sábado, 22 de agosto de 2020

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA

[1]Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. [2]Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares;”

Salmo 46:1-2


Os arranjos linguísticos são cruciais para que se diga o que, de fato, se quer dizer. Para isso, o adequado uso dos vocábulos torna-se uma tarefa fundamental para que ideias sejam adequadamente transmitidas. Estes dois preciosos versículos bíblicos, inevitável e decididamente, fazem a alma, imersa em suas muitas aflições e conturbações, desfrutar de um poderoso estado de confiança. Tal estado de inabalável confiança emerge do primeiro versículo que apresenta uma singular descrição biográfica acerca de quem Deus é: Ele é refúgio e fortaleza para alma atribulada!

Se o primeiro versículo está focado em Deus, o segundo, por outro lado, conquanto também seja uma descrição, está focado, não em fazer uma exposição que caracterize o Ser de Deus, mas se concentra em construir uma maravilhosa descrição de como a alma que confia em Deus reage diante das circunstâncias da vida.

O vocábulo “Portanto” mostra-se como importante elemento de conexão entre estes dois versículos. Sua função gramatical busca detalhar que tudo o que é descrito no segundo versículo decorre, necessariamente, de tudo o que é afirmado no primeiro. Conclui-se, portanto, que o estado de confiança descrito no segundo versículo decorre de tudo o que se diz sobre o Ser de Deus no primeiro versículo, não sendo, portanto, resultado de nada do que a alma humana possa fazer.

O princípio que se extrai destes dois versículos pode ser assim resumido: A alma que verdadeiramente crê que Deus é seu refúgio, e que está absolutamente convencida de que toda a sua força vem Dele, desfrutará de uma sobrenatural confiança que lhe permitirá enfrentar as mais cruéis circunstâncias da vida!

A. M. Cunha

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O ESPÍRITO SANTO E A MISSÃO: OBEDIÊNCIA, PERSEVERANÇA E UM LUGAR

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto [...] Então, Jesus, no poder do Espírito Santo, regressou para a Galileia, e a sua fama correu por toda circunvizinhança. [...] O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.”

Lucas 4:1, 14 e 18

 

 

O registro da missão de Jesus, conforme o evangelista Lucas, está repleto de descrições acerca do Espírito Santo. Quatro importantes expressões acerca do Espírito Santo aparecem no capítulo 4 do Evangelho Segundo Lucas: [1] “cheio do Espírito Santo”, [2] “guiado pelo mesmo Espírito”, [3] “no poder do Espírito” e [4] “O Espírito do Senhor está sobre mim”. As três primeiras expressões estão vinculadas a um lugar: A primeira faz referência ao Jordão, o lugar do batismo de Jesus. A segunda, por sua vez, menciona o deserto, o lugar onde Jesus venceu a tentação. A terceira, por fim, refere-se à Galileia, o lugar onde Jesus iniciou o Seu ministério e que foi chamado por Mateus de “Galileia dos gentios”: lugar de trevas onde a luz resplandeceu [Mateus 4:15-16].

A quarta dessas expressões, ao contrário das três primeiras, não faz referência a lugares, mas à missão de Jesus: “evangelizar os pobres; [...] proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, [...] por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”.

Se prosseguirmos em nossa análise, poderíamos sugerir o seguinte: O Jordão, o lugar do batismo, aponta para a obediência. O deserto, o lugar da tentação, aponta para a perseverança. A Galileia, o lugar de trevas, aponta para o lugar da missão.

Sendo a quarta expressão uma descrição da missão de Jesus, poderíamos dizer que as três primeiras são uma descrição dos requisitos necessários para o cumprimento da missão. Assim sendo, a missão requer obediência, perseverança e um lugar onde a missão deve ser executada.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que existe um elemento em comum nas mencionadas quatro expressões, qual seja, o Espírito Santo. Seguindo a maravilhosa descrição do evangelista Lucas, chegamos à conclusão de que o seguro e eficaz caminho para o cumprimento da missão exigirá que o Espírito Santo esteja sobre o discípulo de Jesus, o que permitirá que o seguidor de Cristo seja cheio da pessoa do Espírito, submeta-se a ser guiado por ele e viva em constantes manifestações do poder do Espírito.

A. M. Cunha