sábado, 31 de agosto de 2019

VIGÉSIMA SEÇÃO – SALMO 119:153


Salmo 119:153 – “Atenta para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueço da tua lei”. O salmista invoca o Senhor por livramento, tendo como fundamento o princípio espiritual de que a obediência à Lei do Senhor libera ações sobrenaturais de livramento. Seu foco está no livramento da aflição, pois o salmista estava plenamente consciente dos danos que a aflição poderia provocar em sua fé. A narrativa bíblica da libertação do cativeiro egípcio já nos dava conta dos perigos da aflição na alma do fiel. Após ter-se encontrado com a sarça ardente, Moisés anunciou ao povo de Israel que Deus iniciara o processo de libertação. A Escritura afirma que “o povo creu; e, tendo ouvido que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e lhes vira a aflição, inclinaram-se e o adoraram” [Êxodo 4:31]. Após este momento, porém, as garras da escravidão tornaram-se ainda mais cruéis. Faraó aumentou as angústias do povo de Israel e Moisés, recorreu ao Senhor suplicando por direção. Novamente orientado por Deus acerca do livramento, Moisés anunciou ao povo o intento libertador de Deus. Porém, uma daninha incredulidade surgiu no coração do mesmo povo que anteriormente havia crido. Qual a razão para isso? O texto bíblico responde anunciando o seguinte: “mas eles não atenderam a Moisés, por causa da ânsia de espírito e da dura escravidão” [Êxodo 6:9]. Eis o dano que a ânsia de espírito e o acirramento da aflição provocaram na fé do povo de Deus! Não raro somos envolvidos em situações de profunda angústia, as quais sufocam a nossa fé. Acautelemo-nos para que tais momentos não aniquilem o fôlego de nossa fé! O salmista, portanto, percebendo os riscos que o acirramento da aflição poderia produzir em sua fé, aplicou em sua vida uma dupla ação capaz de lhe preservar o fôlego de fé: Ele, em primeiro lugar, clamou ao Senhor e, em segundo lugar, não se afastou da Sua Lei! Duas preciosas sementes para a maturidade espiritual estão lançadas: A prática da oração e o contato com a Palavra de Deus!
A. M. Cunha

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO – Capítulo 21


Por vezes, algumas das experiências que vivenciamos ao longo de nossa existência repetem-se em nossa jornada nesta terra. O capítulo 21 do Evangelho Segundo João relata uma dessas ocasiões. O início do ministério do apóstolo Pedro deu-se quando ele passou a noite toda numa pescaria frustrada [Lucas 5.5]. Tal experiência se repete no término do ministério terreno de Jesus com os Seus discípulos, ocasião em que o apóstolo Pedro não pescou nenhum peixe, em que pese tenha passado a noite toda pescando [João 21.3]. Essas duas noites foram significativas na vida desse apóstolo. Por ocasião da primeira noite, quando ainda não conhecia Jesus, Pedro foi convidado a segui-lo para se tornar um pescador de homens [Mateus 4.19]. Agora, no capítulo 21 do Evangelho Segundo João, quando vivencia a experiência daquela segunda noite, o “pescador de homens” não mais se achava digno desse ofício, pois havia negado o seu mestre. A experiência da pescaria frustrada ocorre novamente na vida de Pedro, muito provavelmente porque Jesus pretendia dissipar as dúvidas do apóstolo quanto ao seu ofício, renovando o chamado de Pedro com as seguintes palavras: “Quanto a ti, segue-me” [João 21.22]! Com o chamado renovado, Pedro tornou-se um dos mais extraordinários discípulos de Jesus Cristo! Não desprezemos as experiências que se repetem em nossa jornada nesta terra, pois tais experiências podem significar a renovação de nosso chamado para seguir a Jesus Cristo!
A. M. Cunha

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO – Capítulo 20


O autor da carta aos Hebreus advertiu o povo de Deus com as seguintes palavras: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns” [Hebreus 10.25]. O capítulo 20 do Evangelho Segundo João registra o encontro de Jesus com dez dos Seus discípulos. Dois deles não mais estavam presentes: Judas estava morto e Tomé, por sua vez, estava ausente, muito embora a Bíblia não registre o motivo dessa ausência. Mas o fato é que ele, por algum motivo não revelado, não esteve congregado com os demais discípulos naquela ocasião! O Evangelho Segundo João assim registra a ausência de Tomé: Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.” [João 20.24]. Aquele encontro de Jesus com dez dos Seus discípulos, porém, era um improvável encontro, pois estavam “trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos” [João 20.19]! No entanto, “veio Jesus, pôs-se no meio” deles, enchendo de paz aquele ambiente [João 20.19]! Aquela paz conferiu-lhes o estado de alma necessário para que, não apenas pudessem ver que Aquele que estava entre eles era, de fato, o Senhor, mas, uma vez tendo-o contemplado, se alegrassem por tê-lo visto [João 20.20]! No entanto, Tomé não estava com eles! Mas este não é o último registro acerca desse discípulo, pois a Bíblia diz que os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor” [João 20.25]! A bênção daquela reunião não ficou restrita aos dez discípulos, pois eles a compartilharam com Tomé! Embora Tomé se mostrasse inicialmente incrédulo [João 20.25], um segundo encontro aconteceu! É especialmente maravilhoso perceber que esse segundo encontro parecia ter um único destinatário: Tomé! É possível chegar a esta conclusão pelo fato de que Jesus, assim que apareceu novamente aos discípulos, logo procurou Tomé para lhe dizer: “Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” [João 20.27]! Que amor Jesus demonstrou para com aquele discípulo incrédulo! E deste encontro, amoroso encontro, diga-se de passagem, foi possível ouvir a seguinte expressão proferida por Tomé: “Senhor meu e Deus meu!” [João 20.28]! Embora tenha sido necessário que Tomé visse para crer, o fato é que ele creu: o incrédulo tornou-se crente! As palavras conclusivas do Senhor com respeito a este encontro, porém, apontam-nos um caminho muito mais excelente: “Bem-aventurados os que não viram e creram.” [João 20.29]!
A. M. Cunha