terça-feira, 30 de dezembro de 2014

(26) Conexões bíblicas – Filho meu, dá-me o teu coração.

Comentário
Num dos livros da poesia bíblica, o pai suplica ao filho que lhe dê algo: o seu coração (Provérbios 23:26). Este pedido é um vislumbre do pedido que Deus faz aos Seus filhos. Entre tantas ofertas possíveis de serem entregues ao Supremo Criador, Ele, figuradamente, ergue a Sua voz para solicitar o coração humano!
Como pode o coração ser útil como oferta ao Senhor? A Escritura afirma o enganoso caráter do coração, bem como sua acentuada tendência à corrupção (Jeremias 17:9). O diagnóstico de Cristo a seu respeito não é diferente. Ele afirma que “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.”  (Marcos 7:21-23).
No entanto, nada escapa ao poder transformador de Deus, nem mesmo o coração! O profeta Ezequiel nos oferece um vislumbre da transformação a que pode ser submetido o coração ao afirmar o seguinte: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (Ezequiel 36:26). Uma vez transformado, o coração torna o homem bom. Noutro giro, sem experimentar tal transformação o coração revela quão mau é o homem que o possui. Esta diferenciação fica evidente nas seguintes palavras de Jesus: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Lucas 6:45).
Por que o Senhor solicita que lhe ofertemos o nosso coração? É porque em suas mãos o coração será bem conduzido. Diz-nos a Escritura: “Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.” (II Tessalonicenses 3:5)! O coração em Cristo tem uma jornada feliz e segura: Ele é conduzido ao amor de Deus e à constância de Cristo!

Textos conexos
“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.”
Provérbios 23:26

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”
Jeremias 17:9

“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.”
Ezequiel 36:26-27

“O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.”
Lucas 6:45

“Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.”
II Tessalonicenses 3:5

“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.”
Marcos 7:21-23
A. M. Cunha

Gravura extraída de: http://www.30giorni.it/articoli_id_710_l6.htm.

(2) Crescimento em graça – Quem confia em Deus frequentemente clama a Ele.

“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.(Lucas 2:52).

Ensinamento
Quando mantemos firme o propósito de verdadeiramente confiarmos em Deus somos introduzidos numa atmosfera de paz. O Senhor detém o poder de conservar a nossa alma neste estado de paz. A Escritura demonstra que todo aquele que teme o Senhor adquire a aptidão de confiar nele (Salmo 115:11). A confiança no Senhor é fruto da percepção de que Ele é amparo e escudo (Salmo 115:11). É impressionante como torna-se espiritualmente estável todo aquele que confia no Senhor! Disto nos dá conta o Salmo 125:1 que nos diz: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre”.
Como saber se confiamos em Deus? Os versículos 4 e 5 do Salmo 22 nos oferece uma importante sinalização a este respeito, ao revelarem o seguinte: “Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste. A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.”. O versículo 4 conecta a confiança ao livramento, ao passo que o versículo 5 faz uma conexão entre o clamor e o livramento. A isto chamamos de paralelismo da poesia hebraica. Isto nos autoriza a afirmar o seguinte: Quem confia clama para aquele que é alvo de sua confiança, porque sabe que nele obterá livramento. De uma forma resumida, sabemos que confiamos em Deus quando constantemente a Ele clamamos, sabendo que somente nele teremos o livramento. Para saber se confiamos em Deus, devemos responder à seguinte pergunta: A quem recorremos com frequência quando enfrentamos momentos de dificuldade? A resposta indicará se confiamos em Deus ou na força do homem.

Desafios espirituais

1) Assuma o compromisso de recorrer a Deus antes de tomar qualquer decisão. Adquira o hábito de orar com frequência pedindo a ajuda de Deus para cada situação que você enfrentar no seu dia;
2)  Localize o maior número de textos bíblicos que falem sobre confiança em Deus. Leia-os atentamente e procure descobrir o maior número possível de princípios espirituais sobre a confiança em Deus.

Texto bíblico
“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.
Isaías 26:3
A. M. Cunha

Gravura extraída de: https://www.tumblr.com/search/prostrado.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

(1) Crescimento em graça – Introdução aos passos para crescimento espiritual.

“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lucas 2:52)

Ensinamento
Entre os vários aspectos de crescimento que Jesus experimentou, destacamos o seguinte: Ele crescia em graça diante de Deus.
Este aspecto do crescimento é importantíssimo, pois, de acordo com a Carta aos Hebreus, é pela graça que podemos servir a Deus de modo agradável.
Deixe-me reproduzir o texto de Hebreus 12:28, que nos diz o seguinte: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor;”.
Assim, a graça do Senhor Jesus potencializa a qualidade do nosso serviço espiritual. Eis a razão pela qual é importante crescer na graça.
O apóstolo Pedro, em sua segunda carta, ciente desta importância, nos dá a seguinte ordem: “antes, crescei na graça (...) de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (II Pedro 3:18).

Desafio espiritual
Desafio você a separar alguns minutos para oração. Sua súplica será por crescimento espiritual na graça de Jesus Cristo. Peça ao Espírito Santo que ilumine e guie pessoalmente os seus passos rumo ao crescimento na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Textos bíblicos
“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.
(Lucas 2:52)
“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor;”
Hebreus 12:28
“antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.”
II Pedro 3:18
A. M. Cunha
Gravura extraída de:
Soundcloud:

(25) Conexões Bíblicas – A prática do perdão nos aproxima dos atos que, em sua essência, expressam aquilo que é divino.

Comentário
Abraço é uma palavra que carrega em si uma força especial. Ele pode significar uma despedida, uma gratidão, um consolo, uma felicitação ou uma evidência de perdão. Os seres humanos, quando praticam a ação de perdoar, aproximam-se dos atos que, em sua essência, expressam aquilo que é divino.
Jacó experimentou esse toque divino partindo de um ser humano. Um dos pontos marcantes de sua história foi a fuga que ele empreendeu porque seu irmão procurava matá-lo. O consolo de Esaú seria a morte de Jacó (Gênesis 27:42). Por ordem divina o reencontro dos dois tornou-se fato inevitável, pois Deus disse a Jacó: “levanta-te agora, sai desta terra e volta para a terra de tua parentela” (Gênesis 31:13). O temor dominou o coração de Jacó quando ele descobriu que não somente ele ia para Esaú, mas Esaú vinha para ele. Assim nos diz a narrativa bíblica: “também ele vem de caminho para se encontrar contigo, e quatrocentos homens com ele” (Gênesis 32:6). A reação de Jacó foi assim descrita: “Então, Jacó teve medo e se perturbou;” (Gênesis 32:7). Tal reação converteu-se na seguinte oração: “Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos” (Gênesis 32:11). O temor de Jacó não se concretizou, o ódio carregado de peçonha mortal não se materializou. Ao contrário,“Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.” (Gênesis 33:4). A conduta de Esaú para com Jacó veio com o cheiro do que é divino. A força do perdão dissipou todos os temores de Jacó com relação ao seu irmão. Jacó ao final disse a Esaú: “vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus” (Gênesis 33:10). De fato, a prática do perdão nos aproxima dos atos que, em sua essência, expressam aquilo que é divino. O perdão pertence ao Senhor (Daniel 9:9) e sua prática adestra o coração dos homens para temerem a Deus (Salmo 130:4).
O filho pródigo também experimentou a força do perdão. Após afastar-se voluntariamente da casa de seu pai e dissipar todos os seus bens como consequência de uma vida dissoluta (Lucas 15:13), o filho pródigo, reconhecendo o estado miserável que o acometeu, tomou a seguinte atitude: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Gênesis 15:18). O reencontro entre os dois tornou-se inevitável. Reconhecendo sua indignidade de “ser chamado” filho, seu desejo era retornar ao ambiente da casa paternal, ainda que como um dos trabalhadores do seu pai (Lucas 15:19). O texto bíblico deixa evidente a força do perdão paterno ao dizer: “Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lucas 15:20). Aquela visão paterna, aquela compaixão, aquela corrida, aquele abraço e aquele beijo vinham carregados com a força do perdão! Ao filho pródigo lhe bastava ser um trabalhador, mas o pai afirma a sua filiação ao dizer, não apenas para o filho, mas para todos: “porque este meu filho estava morto e reviveu (Lucas 15:24).

Textos conexos
“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.
Gênesis 33:4

“E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
Lucas 15:20
A. M. Cunha

Gravura extraída de: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Return_of_the_Prodigal_Son_(Rembrandt).

domingo, 28 de dezembro de 2014

(24) Conexões Bíblicas – Andar com Deus fazendo-o conhecido.

Comentário
A Bíblia diz que Enoque andou com Deus. Este andar foi tão profundo que “Deus o tomou para si.” (Gênesis 5:24). Isto significa que Enoque foi transportado para a presença de Deus.
O Novo Testamento de que Filipe era um homem muito especial, pois ele também andava com Deus. Sua jornada era pautada por revelações do Espírito Santo que, à medida que caminhava, anunciava-lhe a coisas que haviam de acontecer. Cumpria-se assim, na vida de Filipe, a anúncio profético de Jesus: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.” (João 16:13). A Escritura nos apresenta o seguinte vislumbre deste “andar com Deus” na vida de Filipe:
1) Um ano lhe disse: “Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.” (Atos 8:26). Num ato de obediência, Filipe levantou-se e foi, pois sabia que o Espírito de Deus estava anunciando coisas que haviam de acontecer.
2) Quando chegou ao lugar indicado pelo anjo do Senhor, Filipe viu “um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes” (Atos 8:27). Ele nada fez, senão apenas observar, até que o Espírito Santo lhe disse: “Aproxima-te desse carro e acompanha-o” (Atos 8:29). Filipe, novamente num ato de obediência, correu, aproximando-se o suficiente para ouvir o que o eunuco estava lendo. Desta aproximação deu-se o transformador diálogo contido em Atos 8:30-38, em decorrência do qual o eunuco experimentou uma poderosa transformação em sua vida. A essência deste pode ser resumida na seguinte expressão “Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou- lhe a Jesus.” (Atos 8:35).
3) Após o diálogo e o batismo do eunuco, diz-nos a Escritura o seguinte: “Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo.” (Atos 8:39). Milagrosamente Filipe fora transportado, por modo unicamente espiritual, para um lugar chamado Azoto, “e, passando além, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia.” (Atos 8:40), continuando sua jornada espiritual.
Filipe era, portanto, um homem que andava com Deus. Por estar na presença de Deus, Deus o transportou de um lugar para outro, para que ele continuasse sua jornada espiritual de anunciar o reino de Deus.

Textos conexos
“Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.”
Gênesis 5:24
“Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo.”
Atos 8:39
A. M. Cunha

Gravura extraída de: http://www.artehistoria.com/v2/obras/122.htm.

(23) Conexões Bíblicas – Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo

Comentário
A entrada do pecado no ambiente da humanidade causou rupturas profundas no relacionamento dos homens com Deus. Os homens tornaram-se fugitivos à procura de um lugar onde não seriam “incomodados” pela voz de Deus. De acordo com Gênesis 3:10, quando Deus tomou a iniciativa de buscar o homem, Adão disse o seguinte para Ele: “Ouvi a tua voz no jardim, e (...) e me escondi.”. O argumento humano para sua atitude de fuga foi “porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gênesis 3:10). Deus, então, providenciou a correção do estado de nudez de Adão e Eva, pois assim promoveria a remoção daquilo que dera origem ao medo com respeito à voz de Deus. Diz o texto sagrado que o Senhor Deus fez “vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.” (Gênesis 3:21). Há um pressuposto de derramamento de sangue para que tal vestimenta pudesse ser feita.
Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, verteu o Seu sangue para que, mediante a fé, a nossa nudez pudesse ser removida. Assim nos diz a Escritura do Novo Testamento com relação à conduta que devemos adotar com respeito ao nosso revestimento espiritual: “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.” (Romanos 13:14). Não nos revestimos de peles de animal, mas da pessoa de Jesus Cristo! A Escritura assim nos diz: “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.” (Romanos 13:14).

Textos conexos
“Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”
Gênesis 3:21

“mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.”
Romanos 13:14

A. M. Cunha

Gravura extraída de: http://www.panterafm.com.br/?p=159.