sábado, 23 de fevereiro de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS - Capítulo 8


Uma das marcas características dos milagres de Jesus era o fato de serem instantâneos! Expressões como “no mesmo instante” eram características dos milagres que Jesus realizava, tais como: “No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo” [Marcos 1:42] e “Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos” [Marcos 2:12]. O capítulo 8 do Evangelho de Marcos, no entanto, reserva-nos um milagre singular. Um cego foi apresentado a Jesus em Betsaida. Jesus tomou o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia, aplicou-lhe saliva aos olhos e impôs-lhe as mãos. Enfim, Jesus perguntou: “Vês alguma coisa?” [Marcos 8:23]. A resposta daquele cego, pelo menos aos nossos olhos, foi inesperada para aquele tipo de ocasião. Ele disse: “Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando” [Marcos 8:24]. Ele via, isto é fato, mas não via bem, isto também é fato. Homens não são como árvores e árvores não andam! Diante destes fatos, o texto bíblico nos diz: “Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos” [Marcos 8:25]. Somente após este “segundo toque” é que se diz: “e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido” [Marcos 8:25]! Por mais que possa ser inicialmente estranho aos nossos olhos, este milagre não nos deveria causar estranheza, principalmente a nós, pois sempre, e todos os dias, precisamos de um segundo toque de Cristo! Permitamos que o Senhor nos toque uma segunda vez e assim nossa visão será plenamente restaurada!
A. M. Cunha

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS - Capítulo 7


O que pode contaminar o homem? O capítulo 7 do Evangelho Segundo Marcos oferece-nos uma resposta. Jesus afirma em Marcos 7:15, que nada “há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar”. Obviamente Jesus não estava falando em termos fisiológicos, por exemplo, pois sabemos que o homem pode ser contaminado quando microrganismos [bactérias, fungos, leveduras, vírus, entre outros], entram em contato com seu organismo. A contaminação anunciada por Jesus não é aquela decorrente do que entra no homem, mas a que é decorrente daquilo que sai do homem, pois o “que sai do homem, isso é o que o contamina” [Marcos 7:20]. Para que não restem dúvidas sobre o que contamina o homem, Jesus oferece o seguinte diagnóstico conclusivo: “O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” [Marcos 7:20-23]. Tal diagnóstico parece-nos a sentença final de todo homem. Porém, resta-nos uma gloriosa promessa: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra” [Ezequiel 36:26]! Busquemos, pois, em Deus, a dádiva deste novo coração!
A. M. Cunha

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS - Capítulo 6


Instigante, esta é, muito provavelmente, uma especial maneira de se referir ao capítulo 6 do Evangelho de Marcos; pois ele aponta para um provocante princípio: O exercício da misericórdia desafia o nosso direito de descansar! Jesus convida Seus discípulos a terem um pouco de repouso num lugar deserto, porque eles, devido às muitas tarefas de serviço ao povo, não tinham tempo sequer para comer [Marcos 6:31]. Jesus, acompanhado dos Seus discípulos, foi para um lugar solitário, com o firme propósito de descansar. O versículo 33, porém, reserva um curioso acontecimento, pois “Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá”. É exatamente neste momento que a compaixão desafia o descanso de Jesus. O texto bíblico afirma que ao “desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor” [Marcos 6:34]. A narrativa bíblica continua: “E passou a ensinar-lhes muitas coisas”! Jesus, mesmo cansado, não descuidou de Sua responsabilidade para com aquele povo, seguiu o fluxo de Sua vocação para servi-los, pois a compaixão que O movia, como dito acima, desafiou o Seu direito de descansar!
A. M. Cunha

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O AMOR DE CRISTO NOS CONSTRANGE A CRESCER E AMADURECER


“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”
2 Coríntios 5:14

Não nos parece razoável que o apóstolo Paulo, ao fazer uso da expressão “o amor de Cristo nos constrange”, tenha pretendido dizer que Cristo nos impõe uma vergonha tal a ponto de nos constranger. A Escritura afirma que aqueles que cometem abominação serão envergonhados [Jeremias 6:15]. O amor de Cristo, no entanto, não nos envergonha! Aquilo que produz vergonha não evidencia o amor, pois no “amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” [1 João 4:17].

O vocábulo grego, συνέχω [sunecho] tem sido usado para designar algo que comprime, que pressiona por todos os lados, ou ainda, para descrever um estreito que força um navio a seguir um curso através de um determinado canal. Portanto, parece-nos razoável que o constrangimento aqui abordado refira-se à capacidade que o amor de Cristo tem de nos impulsionar para uma direção que cooperará para o nosso bem e glorificará a Deus! Não há amor naquilo que envergonha, mas, aquilo que promove o crescimento e impulsiona o amadurecimento é uma extraordinária manifestação de amor!
A. M. Cunha

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O PODER, O AMOR E A MODERAÇÃO DEVEM ESTAR ALINHADOS COM O PROPÓSITO DE DEUS


“Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”
2 Timóteo 1:7

Há um espírito de poder, de amor e de moderação que nos foi concedido! Nós o recebemos, não das mãos de homens, mas das mãos do poderoso e eterno Deus! Nós o possuímos, não porque o tenhamos conquistado ou merecido! Este espírito é uma dádiva que graciosamente nos foi oferecida por Deus! A esse respeito o apóstolo Tiago afirmou: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” [Tiago 1:17]!

Poder, amor e moderação, que palavras extraordinárias! Permitam-me abraçá-las e gentilmente dançar ao som do frescor por elas emanado: O poder sem amor deve ser moderado, pois não há amor no poder sem moderação. O amor, por outro lado, é um poder que nunca deve ser moderado, pois não há poder quando o amor é moderado. O amor é manifestado quando o poder é moderado, na mesma medida em que a moderação do amor enfraquece o poder. O poder, o amor e a moderação serão dádivas gloriosamente transformadoras quando a sua prática estiver alinhada com o propósito estabelecido por Deus.
A. M. Cunha

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

DEUS, CONQUANTO SEJA ÍNTIMO E PESSOAL, ESTA INTIMAMENTE COMPROMETIDO COM A COLETIVIDADE DO SEU POVO

“Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite”
Salmo 90:1-4

O salmista declara: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio” [Salmo 90:1]. Observemos o caráter corporativo desta declaração! O salmista não está a reconhecer o Senhor unicamente como seu pessoal e particular refúgio! Ao contrário, ele o faz enfaticamente conectado à coletividade do povo de Deus! Tal reconhecimento é fruto de uma cuidadosa interpretação da história do povo de Deus. O salmista, portanto, conhecendo a história dos israelitas, nela identificou muitos sinais da ação divina como refúgio para o Seu povo! Em outras palavras, Deus sempre esteve agindo no Seu povo para protegê-lo! Assim, os olhos do salmista não estão unicamente focados em sua história pessoal ou particular, mas na coletividade do povo de Deus, ou seja, estão voltados para a história dos israelitas. Por conseguinte, o salmista atua como um intérprete da história do povo de Deus, pois nela, e a partir dela, seus olhos foram capazes de contemplar os atos de misericórdia e graça que o Senhor lhes tem fielmente dispensado. Sim, conquanto Deus seja um Deus pessoal e íntimo em relação a todo aquele que nele crê, Ele jamais deixará de ser um Deus intensamente envolvido e comprometido com a coletividade daqueles que nele creem.
A. M. Cunha