sexta-feira, 31 de julho de 2020

MÚTUA ADMOESTAÇÃO

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“E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.”

Romanos 15.14

A Escritura claramente prescreve a necessidade de que os membros do Corpo de Cristo pratiquem o que se pode chamar de mútua admoestação. O critério eleito pela Escritura para esta aptidão é o seguinte: o discípulo de Cristo, apto para admoestar, deve ser “possuído de bondade” e “cheio de todo conhecimento”.

Assim, o paradigma para uma efetiva admoestação é uma vida cheia de bondade e de conhecimento. Não se deve promover admoestação se o coração não estiver motivado pela bondade, bem como, não se deve promovê-la além do conhecimento obtido. Afirma-se isso por uma dupla razão: [1] Em primeiro lugar, a admoestação sem bondade promoverá o surgimento de feridas e rupturas na comunhão cristã. [2] Em segundo lugar, por sua vez, a admoestação jamais será eficaz se for promovida sem o devido conhecimento.

Quanto ao conhecimento, como paradigma para uma efetiva admoestação, nunca é demais lembrar que a Escritura apresenta a busca do conhecimento de Deus como uma atividade contínua do discípulo de Cristo [Colossenses 1.10], pois tal busca é uma expressão da vontade de Deus, pois Ele deseja que todos os homens “cheguem ao pleno conhecimento da verdade” [I Timóteo 2.4]. A Escritura ordena, portanto, que cresçamos no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [II Pedro 3.18]. Assim, a ausência de conhecimento não pode servir de desculpa para não promover a admoestação bíblica, pois o discípulo de Cristo é chamado a crescer no conhecimento e, à medida que cresce, ele aprimorará sua atividade admoestadora. Portanto, o cristão não pode ser relapso na busca do conhecimento, caso contrário, não adquirirá a aptidão para admoestar e prejudicará profundamente o Corpo de Cristo, que é a igreja. O apóstolo aplicava em sua vida o paradigma da admoestação; senão vejamos: [1] Ele promovia sua admoestação a partir do conhecimento que obteve ao longo de sua jornada espiritual. É isto o que entendemos da leitura de Romanos 15.18, que nos diz o seguinte: “não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio”; e [2] Ele, por outro lado, promovia sua admoestação a partir de um coração cheio de bondade. É o vemos em Romanos 15.1, quando ele afirma que “nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.” O que é isto, senão a expressão de um coração cheio de bondade?

Por fim, devemos alertar que o paradigma da admoestação não deve ser observado apenas por aquele que admoesta, mas também por aquele que recebe a admoestação. Desta forma, a recusa em receber uma admoestação pode revelar a existência de um duplo problema na vida do discípulo de Cristo: [1] Ausência do domínio da bondade; e [2] Ausência de conhecimento. Um coração bondoso e cheio de conhecimento está apto para receber a admoestação. É por isso que o apóstolo Paulo utiliza a expressão “uns aos outros”. A admoestação não deve apenas ser oferecida, ela deve ser recebida. O paradigma é o mesmo [Estar “possuído de bondade” e “cheio de todo conhecimento”]; seja para oferecê-la, seja para recebê-la.

A. M. Cunha


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