sábado, 25 de maio de 2019

UM CORAÇÃO LIVRE DA TERRA E ESCRAVO DO CÉU


“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
Mateus 6:19-21

Considerando o fato de que as ações humanas promovem o acúmulo de tesouros, Jesus acrescenta ao Sermão do Reino duas ordens, autênticos mandamentos que revelam uma dupla perspectiva: a perspectiva terrena e a perspectiva da eternidade. Suas palavras são claras, diretas e contundentes.

A primeira destas perspectivas, que enseja uma ordem para “não fazer”, é a terrena. O Senhor diz: “Não acumuleis [...] tesouros na terra”. Não envidem esforços, não concentrem energias, não direcionem suas forças para o acúmulo de tesouros nesta terra. Quem assim vive revela que o seu coração fixou residência nesta terra, fazendo dela sua origem, sua razão de ser e seu destino final.

A segunda perspectiva, que evidencia uma ordem para “fazer”, é tipicamente celestial. Em Suas palavras o Senhor ordena: “ajuntai para vós outros tesouros no céu”. Aquele que acumula tesouros nos céus demonstra cabalmente que a terra não é sua residência final. Sua pátria é celestial, pois ele compreende que o céu não é apenas sua razão de ser ou o seu destino final, mas sua poderosa, definitiva e transformadora origem. Seu coração está livre da terra e intensamente se mantém escravo do céu!

Os tesouros da terra são facilmente corroídos pela traça e pela ferrugem e são drasticamente alcançados por ladrões que escavam e roubam! Os tesouros celestiais, por outro lado, estão definitivamente protegidos, não estando sujeitos, de forma alguma, aos ataques das traças, da ferrugem e dos ladrões!
A. M. Cunha

sexta-feira, 24 de maio de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE LUCAS - CAPÍTULO 22


Uma das características do ministério de Jesus foi a escolha de seguidores. Levi, conhecido como Mateus, por exemplo, foi alvo do seguinte chamado de Jesus: “Segue-me!” [Mateus 5.27]. O conteúdo das palavras desse chamado, em sua essência, revelava o fato de que o seguidor, caso pretendesse seguir Jesus adequadamente, deveria manter-se perto o suficiente dele para, de fato e com constante aprendizado, ouvir os Seus ensinamentos, obedecer as Suas ordens e seguir o Seu exemplo. Tal fato pode ser adequadamente percebido na expressão “junto dele”, contida no texto de Marcos 3.13, que nos diz: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele”. O capítulo 22 do Evangelho de Lucas, no entanto, demonstra que um dos seguidores de Jesus, o apóstolo Pedro, não observou à risca este princípio, pois o texto bíblico afirma que “Pedro seguia de longe” [Lucas 22.54]. Manter-se longe de Jesus é uma conduta perigosa que, inclusive, poderá fazer com que o seguidor de Cristo trilhe os tortuosos caminhos do esfriamento espiritual que culminam com a trágica atitude de negá-lo. Foi exatamente isso o que Pedro fez, e o fez por três vezes: “Mulher, não o conheço” [Lucas 22.57], “Homem, não sou” [Lucas 22.58] e “Homem, não compreendo o que dizes” [Lucas 22.60]. A cruel negação de Pedro foi drasticamente interrompida pelo canto do galo. O silêncio que se seguiu reverberava com inquietante estrondo na vulnerável alma do apóstolo. Dois foram os reflexos que se seguiram: Em primeiro lugar, Pedro lembrou-se da Palavra do Senhor que previamente havia sido proferida para revelar a fragilidade das suas convicções no que se refere a sua disposição em seguir o divino mestre. Em segundo lugar, Pedro, abandonando o lugar da queda [por isso se diz “Então, Pedro, saindo dali”], vê-se imerso no amargo choro de uma alma que percebeu o seu próprio fracasso.
Caso tais momentos de afastamento nos atinjam, que o Senhor nos dê abundante graça para sermos sensíveis o suficiente, a ponto de percebermos o Seu olhar, e, a partir dele, lembrarmo-nos de Sua Palavra e assim, arrependidos de fato de Tê-lo negado, corrermos velozmente ao encontro do Seu abraço acolhedor.
A. M. Cunha

domingo, 19 de maio de 2019

A DÁDIVA DE DAR PRESENTES: UMA VIA DE MÃO DUPLA!


Esta imagem, um presente que eu e minha esposa recebemos, tem sua origem num presente que entregamos: A dádiva graciosamente retornou!

Dar presentes é uma dádiva: O presente que se dá estará sempre presente nas memórias de quem o recebe e, não raro, percorre uma via de mão dupla. Ele vai, mas também, por vezes, retorna em forma de gratidão. Aliás, a gratidão [a graça que te dão], proveniente da arte de dar presentes, é extremamente graciosa: enche de graça o que dá, tanto quanto inebria o que recebe. Faz “rir” tanto quem presenteou quanto quem foi presenteado! O presente é presente porque está, antes de tudo, presente no magnífico vínculo de alma que une o doador e o donatário. O presente é atemporal: Ele está sempre no presente – no passado ele foi presente, mas continua, ainda hoje, sendo presente e, no amanhã, continuará sendo o que sempre foi: um presente!

Miguel e Ana Cristina, obrigado pela carinhosa retribuição! Aproveito esta oportunidade para dizer que seus nomes têm um revelador significado: Miguel significa “que é semelhante a Deus” e Cristina, por sua vez, significa “cristã” ou “ungida por Deus”. Nosso desejo é que suas vidas sejam “ungidas por Deus e, portanto, “cristãs”: Em tudo “semelhantes a Deus”!

A. M. Cunha e Rita de Cássia Cunha