domingo, 24 de fevereiro de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MARCOS - Capítulo 9

O sol entra sorrateiramente em minha sala enquanto medito nas Escrituras. Há pouco menos de duas horas, nesta mesma sala, o sol não irradiava a sua luz. O ambiente estava tomado pela escuridão. A vida é repleta destes encontros de opostos: alegria e tristeza, saúde e doença, riqueza e pobreza, entre tantos outros. Até mesmo no ambiente da espiritualidade estes opostos podem ocorrer. O capítulo 9 do Evangelho do Evangelho Segundo Marcos revela-nos um destes encontros, quando um pai, aflito com seu filho possesso por um espírito mudo, procura Jesus. Tomado por cruéis angústias, aquele pai disse a Jesus: “Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam.” [Marcos 9:18]. Após fazer um breve relato sobre o tempo e as condições suportadas pelo jovem desde a possessão, o aflito pai dirigiu a Jesus as seguintes palavras: “se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.” [Marcos 9:22]. Em resposta, Jesus lhe disse: “Se podes! Tudo é possível ao que crê.” [Marcos 9:23]. Foi exatamente neste ponto que o Pai exclamou, em lágrimas: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” [Marcos 9:24]. É como se ele dissesse: “Eu creio, mas não o bastante”! Aquele pai somos nós, pois, por vezes, a nossa existência sofre o impacto da descoberta de que “cremos, mas falta-nos fé”! Eis o paradoxo: Promover uma declaração de fé, desprovida de fé! Calma, é confuso mesmo! É paradoxo, é luz e trevas, é dia e noite! Somos assim mesmo: nossos lábios podem declarar uma fé que não temos! Resta-nos, portanto, uma coisa: Achegarmo-nos a Cristo e clamar: Ajuda-me na minha falta de fé! O glorioso Cristo, pleno em ternura e amor há de nos socorrer!
A. M. Cunha

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