sábado, 2 de fevereiro de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS - Capítulo 4

O atento leitor do Evangelho de Marcos encontrará no seu capítulo 4 muitas parábolas cujo propósito é apresentar o Reino de Deus. Uma delas é a conhecida parábola do “grão de mostarda”, onde o semeador não se deixa influenciar pela aparência externa do “grão semeado”, por mais desprezível que possa aparentar, pois, como afirma o texto, “é a menor de todas as sementes sobre a terra”. Que sublime parábola! Nada detém o semeador, nem mesmo a aparente insignificância do grão de mostarda! Ao contrário, percebendo o potencial para produzir vida, o semeador, lançando mão do grão, semeia-o na terra, crendo que nada poderá deter o surgimento da vida nele contida! Como são confortadoras as palavras relativas àquela pequena semente: “uma vez semeada”! Basta ao grão ser semeado, pois o resto, a vida faz acontecer: ele cresce, torna-se uma árvore com grandes ramos e oferece ninho às aves do céu! O Reino de Deus é assim, quanto mais se expande, mais ninho Ele oferece!
A. M. Cunha

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O DEUS DAS ESCRITURAS É O NOSSO DEUS


“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”
Filipenses 4:19

Ao fazer uso da expressão “o meu Deus”, o apóstolo Paulo demonstrava que conhecia o Deus a quem servia. Tal conhecimento perdurou até os seus últimos dias, pois, numa de suas últimas cartas, ele afirmou: “sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” [2 Timóteo 1:12]. Paulo também conhecia os inesgotáveis recursos divinos, a partir dos quais cada uma das necessidades dos Seus filhos seriam supridas! Tais recursos são tão colossais e ilimitados a ponto de serem denominados de “sua riqueza em glória”. O Deus dos recursos ilimitados, detentor dos céus e da terra, todo-magnífico em Sua essência, é declarado nas Escrituras como “o nosso Deus”!
A. M. Cunha

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS – Capítulo 3


Nem sempre olhar para Jesus, por mais que tal atitude assuma uma aparência piedosa, será uma atitude tão piedosa assim. Isto pode soar estranho à primeira vista, mas este é um dos princípios anunciados nos versículos de 1 a 6 do capítulo 3 do Evangelho Segundo Marcos. Algumas pessoas estavam na sinagoga, onde também estava um homem, oculto pela penumbra do anonimato, que tinha uma das mãos ressequida. Aquelas pessoas observavam atentamente Jesus, não para receberem as virtudes celestiais que Dele emanavam, mas porque procuravam ocasião para acusá-Lo caso Ele realizasse alguma cura em dia de sábado. Nenhum poder existe no olhar de acusação, a não ser o poder de provocar destruição e ampliar a dor, pois o olhar de acusação tem sua origem na “dureza do coração humano” [Marcos 3:5].  Jesus, no entanto, olha para aquele homem e opta por “fazer o bem [...] Salvar a vida [...]” [Marcos 3:4], pois o Seu olhar, ao contrário do olhar acusador daquelas pessoas, estava repleto de piedade!
A. M. Cunha

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

A ANSIEDADE É DERROTADA PELA ORAÇÃO E PELA SÚPLICA COM AÇÕES DE GRAÇA

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
Filipenses 4:6-7

Em Filipenses 4:4, o apóstolo Paulo convida-nos a nos alegrarmos no Senhor; e ele o faz com insistência, por isso se diz: “outra vez digo: alegrai-vos”. Nenhuma alegria espiritualmente relevante tem origem exclusivamente na força do próprio homem; ela nos alcança como dádiva celestial, pois “perto está o Senhor” [Filipenses 4:5]. O Senhor, portanto, é a origem da nossa alegria!

A ansiedade, por outro lado, revela-se como uma força inibidora e, até mesmo, aniquiladora da alegria. O contraponto, no entanto, é a prática da oração e súplica com ações de graças, conforme descrito em Filipenses 4:6. A prática da oração é, a um só tempo, uma força que se contrapõe à ansiedade e um vigoroso mecanismo que nos aproxima da paz de Deus, pois “a paz de Deus [...] guardará o vosso coração” [Filipenses 4:7]. O coração e a mente, antes desprotegidos em função dos danos causados pela ansiedade, agora são alcançados pela força protetora da divina paz, que docemente se aproxima daquele que, com perseverança, trilha o caminho da prática da oração.

De acordo com a percepção do apóstolo Paulo, a ansiedade é uma peçonha terrível e mortal para o coração e para a mente. A paz de Cristo, porém, derrota a ansiedade e mantém sob constante proteção o nosso coração e a nossa mente.
A. M. Cunha

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

A SALVAÇÃO É UMA RELAÇÃO ENTRE MISERICÓRDIA, REGENERAÇÃO E RESSURREIÇÃO


“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,”
1 Pedro 1:3

A teologia apresentada nestes versículos está acuradamente centrada em três vocábulos: misericórdia, regeneração e ressurreição!

Misericórdia: Todo o projeto da salvação veio até nós em função da misericórdia divina. O apóstolo Pedro afirma que a salvação nos foi concedida segundo a muita misericórdia de Deus [I Pedro 1:3]. Já se disse pela graça recebemos o que não merecíamos, ao passo que, pela misericórdia, não recebemos o que merecíamos receber. Em outras palavras, não merecíamos a salvação, por isso fomos salvos pela graça [Efésios 2:5 e 8]. Noutra medida, merecíamos a condenação, mas em função da misericórdia divina não somos condenados[Romanos 3:23, Ezequiel 18:20-21].

Regeneração: O homem pecador está destituído da glória de Deus e não possui condições de se aproximar dele. Neste estado de queda, o homem “não pode ver [...] e não pode entrar no reino de Deus” [João 3:3 e 5], a menos que passe pela regeneração, ou seja, o experimente o novo nascimento [João 3:7].

Ressurreição: A obra realizada por Cristo no calvário precisava de uma consumação positiva. A consumação positiva seria a vitória de Cristo sobre a morte [Romanos 6:9], pois, como Ele poderia oferecer vida a alguém, se Ele mesmo permanecesse sob o domínio da morte? A ressurreição foi fundamental na obra redentora, uma vez que, sem ela a nossa fé seria vã e, consequentemente, ainda estaríamos sob a condenação do pecado [I Coríntios 15:17].  É por isso que Pedro afirma que Deus “... nos regenerou ... mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”!
A. M. Cunha

A IGREJA É A COMUNIDADE DE JESUS ONDE SUA GLÓRIA PODE SER VISTA

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”
João 1:1-3

Jesus Cristo é maravilhosamente descrito nestes versículos! Ele era o Verbo, Ele era Deus! A afirmação de que Ele era o Verbo e era Deus, não significa que Ele deixou de ser o Verbo e de ser Deus, pois “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” [Hebreus 13:8]! Assim, Jesus Cristo é o Verbo, Ele é Deus! Ele também é o criador de todas as coisas! Sem Ele, nada, absolutamente nada, do que foi feito existiria! Olhemos para Cristo e contemplemos Sua plenitude, Sua majestade e Seu poder! Este texto não mostra apenas o que Cristo é, mas onde Ele estava: no melhor ambiente para se viver: Na comunidade divina, pois “o Verbo estava com Deus”!

Basta-nos correr alguns versículos adiante, para descobrirmos que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” [João 1:14]. O Verbo, que estava na comunidade divina, formou uma nova comunidade: A igreja! Nesta nova comunidade o Verbo é “cheio de graça e de verdade”. Nesta comunidade que a Sua glória pode ser vista! Jesus Cristo, o Verbo, pleno, majestoso e poderoso, cheio de graça e de verdade, habita entre nós!
A. M. Cunha

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

A PAZ QUE RECEBEMOS DE DEUS DEVE SER UMA DÁVIDA PARA O PRÓXIMO


“Ora, o Senhor da paz, ele mesmo, vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias. O Senhor seja com todos vós.”
2 Tessalonicenses 3:16

A paz em sua perspectiva humana é, por essência, circunstancial. No entanto, a paz que o Senhor da paz concede aos Seus filhos é contínua e incircunstancial, por isso se diz “o Senhor da paz [...] vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias”. Sempre que Ele nos concede Sua paz, Ele nos diz: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” [João 14:27]. A paz concedida, porém, não é sem propósito, pois ela vem revestida de um comissionamento. Observemos as palavras de Nosso Senhor: “Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” [João 20:21]. O comissionamento não confere àquele que recebe a paz o direito de ensimesmar-se, ao contrário, impulsiona-o a nutrir o atributo do altruísmo, pois a paz não é para si mesmo, mas uma dádiva para próximo!
A. M. Cunha

AS CORES QUE PINTAM O CÉU PODEM PINTAR SUA ALMA


“Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos”
Apocalipse 22:5

O sol não é um astro destinado a ser objeto de contemplação, nem os seus raios destinam-se única e repetidamente a ser um mecanismo de dissipação, ainda que temporária, da escuridão. Eles são uma necessidade para a vida humana. Mas haverá o dia em que nós não mais precisaremos do sol, e não apenas da sua luz, pois o Senhor Deus brilhará sobre nós! Porém, enquanto esse dia não chega, e, conquanto a contemplação não se constitua no único destino do sol e dos seus raios, eu me entrego nos braços dessa contemplação, quase que matinalmente e, quase sempre antes do nascimento do sol, para alimentar a minha alma com a beleza das cores que pintam o céu, quando o sol vem chegando e a noite vai se escondendo!
A. M. Cunha