domingo, 18 de dezembro de 2022

ASPECTOS PRÁTICOS DA VIDA CRISTÃ - EPISÓDIO 2

Os teólogos costumam fazer uso do vocábulo “encarnação” para descrever o processo por meio do qual Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores! Nesta breve Série, nós faremos uso da ideia por trás deste do vocábulo “encarnação”, para transmitirmos algumas reflexões em torno do processo da encarnação de Cristo, que aqui denominaremos de “humanização de Cristo”, tudo com o propósito de identificar algumas posturas por Ele adotadas e, a partir de tais posturas, tentarmos extrair algumas lições que possam orientar qual deve ser a nossa postura nesta vida! Ressaltamos, ainda, que nesta Série, denominaremos essas posturas de “Aspectos Práticos da Vida Cristã”!

Sendo assim, para compreendermos os aspectos práticos da vida cristã, será imprescindível e extremamente revelador seguirmos os passos de Cristo, pois Ele é o nosso modelo! O que Ele fez é a expressão de tudo aquilo que nós devemos fazer! Por conseguinte, identificaremos, ao longo desta Série, algumas posturas adotadas por Cristo para que compreendamos qual deve ser a nossa postura Cristã durante os dias em que estamos peregrinando nesta Terra!

Inicialmente, faremos uma breve análise do modo como as ações ocorreram durante o processo de humanização de Cristo! Vejamos, portanto, alguns preciosos versículos da Palavra de Deus:

 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”

João 1:1-3 

Cristo foi apresentado nestes versículos com “O Verbo Divino”, como “Deus”, como “Criador de todas as coisas”. Sem ele, nada do que existe existiria! Este texto mostra onde Cristo estava no princípio: No melhor ambiente para se viver – Na presença do Pai e em comunhão com o Espírito Santo. A escritura denomina este lugar de “Pátria Celestial”!

Enquanto Cristo desfrutava deste glorioso ambiente de comunhão, a humanidade estava vivenciando um profundo estado de perdição, o extremo oposto desta “Pátria Celestial”! O texto de Romanos 3:23, assim descreve a condição humana: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.

A humanidade, sem nenhuma exceção, foi descrita neste versículo como sendo formada por pecadores que estão afastados da glória de Deus! A humanidade, portanto, foi descrita como imersa no pecado, cujo salário, conforme Romanos 6:23, é a morte!

Cristo, porém, não se manteve em estado de inércia diante do deplorável estado espiritual no qual a humanidade se encontrava. Os textos de João 1:14 e Filipenses 2:5-8 são extremamente reveladores quanto o que Cristo fez diante deste deplorável estado:

 

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”

João 1:14 

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

Filipenses 2:5-8

De acordo com estes textos, Cristo abandonou o lugar onde estava, esvaziou-se a Si mesmo e assumiu uma nova forma, a forma humana. Por que Cristo tomou tal decisão? A resposta é, porque Ele contemplou a situação da humanidade caída e compadeceu-se do seu deplorável estado espiritual.

Outro texto bíblico que é muito importante para a nossa análise é o texto de Gálatas 4:4-5, que nos diz o seguinte:

 

“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”

 

Esse precioso texto bíblico anuncia que o homem seria resgatado por Cristo e receberia uma nova natureza: A natureza de filho de Deus! O homem seria, portanto, libertado da escravidão de pecado! Isso somente foi possível porque Cristo tomou a decisão de esvaziar-se a Si mesmo e assumir a forma humana, com o propósito de morrer para que todo aquele que nele cresse pudesse obter a vida eterna!

Vejamos mais um importante texto bíblico:

 

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.”

1 João 3:16

Este texto possui duas cruciais informações: Em primeiro lugar, vemos que Cristo deu a Sua vida por nós. Em segundo lugar, somos confrontamos com o mandamento de que nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos! Noutras palavras, o texto bíblico apresenta a seguinte orientação: Se agirmos do mesmo modo como Cristo agiu, nós seguiremos os Seus passos!

Sim irmãos, todo este conjunto de textos bíblicos serviu de base para que pudéssemos compreender que Cristo é o nosso modelo! Há uma crucial informação em tudo isso: Para mudar a nossa vida, Cristo mudou a dele! Ele saiu do lugar onde estava, mudou a Sua forma, esvaziou-se a Si mesmo: Tudo para mudar a nossa vida! Por conclusão, podemos inferir que se quisermos mudar a vida de alguém, precisamos mudar a nossa própria vida!

A essa radical e importante mudança denominaremos de “humanização”. A humanização de Cristo está muito claramente descrita em Filipenses 2:5-8, onde se diz que Ele esvaziou-se a Si mesmo, assumiu a forma de homem. Noutras palavras, Ele penetrou na vida cotidiana dos homens! Foi desta forma que Cristo humanizou-se, pois passou a fazer parte da vida dos homens, tudo com o propósito de lhes oferecer uma oportunidade para serem transformados para sempre!

Quando olhamos para a nossa vida, o que percebemos? Normalmente, desfrutamos de uma vida espiritual particular, pois ficamos presos em nosso cantinho individual – vivendo de nós para nós mesmos! Se continuarmos assim, nossa visão será limitada. Veremos apenas o que está em nosso “mundo particular” e jamais veremos as outras pessoas, ou sentiremos necessidade de ajudá-las, ou de compartilhar suas alegrias e suas dores! É por isso que precisamos de humanização! Precisamos sair de nosso mundo particular e penetrar na vida cotidiana das pessoas que estão ao nosso redor! Em resumo, DEVEMOS PRATICAR JOÃO 1:14. O nosso “mundo particular” é a nossa vida, a nossa casa, o nosso templo, o nosso cantinho de vida. Porém, assim como Cristo, nós devemos experimentar o processo de humanização, e, por conseguinte, experimentarmos uma mudança em nossa vida para que possamos auxiliar na mudança da vida de outras pessoas. Se fizermos isso, tornaremos João 1:14 uma realidade em nossa vida!

A. M. Cunha