sábado, 11 de julho de 2020

AS INSTRUÇÕES DE DEUS PARA O SERVIÇO E A VIDA DURANTE O DESERTO

No livro de Números Deus fala com Seu povo dando-lhes instruções sobre o serviço e a vida durante o deserto, no que se refere ao acampamento e à marcha do povo em direção à Terra Prometida. Neste livro, somos apresentados ao fracasso do povo de Israel em ouvir a voz de Deus, em razão do qual, o povo passaria a peregrinar pelo deserto por 40 anos, até que duas coisas acontecessem: A primeira delas, seria a morte de toda aquela geração incrédula e a segunda, por sua vez, seria o surgimento de uma nova geração que, por fim, entraria na Terra Prometida.

Deus, ao falar com o Seu povo, deu-lhes valiosas instruções quanto ao serviço e à vida enquanto estivessem peregrinando pelo deserto, que, sem dúvida, era um lugar inóspito e que oferecia condições severas e perigosas para aqueles que por ele peregrinavam. Como deveria ser a relação do povo com o deserto, uma vez que este lugar era apenas uma etapa em sua jornada para a Terra Prometida? Deus mesmo se encarregou de oferecer valiosas instruções ao Seu povo.

Nós, assim como o povo de Israel, não temos neste mundo nossa morada final, pois Deus preparou para nós uma Terra Prometida, assim como prometeu ao povo Hebreu. Qual deve, portanto, ser nossa relação com este mundo, uma vez que este lugar não é nossa morada final? Penso que devemos observar com especial cuidado, as mesmas orientações que Deus ofereceu ao povo de Israel quanto ao modo como eles deveriam se relacionar com o deserto.

Com isso em mente, gostaria de apresentar quatro preciosas lições extraídas das orientações de Deus ao Povo de Israel quanto ao modo como deveriam se relacionar com o deserto.

1. O DESERTO, EMBORA NÃO SEJA UM LUGAR PARA MORADA DEFINITIVA, É O LUGAR ONDE DEUS FALA:

“No segundo ano após a saída dos filhos de Israel do Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou o Senhor a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação”.
Números 1:1

A Tenda da Congregação passou a ser o lugar a partir do qual o Senhor falava com Moisés. O lugar onde Deus começou a falar com o Seu povo foi o deserto, no ardor de uma sarça solitária no deserto. Depois o Senhor passou a falar do monte que fumegava. Mas agora, conforme o registro do livro de Números, o Senhor fala a partir da tenda da congregação. Atualmente somos o tabernáculo do Senhor, por isso Ele fala a partir de nós. Somos todos falhos e imperfeitos instrumentos. Assim, temos a Palavra divina que se nos torna o guia diário de nosso falar. Nada do que se fala pelo Senhor pode contrariar o que o Senhor já nos falou em Sua Palavra.

2. O DESERTO, EMBORA NÃO SEJA UM LUGAR PARA MORADA DEFINITIVA, É UM LUGAR DE BATALHA:

“Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça. Da idade de vinte anos para cima, todos os capazes de sair à guerra em Israel, a esses contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão. [...] todos os contados foram seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta”.
Números 1:2-3 e 46

A quantidade de israelitas capazes de sair à guerra e que estavam peregrinando no deserto era de seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta. Isto revela que Deus cumpriu Sua promessa registrada em Gênesis 22:17 – Cumpriu o aspecto quantitativo [descendência multiplicada] da Sua promessa e também cumpriu o aspecto qualitativo [descendência capacitada para a guerra] dessa promessa.

3. O DESERTO, EMBORA NÃO SEJA UM LUGAR PARA MORADA DEFINITIVA, É UM LUGAR ONDE PODEMOS E DEVEMOS CONSIDERAR DEUS COMO O CENTRO DE NOSSAS VIDAS:

“Disse o Senhor a Moisés e a Arão: Os filhos de Israel se acamparão junto ao seu estandarte, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao redor, de frente para a tenda da congregação, se acamparão.”
Números 2:1-2

Os israelitas estiveram peregrinando pelo deserto, numa exaustiva, porém, transformadora jornada, durante 40 anos. Nesse período eles passaram a habitar em tendas, que poderiam ser facilmente montadas e desmontadas enquanto eles seguiam, dia após dia, com sua jornada pelo deserto. Havia também um centro de adoração, a tenda da congregação, de onde Deus, de acordo com Números 1:1, falava com o Seu povo. O capítulo 2 de Números demonstra que Deus estabeleceu como seria o acampamento dos israelitas durante sua vida no deserto. Números 2:2 afirma que os “filhos de Israel se acamparão junto ao seu estandarte, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao redor, de frente para a tenda da congregação, se acamparão”. De acordo com essa descrição, a tenda da congregação, o lugar de onde Deus falava, seria o centro do acampamento dos israelitas. Hoje, enquanto peregrinamos por este mundo, que é o deserto onde nós peregrinamos, temos o mesmo arranjo divino. O modo mais seguro por meio do qual seremos bem sucedidos em nossa jornada neste mundo, assim como os israelitas em sua jornada no deserto, será tendo Deus e Suas verdades como o centro de nossas vidas!

4. O DESERTO, EMBORA NÃO SEJA UM LUGAR PARA MORADA DEFINITIVA, É UM LUGAR ONDE ENCONTRAMOS OPORTUNIDADE E A CONDIÇÃO PARA ABENÇOAR:

“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz.”
Números 6:24-26

O versículo 23 contém um mandamento grandioso: “Assim abençoareis os filhos de Israel”. Porém, trata-se de uma benção mediante uma declaração, por isso se diz: “e dir-lhes-eis”. Em outras palavras, as gerações futuras do povo de Deus seriam abençoadas a partir dos lábios do próprio povo de Deus. A benção somente seria efetivada a partir de declarações, ou seja, de pronunciamentos proferidos pelo povo de Deus. O conteúdo da benção era tríplice: proteção [“O [...] te guarde”]; misericórdia [“o Senhor [...] tenha misericórdia de ti”]; e paz [“o Senhor [...] te dê a paz.”]. O povo que habitará na Terra Prometia é o povo protegido, alcançado pela misericórdia e que desfruta a verdadeira paz.
A. M. Cunha

domingo, 5 de julho de 2020

A LUA REFLETE A LUZ DO SOL


[14] Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. [15] E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. [16] Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.
Gênesis 1:14-16
  
A imagem desta postagem foi tirada às 22 horas e 9 minutos, do dia 5 de julho de 2020. O reflexo que se vê no piso da minha sala é resultado da luz refletida pela lua. Hoje ela está forte, tão forte que se tornou possível ver, ao fundo, o azul do céu, muito embora seja noite. Esta imagem me fez pensar no ato criador de Deus que está registrado no livro de Gênesis.

O Deus que disse “Haja luz” é o Deus que afugenta as trevas! No Seu ato criador, o Onipotente Deus também disse: “Haja luzeiros no firmamento dos céus”. Em Sua voz, eloquente e criadora, Deus proclamou o propósito desses luzeiros: “sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos [...] para alumiar a terra”.

Um desses luzeiros é a Lua. Sabemos que ela não tem luz própria. Ela, no entanto, não se envergonha disso, pois o seu prazer está em refletir a luz do Sol, o outro maior, superior e detentor de luz própria! O fato de a Lua não ter luz, em nada desqualifica a narrativa bíblica, pois o vocábulo hebraico מָאוֹר [ma’ôr], literalmente significa luz, luminária; fazendo, portanto, menção a um corpo luminoso, brilhante, que emite ou espalha luz, ou em que há luz ou é cheio de luz.

O Sol e a Lua, “os dois grandes luzeiros”, são corpos luminosos, um deles, o Sol, é um corpo em que há luz própria, o outro, a Lua, é um corpo cheio de luz, não de luz própria, mas da luz do Sol.

Minha sala foi invadida pela luz refletida da Lua. Portanto, a luz que eu via em minha sala, embora não fosse a luz da lua, era a luz por ela refletida. Por um milagre da Física, a Lua desenhou, no piso da minha sala, a luz do Sol! Esta, sem dúvida, é uma grande figura da igreja. Ela, assim como a Lua, não possui luz própria. A luz que ela reflete é a luz de Cristo! Assim como a Lua tem a missão de “alumiar a terra”, assim também a igreja, por possuir idêntica missão, deve pintar o solo da existência humana com a luz do Outro Maior, a luz de Cristo!

Os tempos em que vivemos são, sem dúvida, tempos de densas trevas. Que a igreja, corajosa e fielmente, cumpra a sua missão entre os homens, sendo capaz de pintar o solo da existência humana com a Luz de Cristo e, milagrosamente, seja igualmente capaz de mostrar para a humanidade que, apesar das trevas em que vivemos, o céu ainda é azul, muito embora as trevas não nos permitam ver a beleza desta cor!
A. M. Cunha