segunda-feira, 14 de junho de 2021

Evangelho de João - Capítulo 12

Eu fui, por volta dos meus 20 anos de idade, locutor de uma rádio evangélica em Brasília, Distrito Federal. Se naquela época Luís Lombardi Neto, o famoso Lombardi que anunciava produtos e quadros no Programa Silvio Santos, concorresse comigo ao prêmio de melhor locutor, eu não teria a menor chance. Lombardi seria, com absoluta certeza, o grande vencedor.

João, o Evangelista, bem que poderia ter sido o locutor de uma importante rádio em Betânia, ou ainda, quem sabe, o apresentador de um Podcast patrocinado pelos moradores daquela vila próxima de Jerusalém. Eu seria um dos primeiros a compor a audiência desse programa. Fico até a imaginar um Podcast que apresentasse os detalhes daquela extraordinária reunião preparada para Jesus e que está registrada no capítulo 12 do Evangelho Segundo João!

Além de Jesus e de Judas Iscariotes, três outros personagens foram os protagonistas naquela magnífica reunião, a saber, Lázaro, Marta e Maria. Destes três últimos, se eu tivesse que escolher quem teria mais condições de ter uma atuação mais ativa naquela reunião, este, sem dúvida, teria sido Lázaro! Pense comigo: Ele havia sido poderosamente ressuscitado há poucas horas! Quem, além dele teria um testemunho mais relevante para apresentar naquela reunião? Fico então a imaginar quantas coisas maravilhosas ele poderia compartilhar naquela tão sublime reunião!

Mas o texto bíblico, no que se refere à atuação de Lázaro naquela reunião, limita-se a dizer o seguinte a seu respeito: “sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.” [João 12.2]. O texto foi incrivelmente omisso quanto ao registro de quaisquer palavras ou ações praticadas por Lázaro. Se eu estivesse lá, e, naturalmente, com algum poder de decisão, muito provavelmente Lázaro, além de Jesus, é claro, seria a única pessoa cuja atividade seria registrada, e muito provavelmente eu teria pedido que ele fizesse uma exposição detalhada sobre quais experiências ele havia desfrutado no exato momento em que foi ressuscitado por Jesus! Com certeza, ele não ficaria apenas sentado àquela mesa.

Ainda bem que eu não estava lá, do contrário, não teríamos a inspirada oportunidade de vermos o registro de duas importantes atividades que aconteceram naquela reunião! A primeira dessas atividades foi o serviço prestado por Marta [João 12.2]. E quão importante foi para nós o registro dessa atividade! E a segunda delas, foi a adoração de Maria que, “tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos” [João 12.3]! Com essa atitude, “encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo”. Sem dúvida, esse foi um relevante serviço prestado por Maria!

O fato é que, se Lázaro não tivesse se assentado à mesa para ser servido pelas irmãs, ele, muito provavelmente, não teria desfrutado do banquete oferecido por Marta e do agradável odor do perfume que foi docemente derramado por Maria!

Entre todos os nascidos os nascidos mulher que estavam naquela reunião, Lázaro era o mais habilitado a oferecer um grandioso testemunho acerca de Jesus. Mas ele permaneceu assentado à mesa, e com isto, Marta e Maria tiveram oportunidade para prestarem o seu serviço. Marta, num certo sentido, prestou seu serviço a todos os que estavam presentes, inclusive para o próprio Lázaro. Maria, por sua vez, prestou o seu serviço diretamente a Cristo, muito embora todos os presentes, incluindo Lázaro, tenham desfrutado do agradável aroma exalado pelo perfume que encheu toda a casa!

Concluímos que o silêncio de Lázaro, que se manteve assentado à mesa, foi muito importante para que a relevância do serviço prestado por Marta e por Maria fosse percebido naquele ambiente. Sem dúvida, prestamos um relevante serviço ao Reino de Deus quando permitimos que os outros membros da comunidade dos discípulos de Cristo sirvam a nós e à própria comunidade! Costumo chamar este relevante serviço de “O serviço de deixar-se ser servido”!

Que o nosso viver cristão seja amorosa e intencionalmente marcado pela atitude de permitirmos que nossos irmãos prestem, nos encontros da comunidade dos discípulos de Cristo, o seu valioso, indispensável e relevante serviço cristão.

A. M. Cunha

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