segunda-feira, 5 de agosto de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO – Capítulo 19


O capítulo 19 do Evangelho Segundo João relata os últimos momentos de Jesus antes de sua morte. Ele estava diante de Pilatos: Havia sido acoitado [João 19.1], tornou-se alvo de zombaria por parte dos soldados [João 19.2], tendo, inclusive sido esbofeteado [João 19.3]. Após isto, Pilatos, não encontrando em Jesus crime algum, o apresentou ao povo com as seguintes palavras: “Eis o homem!” [João 19.4-5]. Com medo de que Jesus fosse solto, os judeus clamavam: “Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César!” [João 19.12]. Diante disso, Pilatos o apresenta aos judeus com as seguintes palavras: “Eis aqui o vosso rei.” [João 19.14]. Meras palavras, porém, se dissolvem como as nuvens. Pilatos registra por escrito este título de Jesus. O anúncio é claro: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus” [João 19.19]. E ele o faz em hebraico, latim e grego [João 19.20]. O título é, portanto registrado na língua da religião [hebraico], na língua do Império [latim] e na língua da intelectualidade [grego]. O mundo inteiro estava representado nestes três idiomas. É como se todos devessem saber que Jesus Cristo é o Rei dos Judeus! Este título, no entanto, é pouco para a grandiosidade do crucificado. O apóstolo Paulo, de acordo com Filipenses 2.10-11, o amplia ainda mais, ao afirmar que todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, há de se dobrar diante do nome de Jesus e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor! Muito mais do que homem, muito mais do que rei, Jesus é Senhor! Um mero homem, ou mesmo um rei pode ser crucificado, mas não um Senhor Soberano! Esta ideia está implicitamente compreendida nas seguintes palavras de Jesus: [...] porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou.” [João 10.17-18]. O Cordeiro de Deus, muito além do que homem, muito mais do que rei, não foi meramente crucificado. Como Senhor que é, Todo-Poderoso Senhor, Jesus deixou-se ser crucificado! Sim, este foi um ato do amor divino, pois [...] Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” [Romanos 5.8].
A. M. Cunha