quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

SALMO 9:9-10 - O SENHOR É ALTO REFÚGIO

 “O Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de angústia. Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu, Senhor, não desamparas os que te buscam”.

Salmo 9:9-10

Nos versículos 7 e 8, o salmista destacou o perfil de Deus como juiz: Seu julgamento dá-se com justiça e retidão. Os versículos 9 e 10, por outro lado, destacam o perfil de Deus como refúgio para o oprimido. O versículo 10 parece ser um importante referencial hermenêutico quanto ao que se diz no versículo 9. Portanto, o texto bíblico sugere que aquele em relação a quem o Senhor é alto refúgio é aquele que conhece o Seu glorioso nome e, portanto, confia no Senhor. Outra importante conclusão que advém do texto é o fato de que, confiar no Senhor não deve ser uma postura passiva, como quem apenas espera pela ação divina, mas deve vir acompanhada por uma perseverante busca. A promessa bíblica é profundamente consoladora: “tu, Senhor, não desamparas os que te buscam”.

A. M. Cunha

sábado, 7 de novembro de 2020

A DEMONSTRAÇÃO DE UMA FÉ RELEVANTE

 


RECURSOS PARA SUPORTAR O ACIRRAMENTO MUNDIAL DA PERSEGUIÇÃO CRISTÃ

O acirramento mundial da perseguição cristã aproxima-se de forma tão sutil que, por vezes, desconhecemos quão rapidamente ela está se aproximando de nós. Quando esses tempos de perseguição chegarem, a igreja não terá acesso às Escrituras tão facilmente quanto o tem agora; de igual modo, o ajuntamento cristão não será tão livre quanto o é neste exato momento. Muito provavelmente, um dos mais eficazes recursos que os cristãos terão a sua disposição será a oração. Portanto, este é o mais propício momento para que a igreja mergulhe na oração, tão intensamente quanto possível, assumindo intencionalmente a postura de instruir o povo de Deus a praticá-la, no modelo “quarto com a porta fechada” [Mateus 6:5-8]. Sem este mergulho na oração os cristãos não encontrarão forças para suportarem o acirramento mundial da perseguição cristã. Por não terem acesso às Escrituras quando a perseguição mundial chegar, outro valioso recurso que os cristãos terão a sua disposição será a memorização das Escrituras. Portanto, este é o mais propício momento para que os cristãos mergulhem na prática da memorização das Escrituras, tão intensamente quanto possível. Sem este mergulho na memorização das Escrituras os cristãos não encontrarão forças para suportarem o acirramento mundial da perseguição cristã. Não nos esqueçamos, porém, que, tanto a oração quanto a memorização das Escrituras, deverão ser praticadas sob uma perspectiva de profundo relacionamento e dependência do Espírito Santo.

A. M. Cunha

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

TODAS AS VEZES QUE DEUS FAZ UM CHAMADO, ELE JÁ ESTÁ TRABALHANDO

 


A ORAÇÃO DEVE SER A EXPRESSÃO DA NOSSA HISTÓRIA

Transcrição da pregação que ministrei na reunião de oração da Identity Baptist Church, Tampa, Flórida, no dia 29 de Outubro de 2020. A presente transcrição teve por objetivo manter, tanto quanto possível, o estilo coloquial da exposição oral tal qual ocorrida na reunião. No entanto, alguns ajustes foram promovidos para dar maior fluidez ao texto escrito.

Que Deus os abençoe!


Graça e paz, falar sobre oração numa reunião de oração pode ser algo cansativo para alguns. No entanto, a riqueza dos temas bíblicos permite-nos explorá-los sem, contudo, sermos muito repetitivos. Pretendo, nesta noite, abordar o seguinte tema: A oração deve ser uma expressão da nossa história.

Timothy Keller, em seu livro “Oração: Experimentando intimidade com Deus”, afirma que Lloyd-Jones nunca escrevera sobre oração por alegar ter uma percepção de inadequação pessoal nessa área. Se ele, Lloyd-Jones, por ter sido quem foi, e por ter dito tudo o que disse e ter ensinado tudo o que ensinou, fez esta afirmação, quem sou eu para me arvorar nessa seara!?!

Mas, eu tenho um desafio diante de mim, pois o Pr. Romualdo convidou-me para estar nesta noite com os irmãos compartilhando as Escrituras. Assumo este desafio, não com o propósito de dizer que eu já esteja perfeitamente habilitado na área da oração, mas porque entendo que, embora eu mesmo necessite de muito aprimoramento em minha vida de oração, o povo de Deus não pode ser privado de receber o ensinamento acerca das verdades bíblicas, ainda que seja por meu intermédio. Afinal, que homem poderia invocar para si a plena qualificação de estar totalmente habilitado para abordar qualquer tema bíblico? O povo de Deus, no entanto, deve ser instruído, ainda que seus ministros não sejam perfeitos. Este é um dos milagres da exposição das Escrituras: Deus usa homens imperfeitos para propagarem Sua Palavra perfeita!

Nas minhas palavras iniciais sobre a oração, ouso pontuar que a oração é uma atividade diária, necessária e intransferível que todo cristão deve praticar em sua vida. Embora o tempo em que devamos orar seja hoje, ou seja, o tempo presente, a oração aponta, a um só tempo, para a nossa origem e para o final de nossa história. Portanto, a oração relaciona-se com o passado, com o presente e com o futuro. Quanto a nossa origem, a oração é um vislumbre do estado original da comunhão com Deus que o homem detinha quando da criação! O texto de Gênesis 3:8 dá-nos conta de uma importante atividade divina: Falar com o homem enquanto andava no jardim do Éden pela viração do dia. Embora não seja expresso, o texto bíblico parece sugerir que esta era uma atividade frequente de Deus. Sendo a oração um diálogo, esta conversa do homem com Deus assume a configuração de ser um dos primeiros registros da oração. Quando oramos atualmente, esta atividade é um reflexo do nível de intimidade que o homem mantinha com Deus quando foi criado. Quanto ao nosso futuro, a oração aponta para o glorioso estado de comunhão que desfrutaremos com Deus por toda a eternidade! No entanto, eu peço licença para abordar este aspecto apenas no final da minha fala. Por ora, gostaria de convidá-los a ler o texto de Mateus 6:9-13. 


[9]Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,  santificado seja o teu nome; [10]venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; [11]o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; [12]e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; [13]e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”

Mateus 6.9-13

A ORAÇÃO DOS FILHOS

RECENTEMENTE DESCOBRI ALGO MARAVILHOSO ACERCA DESTA ORAÇÃO

Em Mateus 6.9-13 encontramos um maravilhoso ensino de Jesus sobre a oração. Embora a maioria da cristandade denomine essa oração de “A Oração do Pai Nosso”, eu prefiro chamá-la de “A oração dos filhos” [William Barclay, por sua vez, a denomina de “A Oração do Discípulo”]. Minha fala desta noite relaciona-se com o que eu descobri acerca dessa oração. E o que eu descobri? Eu descobri que aquele modelo de oração era, na verdade, um resumo da vida de Cristo! A oração dos filhos assume, portanto, uma perspectiva biográfica em relação a alguns fragmentos da gloriosa história de Jesus de Nazaré! É sobre isso que pretendo conversar com os irmãos nesta noite. Vejamos como isso é maravilhoso!

Esta oração possui seis importantes petições que o Senhor orientou os Seus seguidores a praticarem quando estiverem orando. As três primeiras petições estão relacionadas com Deus, ao passo que as outras três estão relacionadas com o homem. Não pretendo, no entanto, fazer uma abordagem teológica mais aprofundada quanto a cada uma dessas petições. Meu foco aqui será identificar em cada uma delas traços da biografia de Jesus Cristo. 

Santificado seja o teu nome!

Meu propósito aqui, como afirmei acima, não é fazer uma análise de cada uma das petições contidas nesta oração. No entanto, quanto a esta petição em particular, eu preciso dizer que santificar o nome de Deus não significa torná-lo mais santo. Isso é impossível! Ninguém pode conferir mais santidade àquele que é plena e absolutamente santo! Mas eu preciso dizer o seguinte: O nome de Deus, de acordo com D. A. Carson, é um reflexo de quem Ele é, ou seja, o nome de Deus é Deus mesmo como Ele é e como Se revelou. Portanto, orar para que o nome de Deus seja santificado, não é o mesmo que orar para que Deus se torne santo, mas para que Ele seja tratado como santo e que o Seu nome não seja desprezado. Quando oramos fazendo uso da expressão “santificado seja o Teu nome”, pedimos que Deus nos capacite a lhe dar o lugar único que Ele, por sua natureza e caráter, merece ocupar em nossas vidas. Em outras palavras, Deus deve ser priorizado com a dignidade que lhe é inerente! Esse tipo de vida santifica o nome de Deus. O nome de Pai sempre foi santificado na vida de Jesus! Em tudo Jesus santificou o nome do Pai. Ele O honrou tanto que chegou a dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai.” [João 14.9]. Ele também afirmou: “Eu e o Pai somos um” [João 10.30]. Ele dedicou-se tanto ao Pai que chegou a dizer: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer o Filho também semelhantemente o faz.” [João 5.19]. Jesus disse que as obras que Ele fazia eram realizadas em nome do Pai: “As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito.” [João 10.25]. Vejam como Jesus honrava ao Pai! Ele disse: “Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.” [João 10.29]. Quão maravilhosamente Jesus santificou o nome do Pai em Sua vida! Em todas as coisas, e pelo modo como viveu e ensinou e pelas coisas que fez, Jesus santificou o nome do Pai.

Esta oração é a história da vida de Jesus, pois Ele, em tudo, santificou o nome do Pai! Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam o quanto Ele santificou o nome do Pai! 

Seja feita a Tua vontade.

Nenhum de nós duvida que Cristo fez a vontade do Pai! Suas palavras e seus feitos honraram a vontade do Pai. Ele disse: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” [João 4.34]. Ele sujeitou-se à vontade do Pai, por isso, quando enfrentava um dos momentos mais angustiantes de Sua existência terrena, Ele disse: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” [Mateus 26.42]. Qual o critério que Ele usou para identificar alguém como Seu irmão? Foi exatamente o critério de fazer a vontade do Pai. Vejamos Suas palavras: “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão” [Mateus 12.50]. Em todas as coisas Jesus honrou a vontade do Pai e procurou torná-la real no mundo dos homens.

Esta oração é um resumo da Sua preciosa vida, pois Ele, durante os dias em que esteve entre nós, ele, em tudo, fez a vontade do Pai!

Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam o quanto Ele honrava a vontade do Pai! 

Venha o Teu reino.

Quanto a esta petição em especial, preciso dizer que a primeira mensagem que Jesus anunciou possuía por tema central “o Reino de Deus”. Ele deixou evidente que o Reino de Deus estava próximo e que, por isso, os homens precisavam de arrependimento. Suas palavras foram as seguintes: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” [Mateus 4.17]. Quanto à forma de entrar no reino de Deus Jesus deixou a seguinte recomendação: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” [João 3.3]. Jesus esclarecia as dúvidas das pessoas sobre o Reino de Deus. Ele disse: “Não vem o reino de Deus com visível aparência.” [Lucas 17.20]. Quanto ao lugar do Reino, Jesus falou: “o reino de Deus está dentro de vós.” [Lucas 17.21]. A mensagem que Seus discípulos deveriam pregar era o reino de Deus. A Palavra de Deus diz que Jesus enviou os Seus discípulos “a pregar o reino de Deus.” [Lucas 9.2]. Oh! Jesus ocupou o Seu ministério e a Sua vida com o Reino de Deus!

Esta oração é um resumo da vida de Cristo, pois Ele manifestou o Reino de Deus!

Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam o quanto o Reino de Deus era importante para Ele. Jesus, como nenhum outro, manifestou o Reino de Deus entre nós! 

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

É importante destacar que o vocábulo pão usado neste modelo de oração, não se refere exclusivamente ao alimento, mas ao conjunto de todas as necessidades humanas. Observe, no entanto, que menciono necessidades. Não faço referência a desejos! Cristo almeja prover tudo o que necessitamos, e não necessariamente aquilo que desejamos. No que se refere a este petição, destaco dois eventos da biografia de Jesus. Quando os Seus discípulos queriam dispensar uma multidão que ouvia os ensinamentos de Jesus, ao argumento de que eles estavam num lugar deserto e a hora estava muito adiantada, Jesus, em resposta, realizou o primeiro milagre da multiplicação de pães [Mateus 14:13-21]. Ele proveu o que aquela multidão necessitava. Um pouco mais adiante, quando outra multidão, que com Ele estava há três dias, não tinha o que comer, Jesus novamente multiplicou pães [Mateus 15:32-39]. Ele proveu o que aquela multidão necessitava. Todas as vezes que Jesus realizava milagres que supriam as necessidades das pessoas, Ele esta anunciando que Ele era a provisão de Deus para a humanidade! Milagre após milagre tornava Jesus cada vez mais digno de afirmar, como de fato afirmou: “Eu sou o pão da vida”! Isso tudo ensina que para cada uma de nossas necessidades diárias, Jesus é a nossa provisão! Durante toda Sua vida entre nós, Jesus foi a provisão para as necessidades humanas.

Esta oração é, portanto, um resumo da vida de Cristo, pois Ele é a provisão para as necessidades diárias!

Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam que Ele é o pão da vida, o suprimento para todas as nossas necessidades! 

Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.

Jesus praticou o perdão durante toda a sua vida. Ele nunca teve do que se arrepender, mas sempre encontrou pessoas que precisavam do Seu perdão. O paralítico em Cafarnaum, que foi carregado por quatro amigos, ouviu as seguintes palavras de Jesus: Filho, os teus pecados estão perdoados.” [Marcos 2.5]. A mulher que ungiu os pés de Jesus ouviu dele as seguintes palavras: “Perdoados são os teus pecados.” [Lucas 7.48]. Quanto ao modo como deve ser o relacionamento entre os irmãos Jesus falou: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.” [Lucas 17.3-4]. Até mesmo na cruz, no esgotar das Suas forças, Ele, muito embora sentisse dores atrozes para falar, liberou uma palavra de perdão, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” [Lucas 23.34]. Oh! Jesus viveu Sua vida perdoando.

Esta oração é um resumo da vida de Jesus, pois Ele mostrou que o perdão é uma possibilidade!

Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam que o perdão é, não apenas uma possibilidade, mas uma das mais importantes práticas que deve existir na vida de cada um dos Seus discípulos! 

Não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal.

O Texto de Mateus 4:1-11 mostra como Jesus venceu a dura tentação que sofreu no deserto. No entanto, esse não foi o único lugar onde Ele foi tentado. A carta aos Hebreus afirma o seguinte: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” [Hebreus 4:15]. Jesus foi tentado em todas as coisas. Isso significa que, por ter sido tentado em todas as coisas, o deserto não foi o único lugar onde Jesus enfrentou a tentação. Além disso, à luz deste texto da Carta aos Hebreus, é maravilhoso perceber que Jesus, por ter sido tentado em todas as coisas, pode compadecer-se de nossas fraquezas! Não há, nenhuma das nossas franquezas em relação à qual Jesus não possa se compadecer! Ele sabe o que sentimos! Nos últimos dias de Sua vida terrena Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” [Mateus 26:41]. Aqui está um glorioso ensinamento sobre como não entrar em tentação. Irmãos, embora Jesus tenha sido tentado, Ele jamais caiu nas garras da tentação! Embora o mal O tenha espreitado, Ele foi poderosamente liberto do seu alcance. Jesus viveu uma vida sem pecado!

Esta oração é um resumo da vida de Jesus, embora tenha sido tentado em todas as coisas, Ele jamais cedeu à tentação e jamais deixou-se vencer pelo mal!

Esta petição, incluída por Jesus neste modelo de oração, teve origem em fragmentos de Sua biografia que revelavam que Ele, apesar de ter sido tentado, não cedeu à tentação e que Ele, mesmo tendo sido espreitado pelo mal, jamais deixou-se vencer por ele. Portanto, Jesus demonstra que a oração é uma poderosa arma contra a tentação e contra o mal!


Após ter dito tudo o que disse a vocês nesta noite, posso concluir o seguinte: A oração não é apenas um diálogo com Deus, mas é uma gloriosa expressão da nossa história!

Não posso, contudo, encerrar minha fala aqui. O que se requer de toda exposição das Escrituras é o confronto, é o desafio, é o que podemos chamar de aplicação. As verdade bíblicas devem ser aplicadas em nossa vida.

As verdades bíblicas não devem ser apenas conhecidas, elas devem ser aplicadas.

Pensando nisso, gostaria de lhes oferecer, pelo menos, três importantes aplicações decorrentes de tudo o que até aqui foi compartilhado com vocês: 

TRÊS IMPORTANTES APLICAÇÕES QUANTO À ORAÇÃO DOS FILHOS

 

1. Nossa história deve ser nossa agenda de oração: Devo olhar para a minha vida e fazer dela minha agenda de oração.

Jesus, de uma forma maravilhosa, transformou parte de Sua extraordinária biografia em tópicos da oração modelo que estudamos. Devemos fazer o mesmo, ou seja, devemos olhar para a nossa vida e extrair dela tópicos para a nossa agenda de oração! Nossa vida deve, no entanto, ser olhada com os olhos da Escritura. Não devemos olhar para a nossa vida de qualquer maneira, mas com os olhos fixos na Escritura. Quando fazemos isso, teremos uma gloriosa agenda de oração: Observemos o que vemos em nossa vida:

[a] Quando contemplamos nossa vida com honestidade, constatamos o quanto somos imperfeitos, o quanto somos pecadores, o quanto ainda precisamos aprimorar. A partir daí surge a confissão de pecados - nossa vida desperta um tópico em nossa agenda de oração!

[b] Quando contemplamos nossa vida, especialmente para as pessoas que se relacionam conosco, somos apresentados as suas necessidades. Tais pessoas olham para nós e, não raro, vêm algo diferente em nossas vidas. Isso lhes inspira confiança, ao ponto de pedirem que oremos por suas necessidades. A partir daí surge a intercessão – nossa vida desperta um tópico em nossa agenda de oração!

[c] Quando contemplamos nossa vida, somos levados a constatar as inúmeras necessidades de que somos carentes. A partir daí surgem as petições - nossa vida desperta um tópico em nossa agenda de oração!

[d] Quando contemplamos nossa vida e identificamos tudo aquilo que Deus fez por nós e por nosso intermédio, ficamos agradecidos. A partir daí surgem as ações de graças - nossa vida desperta um tópico em nossa agenda de oração! Irmão, que maravilhoso presente temos em nossas mãos! A nossa vida é uma gloriosa agenda de oração! 

2. Nossa oração deve influenciar a nossa história: Devo entender que a intensidade de minha vida de oração exercerá forte influência sobre a minha vida.

Amados irmão, Jesus apresentou-nos a oração dos filhos como um importante modelo de oração. Nessa oração, Ele fez usou alguns dos acontecimentos da sua vida como tópicos em relação aos quais os Seus discípulos deveriam orar! Não podemos nos esquecer, no entanto, que Jesus praticou de forma exemplar a oração em toda a Sua vida. Portanto, tudo o que Ele viveu e a forma como viveu foi diretamente influenciado por suas orações! Concluímos, portanto, que nossas orações dinamizam os atos diários que praticamos em nossa vida. Quanto mais intensa e efetiva for nossa vida de oração, tanto mais influência experimentaremos em cada um dos atos diários que praticamos em nossa vida! 

3. Nossa biografia deve alinhar-se, tanto quanto possível, à biografia de Jesus: Devo viver de tal modo que vejam Cristo em mim.

Seguir o modelo de oração ensinado por Jesus é um caminho que devo seguir em minha vida. Se aquela oração é um vislumbre da história de Cristo, então devo fazer da minha vida um reflexo da vida de Jesus! Para orar como Jesus ensinou, eu devo, tanto quanto possível, viver como Jesus viveu!


UMA CONCLUSÃO

Não sei se vocês se recordam que eu lhes disse que a oração está vinculada ao passado, ao presente e ao futuro. Quanto ao passado, eu lhes disse que a oração é um vislumbre do estado original da comunhão com Deus que o homem detinha quando da criação! Quanto ao presente, nosso desafio é vivenciar o modelo de oração ensinado por Jesus, com os olhos fixos no fato de que esta oração surgiu a partir de fragmentos da biografia do Nosso Amado Salvador! Eu lhes disse que somente retornaria ao aspecto do futuro da oração ao final da minha fala. O momento chegou, já estou no final da minha fala. Quanto ao futuro, a oração aponta para o glorioso estado de comunhão que desfrutaremos com Deus por toda a eternidade! Gostaria que lêssemos o que está escrito em Apocalipse 22:17 para construirmos nossa palavra final:

                                                          “O Espírito e a noiva dizem: Vem! [...]”

Apocalipse 22:17

O texto diz o que o Espírito diz: “Vem!”. O texto também diz o que a noiva, que é a igreja, diz: “Vem!”. Concluímos, portanto, que tanto o Espírito quanto a noiva falam a mesma coisa. Isso é unidade no falar, isso é excelência na comunicação! Eles falam a mesma coisa! Este é o nosso glorioso futuro: falaremos o mesmo que o Senhor fala! Este é o estado glorioso de comunhão que desfrutaremos com Deus por toda a eternidade!

Que Deus, por Sua bondade e graça, aplique esta palavra em nossos corações!

Em Cristo! 

A. M. Cunha

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

OS CAMINHOS DA OBEDIÊNCIA

“Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo. [...] Então, os pais responderam: Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como vê agora; ou quem lhe abriu os olhos também não sabemos [...]”

João 9:11 e 20-21

Estes dois versículos são uma clara demonstração do peso de nossas respostas. No versículo 11, temos a resposta proferida por um homem que nasceu cego e fora milagrosamente curado por Jesus. Nos versículos 20-21, por outro lado, temos a resposta proferida pelos pais daquele homem. No versículo 11, a resposta fora proferida por aquele que experimentou o milagre, nos versículos 20-21, no entanto, a resposta fora articulada por aqueles que ouviram falar de um milagre.

Como é grandioso o valor de uma experiência pessoal com o Poder de Cristo! O versículo 11 é um majestoso exemplo de um milagre compartilhado. Neste magnífico texto, diz-se o que Jesus fez e falou: Ele fez lodo e untou os olhos do cego. Até este momento, o cego continuava cego, nada havia mudado. Em seguida, após ter feito o que fez, Jesus preferiu as seguintes palavras destinadas àquele cego: “Vai ao tanque de Siloé e lava-te”.

Neste milagre compartilhado, o cego, fazendo uso da obediência, assume o seu lugar na história. Sua biografia fora reescrita pela obediência! O texto narra sua obediência ao descrever o que ele fez naquela ocasião. Se Jesus ordenou-lhe ir ao tanque de Siloé e lavar-se, ele foi e lavou-se! Sua obediência reescreveu sua biografia, por isso ele diz: “estou vendo”! Sua nova biografia era, na verdade, o registro da sua experiência pessoal com Jesus! A história deste homem demonstra o que é o milagre: Milagre é o que acontece quando Jesus faz e fala e nós obedecemos!

Os pais daquele homem, contudo, conquanto tenham ouvido falar sobre o milagre, não possuíam a genuína experiência do milagre. Quem apenas ouve sobre o milagre e não o experimenta verdadeiramente tem um conhecimento limitado. O texto é uma evidência de que o conhecimento que os pais daquele homem tinham era limitado. Eles conheciam o filho e sua cegueira. Porém, além disso, não conheciam nada mais! Não tinham conhecimento sobre como seu filho fora curado, muito menos sobre quem o havia curado.

Quem não experimenta o milagre tem um conhecimento limitado, quem, porém o experimenta, conhece tanto o Deus do milagre quanto os gloriosos caminhos da obediência!

A. M. Cunha

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

ORAÇÃO NO CAMINHO DA ESCRITURA - SALMO 121:3

“O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”

Salmo 121:2

Graças de Te dou Senhor, pois há um socorro destinado a mim. Tua graça me permite dizer: “O meu socorro”! Reconheço, sem dúvidas, que sou limitado, frágil e débil, pois sem Ti nada sou, nada tenho e nada posso fazer! Louvado seja o Teu nome, pois há um socorro que está vindo em minha direção! O meu escape não virá de homem algum, ou de poder terreno algum! O meu socorro vem de Ti! Tu és, portanto, a origem do meu socorro! É maravilhoso saber que o meu socorro vem do Senhor! Esta palavra, “Senhor”, descreve com especial riqueza quem, de fato, Tu és! Louvado seja o Teu nome, pois Tu és absolutamente independente de qualquer outro para ser o que és, fazer o que fazes, pensar o que pensar, estar onde estás e falar o que falas! O Senhorio absoluto pertence a Ti! Tenho a honra, por graça e misericórdia, de receber o socorro que Tu tens para mim! O que me conforta é saber que Tu fizeste o céu e a terra, e com o mesmo poder Tu providenciarás o meu socorro! Louvado seja o Teu nome! Amém!

A. M. Cunha

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A ANGÚSTIA NÃO NOS PRIVA DO PODER DE CLAMAR AO SENHOR

O vocábulo hebraico צַר [tsar] tem sido usado para designar aquilo que é estreito [Números 22:26], outras vezes para descrever ambientes e circunstâncias que geram angústia [Deuteronômio 4:30], bem como, têm sido usadas para designar um adversário [Gênesis 14:20], inimigo [Números 24:8] ou opressor [Salmo 27:2]. O uso desse vocábulo pode significar a ruína e a destruição de um lugar ou de uma pessoa. Neste Salmo, o vocábulo צַר [tsar] é usado por 4 (quatro vezes), nos versículos 6, 13, 19 e 28. Em todos estes usos, a angústia vem acompanhada de uma magnífica e esperançosa atitude: clamar ao Senhor! Portanto, por mais avassaladora que seja a angústia, por mais que ela se destine a arruinar e destruir uma pessoa ou um lugar, aqui, neste Salmo, fica mais que evidente que a angústia não é a palavra final. Mesmo que a alma esteja dominada e sob a influência de um dilacerante estado de angústia, ainda assim ela encontrará a força suficiente para clamar ao Senhor! A angústia, por mais cruel e intensa que pareça ser, não possui o poder para privar os filhos de Deus da capacidade de clamar ao Senhor! Se a angústia sufoca, o clamor é libertador!

A. M. Cunha

sábado, 22 de agosto de 2020

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA

[1]Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. [2]Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares;”

Salmo 46:1-2


Os arranjos linguísticos são cruciais para que se diga o que, de fato, se quer dizer. Para isso, o adequado uso dos vocábulos torna-se uma tarefa fundamental para que ideias sejam adequadamente transmitidas. Estes dois preciosos versículos bíblicos, inevitável e decididamente, fazem a alma, imersa em suas muitas aflições e conturbações, desfrutar de um poderoso estado de confiança. Tal estado de inabalável confiança emerge do primeiro versículo que apresenta uma singular descrição biográfica acerca de quem Deus é: Ele é refúgio e fortaleza para alma atribulada!

Se o primeiro versículo está focado em Deus, o segundo, por outro lado, conquanto também seja uma descrição, está focado, não em fazer uma exposição que caracterize o Ser de Deus, mas se concentra em construir uma maravilhosa descrição de como a alma que confia em Deus reage diante das circunstâncias da vida.

O vocábulo “Portanto” mostra-se como importante elemento de conexão entre estes dois versículos. Sua função gramatical busca detalhar que tudo o que é descrito no segundo versículo decorre, necessariamente, de tudo o que é afirmado no primeiro. Conclui-se, portanto, que o estado de confiança descrito no segundo versículo decorre de tudo o que se diz sobre o Ser de Deus no primeiro versículo, não sendo, portanto, resultado de nada do que a alma humana possa fazer.

O princípio que se extrai destes dois versículos pode ser assim resumido: A alma que verdadeiramente crê que Deus é seu refúgio, e que está absolutamente convencida de que toda a sua força vem Dele, desfrutará de uma sobrenatural confiança que lhe permitirá enfrentar as mais cruéis circunstâncias da vida!

A. M. Cunha

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O ESPÍRITO SANTO E A MISSÃO: OBEDIÊNCIA, PERSEVERANÇA E UM LUGAR

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto [...] Então, Jesus, no poder do Espírito Santo, regressou para a Galileia, e a sua fama correu por toda circunvizinhança. [...] O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.”

Lucas 4:1, 14 e 18

 

 

O registro da missão de Jesus, conforme o evangelista Lucas, está repleto de descrições acerca do Espírito Santo. Quatro importantes expressões acerca do Espírito Santo aparecem no capítulo 4 do Evangelho Segundo Lucas: [1] “cheio do Espírito Santo”, [2] “guiado pelo mesmo Espírito”, [3] “no poder do Espírito” e [4] “O Espírito do Senhor está sobre mim”. As três primeiras expressões estão vinculadas a um lugar: A primeira faz referência ao Jordão, o lugar do batismo de Jesus. A segunda, por sua vez, menciona o deserto, o lugar onde Jesus venceu a tentação. A terceira, por fim, refere-se à Galileia, o lugar onde Jesus iniciou o Seu ministério e que foi chamado por Mateus de “Galileia dos gentios”: lugar de trevas onde a luz resplandeceu [Mateus 4:15-16].

A quarta dessas expressões, ao contrário das três primeiras, não faz referência a lugares, mas à missão de Jesus: “evangelizar os pobres; [...] proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, [...] por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”.

Se prosseguirmos em nossa análise, poderíamos sugerir o seguinte: O Jordão, o lugar do batismo, aponta para a obediência. O deserto, o lugar da tentação, aponta para a perseverança. A Galileia, o lugar de trevas, aponta para o lugar da missão.

Sendo a quarta expressão uma descrição da missão de Jesus, poderíamos dizer que as três primeiras são uma descrição dos requisitos necessários para o cumprimento da missão. Assim sendo, a missão requer obediência, perseverança e um lugar onde a missão deve ser executada.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que existe um elemento em comum nas mencionadas quatro expressões, qual seja, o Espírito Santo. Seguindo a maravilhosa descrição do evangelista Lucas, chegamos à conclusão de que o seguro e eficaz caminho para o cumprimento da missão exigirá que o Espírito Santo esteja sobre o discípulo de Jesus, o que permitirá que o seguidor de Cristo seja cheio da pessoa do Espírito, submeta-se a ser guiado por ele e viva em constantes manifestações do poder do Espírito.

A. M. Cunha

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

PEDRO DESCE DO BARCO PARA ESTAR ONDE JESUS ESTAVA

O Novo Testamento possui duas passagens nas quais Jesus acalmou a tempestade no Mar da Galileia. A diferença significativa entre elas é o fato de que numa delas Jesus não estava no barco com os discípulos.

A primeira delas está registrada em Mateus 8:23-27. Nessa ocasião Jesus estava no barco, entretanto Ele dormia. Porém, tendo-se levantado “repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança” (Mateus 8:26).

Na segunda ocasião, porém, Jesus não estava no barco com os discípulos quando a tempestade os alcançou. Isso está registrado em Mateus 14:22-33. Nessa ocasião, Pedro, atendendo ao convite do mestre, desceu do barco. Sair do barco, naquele contexto, não significava deixar o lugar onde Jesus estava, ao contrário, considerando que Jesus estava “andando por sobre o mar”, significava deixar o lugar onde Jesus não estava para estar com Ele, mesmo que para isso, fosse necessário enfrentar as bravias ondas do mar. Pedro mostra-nos, portanto, um exemplo a seguir. Isso não significa, porém, que o caminho a seguir, para aquele que desce do barco, será apenas de triunfo. Notemos que Pedro, tão logo atentou para a força do vento, começou a submergir (Mateus 14:30). Nada está perdido, porém, quando se está no lugar onde Jesus está! Pedro clamou e o Mestre o socorreu! Assim, de mãos dadas com o mestre, Pedro subiu no barco e, diz a Escritura em Mateus 14:32, “cessou o vento”. É misteriosa a jornada que aguarda aquele que decide “descer do barco” para se encontrar com Cristo.

A. M. Cunha

O APONTADOR CELESTIAL



Para ser útil e deixar um registro nas páginas brancas, o lápis precisa ser desgastado. Quanto mais desgastado for o lápis, menor será o seu tamanho e maior poderá ser a história dos seus registros. O apontador que o “mata”, ou seja, que o desgasta, é o mesmo que o torna útil e profícuo em deixar importantes registros na história. Sem a “morte” do lápis, ou seja, sem o desgaste intencional e propositado, não haveria alguma para o lápis deixar seus registros história. O apontador, que rasga a celulose e dilacera o grafite, parece ser um insensível e algoz parceiro, que faz o lápis gemer antes de tornar-se útil para fazer os seus registros.

O apóstolo Paulo, em relação aos crentes da igreja em Corinto, era como um lápis registrador. Este fato pode ser comprovado com a seguinte descrição: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma.” [II Coríntios 12:15]. Os crentes de Corinto, em prol dos quais Paulo experimentava o desgaste de si mesmo, eram as páginas em branco sobre as quais ele deixava o registro do evangelho. A esse respeito o texto sagrado afirma: “Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens” [II Coríntios 3:2].

Cada cristão deve ser como um lápis nas mãos de Deus que é o grande “apontador celestial”. Aceitemos o agir do divino apontador para desgastar a nossa alma, pois com isto nos tornaremos úteis para o registro do evangelho nas almas de todos os homens.
A. M. Cunha