sábado, 13 de abril de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 8

O tempo é extremamente gracioso, como por exemplo, quando somos contemplados com o nascimento de criança! O mesmo tempo, porém, pode também ser implacável, pois simultaneamente ao nascimento de uma criança, alguém pode estar contraindo uma enfermidade mortal. O capítulo 8 do Evangelho Segundo Lucas contém uma surpreendente narrativa acerca do caráter gracioso e implacável do tempo. No mesmo ano em que a filha de Jairo nascia, uma mulher contraía uma grave enfermidade que, provocando-lhe hemorragia, causava-lhe grande sofrimento [Lucas 8:43 e 44]. Assim, de um lado temos a alegria de Jairo pelo nascimento de sua filha e, de outro, a tristeza de uma por ter contraído uma enfermidade.

O texto bíblico nos dá conta de que a filha de Jairo ficou gravemente enferma, estando à beira da morte, no mesmo ano em que aquela mulher completou doze anos de sofrimento com uma enfermidade que lhe causava grave hemorragia. Assim, a alegria de Jairo dava lugar à tristeza, ao mesmo tempo em que aquela mulher amargava doze anos de sofrimento. Ambas, porém, experimentaram o milagre em suas vidas, tendo um elemento em comum: Jesus e o toque!

O milagre da filha de Jairo veio quando “Jesus a tocou”. O texto bíblico assim narra seu milagre: “Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te!” [Lucas 8:54]. Por consequência deste toque, “ela imediatamente se levantou” [Lucas 8:55]. A mulher também obteve seu milagre pelo toque, porém, não foi Jesus quem a tocou, ao contrário, “foi ela quem O tocou”. A Bíblia assim narra este momento: “Certa mulher [...] veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia.” [Lucas 8:43 e 44]. É maravilhoso saber que o toque, quer seja “de” Jesus ou “em” Jesus, é poderoso para, a um só tempo, desfazer o caráter implacável do tempo e promover o esperado milagre que transforma as dores humanas em biografias de amor!
A. M. Cunha

sexta-feira, 12 de abril de 2019

UMA INTELIGÊNCIA HUMILHADA DIANTE DA DIVINA SOBERANIA NÃO NOS ENVERGONHA, ELA NOS CONFORTA


“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.”
Deuteronômio 29:29

Este versículo é uma veemente declaração acerca da postura mais segura que a inteligência humana deve adotar: Manter-se em estado de humilhação! Tal postura é essencialmente segura, pois por ela, nela imerso e sob seus profundos efeitos é que a alma humana estará “em estado de satisfação”! Uma inteligência humilhada não nos envergonha, ela nos conforta!

“As coisas encobertas pertencem ao Senhor”! Tal realidade revela nossa insuficiência, incompletude e limitação, convidando nossa inteligência a manter-se em estado de humilhação. Se as coisas encobertas pertencem exclusivamente ao Senhor, o mesmo não se dá com as reveladas, pois elas submetem-se a um pertencimento comunitário: Não pertencem apenas a mim, mas a um “nós coletivo”. Portanto, o que revelado está, não o está apenas para mim, mas para o “nós coletivo”; e não apenas para hoje, mas para sempre!

As coisas encobertas humilham a nossa inteligência, as revelas, por outro lado, conduzem nossa inteligência para os inefáveis caminhos da obediência aos mandamentos divinos!
A. M. Cunha

segunda-feira, 8 de abril de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 7

O capítulo 7 do Evangelho Segundo Lucas mostra-nos um encontro muito especial. De um lado, Jesus, que, acompanhado por muitos dos Seus discípulos e uma grande multidão, entrava na cidade de Naim, e do outro, uma viúva que, fazendo-se acompanhar por uma grande multidão, saía da cidade de Naim para o sepultamento do seu filho único. Os olhos de Jesus, sempre atentos à dor humana, contemplaram aquela viúva no meio da grande multidão! Ele a viu e, tendo Sua compaixão foi acionada ante a dor daquela mãe, aproximou-se dela para dizer-lhe: Não chores!” [Lucas 7:13]. Jesus, no entanto, não se aproxima apenas daquele que suporta a dor do choro, mas, com terna compaixão, aproxima-se da origem daquela dilacerante dor, ou seja, a morte, para dizer: Jovem, eu te mando: levanta-te!” [Lucas 7:14]. A sobrenatural consequência deste singular encontro está descrita no versículo 15, quando se diz: “Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe”. A dádiva daquele encontro não alcançou apenas a mãe e seu único filho, mas seus respingos atingiram a todos os que participaram daquele encontro, por isso se diz: “Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo” [Lucas 7:16]. O encontro com Jesus sempre será surpreendente, pois os seus efeitos serão sentidos por muitos, e não apenas por aqueles que, aos nossos olhos, seriam seus únicos beneficiados!
A. M. Cunha

domingo, 7 de abril de 2019

OBTEMOS EXATAMENTE AQUILO QUE ESTÁ NO CORAÇÃO DE DEUS


“porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.”
Marcos 11:23

A ação descrita neste verso deve ser proferida por alguém que tem fé. O texto diz: “e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz”. No entanto, nada deste precioso versículo poderá ser adequadamente compreendido e experimentado sem que se observe, por exemplo, o maravilhoso conteúdo do versículo antecedente. Lá se diz: “Tende fé em Deus” [Marcos 11:22]. Da magnífica conexão entre estes dois versículos, pode-se extrair a seguinte verdade: Aquele que tem fé em Deus obterá o que os seus lábios proferirem, porque o que os seus lábios disserem é o que está no coração de Deus, pois aquele que tem fé em Deus, crê, não em suas próprias palavras, mas em Deus e em Suas infalíveis promessas.

Há nesse texto, sem dúvida, uma conduta ativa por parte daquele que tem fé – pois o texto diz: “se alguém disser a este monte”. Mas, igualmente, há também uma conduta ativa, desta vez, não da parte daquele que diz, mas da parte de Deus, que é de fato quem realiza aquilo que é proferido pelos lábios daquele que tem fé. Observemos a ênfase contida na expressão “assim será com ele”. O princípio aqui parece ser bem claro: Quem ao final realiza o que é proferido pelos lábios de quem tem fé em Deus é o próprio Deus, porque aquilo que foi dito está profundamente alinhado com o que Deus deseja realizar.
A. M. Cunha