coisas são requeridas do discípulo de Cristo no que se refere à unção: Em primeiro lugar, considerando que o momento em que a unção é recebida é o mesmo em que o Espírito desce sobre a vida do discípulo, a unção requer do discípulo proximidade com o Espírito Santo. Por outro lado, considerando que a unção é propositada, ou seja, volta-se para o cumprimento de um propósito, a unção requer que o discípulo seja comprometido com o seu propósito.
Se o que alguém chama de “unção” não o impulsiona ao testemunho a respeito de Cristo, esta tal “unção” não é unção no sentido bíblico.


A. M. Cunha