quinta-feira, 9 de maio de 2013

Uma orientação aos ministros da Palavra


Há um princípio estabelecido na Palavra de Deus que anuncia o seguinte: antes de uma palavra expressa deve existir uma palavra implícita ou interna. O texto de Gênesis 1:1-3 registra o seguinte:

1 No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2 A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. 3 Disse Deus: Haja luz; e houve luz.”

De modo expresso podemos verificar a Palavra apenas no versículo 3, pois ele nos diz o seguinte: “Disse Deus”. O ato de dizer é o ato de expressar a Palavra. Onde, pois está a Palavra implícita? Vemos a Palavra expressa apenas no versículo 3. Porém, temos afirmado até aqui que existe uma palavra implícita. Onde, pois podemos encontrá-la?
Precisamos recorrer a outras porções das Escrituras de modo a obtermos luz quanto a este assunto. Hebreus 11:3 nos diz o seguinte:

“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.”

Este texto afirma que o universo foi criado pela Palavra de Deus. Neste sentido notamos que esta porção das Escrituras anuncia o poder criador da Palavra de Deus.
Voltemos ao texto de Gênesis. O que é que está sendo criado de acordo com a Palavra expressa? A luz. Vemos isso no versículo 3 que afirma o seguinte: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” A luz está sendo formada de acordo com este versículo. No entanto, o texto de Hebreus diz que Deus criou o universo. Onde está a criação do mundo no texto de Gênesis? No versículo 1 que diz: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Aqui está a criação do universo. Existe, portanto, no texto de Gênesis, uma palavra implícita responsável pela criação do universo.
Vejamos o que João 1:1-3 tem a nos dizer sobre este assunto:

1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”

Neste texto podemos ver, novamente, uma descrição da criação do universo. O agente desta criação é a Palavra, o Verbo. Quando comparamos estes textos – tanto o contido na carta aos Hebreus quanto o descrito no evangelho de João – percebemos que o ato divino de criação do universo foi um ato da Sua Palavra – no entanto, devemos destacar: um ato da Palavra implícita.
Por isso afirmamos que, antes de percebermos a Palavra expressa existe a Palavra implícita.
O que este princípio transmite para os ministros da Palavra de Deus? Transmite a seguinte verdade: Antes de proferir a Palavra de Deus o ministro precisa ter esta Palavra gerada nas suas entranhas. O ministro da Palavra de Deus precisa ter um significativo contato com as Escrituras, um verdadeiro mesclar da sua vida com as realidades da Palavra de Deus para que encontre poder criador todas as vezes que for proferir a Palavra de Deus.

terça-feira, 7 de maio de 2013

PERGUNTAS APLICATIVAS - MATEUS 6:33


“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”
Mateus 6:33

 1) O que o texto fala sobre Deus? O texto nos revela que o Senhor possui um reino! Neste reino Ele é soberano. O texto mostra, também, que o Senhor possui justiça. Estas duas posses do Senhor – Seu reino e Sua justiça – são posses que devemos buscar, por isso o texto diz: “buscai”. Se as Escrituras nos dizem que podemos buscá-las, isto significa que o Senhor deixou um acesso para nós. Oh! O Senhor deixou disponíveis para nós, o Seu reino e a Sua justiça. Qual o reino que faz isso? Qual a justiça que faz isso? O nosso Senhor é acessível! É Deus presente! É Deus conosco! Ele nos deixou o Seu reino e a Sua justiça!
2) Qual é a vontade de Deus revelada no texto? O que devo fazer? A vontade de Deus revelada é que, primeiramente, acima de tudo, devo buscar o Seu reino e a Sua justiça. Na verdade, este é um caminho de sujeição. Buscar o reino significa que devo sujeitar-me ao Rei. Buscar a justiça significa que devo sujeitar-me à justiça do Rei. Sujeitar-se significa negar a própria vontade. A minha vontade inexistirá quando eu morrer. Por isso devo morrer para mim mesmo e viver para Deus. Quando estou morto, já não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim: “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2:19 e 20). Comida, bebida, vestimenta, sustento, são coisas necessárias. Entretanto, elas não devem ser objeto de nosso buscar diligente e prioritário. Nossa maior diligência deve ser buscar o Reino de Deus e a Sua justiça. As outras coisas devem ser “o nosso José”. José quer dizer: O Senhor acrescenta. Devo ver estas coisas como acréscimo do Senhor. Assim, as minhas roupas, minha comida, minha bebida, meu sustento, tudo isto, é o meu José. É acréscimo do Senhor! José representa Cristo. Devo ver que “estas coisas” são um acréscimo de Cristo a mim. Quando vivo na plenitude de Cristo em minha vida, todas “estas coisas” são um acréscimo de Cristo e existem para a Glória Dele. Não devo colocar nelas o meu coração, mas devo colocá-lo no reino de Deus e na justiça de Deus.

3) Quais são as promessas de Deus para mim, minha família e Igreja? Pensamos que a grande promessa é o acréscimo. Se eu penso assim, corro o risco de “pretender buscar o reino” tão somente para ter o acréscimo. Miserável homem serei se pretender isto! Não há barganha com o Senhor do Reino. Sempre que eu pensar assim, não estarei buscando o reino. Na verdade, estarei buscando os acréscimos. Por isso, irmãos, a grande promessa é a acessibilidade do reino e da justiça. Glória ao Senhor Jesus! Estas coisas estão acessíveis a nós. Aleluia! Esta é a grande promessa! Que gloriosa promessa é esta!
4) Quais são os pecados apontados? O pecado revelado é a negligência quanto ao reino e quanto à Justiça de Deus. Quando busco o reino, devo ser um súdito no reino. Sou escravo, sou servo. Estou no reino para servir, para morrer, para ir à cruz, para negar-me a mim mesmo. Isto é buscar o Reino! Quando busco a justiça do reino, devo entender que não sou eu que me incluo no reino. É o Pai que me aceita. Ele me torna justo. Ele me justifica, ou seja, coloca a Sua vida em mim e me torna participante de Seu reino, livre do poder da condenação do pecado. Pelo pecado jamais poderíamos ser aceitos no reino. Mas Jesus nos justificou para sermos aceitos pelo Pai no Seu reino. Por isso, não posso ser negligente em buscar o reino. A negligência é um grave pecado, devo abominá-lo. “Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós.”(Oséias 10:12).
5) Há um exemplo de vida a ser seguido? Jesus é o nosso exemplo. Quando buscou o reino, Ele se tornou um súdito, veio para servir. Lavou os pés dos Seus discípulos. Orou por todos. Morreu para que a vida se manifestasse em nós. Ele veio para servir. Quando buscou a justiça, mesmo sem pecado, buscou o batismo de arrependimento. Somente após o Seu ato de justiça [quando foi batizado, uma espécie de “arrependimento em figura”, não por Seus pecados, porque Ele não os tinha, mas pelos nossos. Por isso, esse “arrependimento em figura” foi uma espécie de “arrependimento substitutivo”], foi que Ele começou o seu ministério. Sem dúvida, Nosso Senhor Jesus manifestou-se para servir. Em Sua humanidade, Jesus buscou a justiça de Deus, tornando-se, por um pouco de tempo, súdito em Seu próprio reino. Que glorioso exemplo o Senhor nos deixou!
6) Quais são as atitudes que devo mudar ou assumir em minha vida? A minha atitude deve ser buscar. Devo buscar o que está acessível. O Reino está acessível. A justiça está acessível. Devo buscar diligentemente. Devo buscar em primeiro lugar. Devo correr de cidade em cidade. Devo proclamar a todos os meus irmãos que devemos buscar ao Senhor. “E os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos Exércitos; eu também irei.” (Zacarias 8:21)
A. M. Cunha

Jeremias - Sofrimento, fé e louvor


"Cura-me, SENHOR, e sararei; salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor."
Jeremias 17:14

O profeta realiza duas importantes declarações: uma voltada para a cura e outra para a salvação. Tais declarações são oportunas, pois o ministério de Jeremias foi marcado pelo sofrimento. No entanto, de um modo assombrosamente maravilhoso, o livro deste profeta deixa evidente que Jeremias inundou o seu ministério com o louvor, por isso ele diz: “porque tu és o meu louvor”! Em suas lamentações o profeta diz: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” (Lamentações de Jeremias 3:21). Sua vida é mais um testemunho das Escrituras de que o sofrimento não detém o poder de privar o servo de Deus da capacidade de louvar ao seu Senhor. O coração deste profeta também está cheio de fé. É possível ver uma forte convicção em suas palavras: “sararei” e “serei salvo”. Suas declarações são imediatamente seguidas destas afirmações de fé. Apesar de seus constantes sofrimentos, este profeta está cheio de vida, pois “o justo viverá por fé.” (Romanos 1:17). Sua vida é, portanto, uma demonstração de que a fé e o louvor não são incompatíveis com o sofrimento.

Gráfico - SALMO 133:1



O anúncio da comunhão cristã é maravilhosamente proferido neste Salmo. Dizem os eruditos que este Salmo foi a forma que Davi encontrou para descrever os sentimentos do seu coração quanto recuperou o seu trono depois da rebelião de Absalão.

A interjeição inicial deste Salmo – “Oh!” – é utilizada ao longo dos outros Salmos para anunciar algo muito singular, tais como: O Senhor é bom (34:8); o Senhor é a fonte de todo restabelecimento (60:1); o Senhor é aquele com o qual desejamos ter comunhão (101:2); o Senhor é aquele que detém o poder de nos salvar (118:25) o Senhor é aquele a quem devemos tributar louvores (136:26)!

Ao utilizar a interjeição “Oh!”, o Espírito de Deus está destacando a singularidade da comunhão dos irmãos. O Divino Espírito começa destacando que esta comunhão é algo “bom”, a mesma palavra usada na obra da criação: “E viu Deus era bom”. Isto significa que, assim como a criação foi obra das mãos de Deus, a vida de união dos irmãos também é fruto da ação divina.

A comunhão não pode ser algo esporádico, ao contrário, deve ser permanente, por isso o emprego da palavra “viverem”, que no hebraico, ישׂב [yashab], transmite a ideia básica de sentar-se, como quem se assenta no aconchego do seu lar. Portanto, este vocábulo possui o sentido de permanecer, continuar e habitar.

Uma palavra muito importante neste Salmo é a palavra “irmãos”. No sentido espiritual, esta palavra expressa um extraordinário milagre: Deus enviou Seu filho ao mundo para que todos os que nEle cressem recebessem o poder de se tornarem filhos de Deus. Este vocábulo, portanto, anuncia que todos quantos são irmãos possuem um mesmo Pai celestial. Um único Pai para muitos filhos, eis o milagre da filiação divina! Estes que são irmãos podem viver unidos e isto é extraordinariamente bom e agradável!
A. M. Cunha