domingo, 3 de julho de 2022

EVANGELHO SEGUNDO LUCAS - CAPÍTULO 18

Normalmente, os que estão à frente são aqueles que têm mais chances de se tornarem campeões numa corrida. Se, por acaso, desejarmos obter conselhos sobre o que podemos fazer para sermos vencedores numa corrida, a melhor opção que temos, muito provavelmente, será buscar aconselhamento com aqueles que costumeiramente ocupam os primeiros lugares nas corridas. Isso também se aplica em outras áreas da vida, não apenas no que se refere às corridas. Assim, sempre será uma boa opção buscar aconselhamento com aqueles que costumeiramente estão ocupando as primeiras colocações.

O capítulo 18 do Evangelho de Lucas, no entanto, mostra um estranho comportamento de algumas pessoas que haviam sido qualificadas como os que estavam na frente. Quando Jesus aproximou-se de uma cidade chamada Jericó, ali “estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas” [Lucas 18.35]. Ao ser informado de que Jesus passava por ali, aquele cego “clamou: Filho de Davi, tem compaixão de mim!” [Lucas 18.38]. A narrativa bíblica nos dá conta de que um número significativo de pessoas acompanhava Jesus naquele momento, inclusive alguns que haviam sido qualificados como aqueles “que iam na frente” [Lucas 18.39].

Porém, estes que estavam mais à frente não foram bons conselheiros para aquele cego; ao contrário, diz o texto que eles “o repreendiam para que se calasse” [Lucas 18.39]. Aquele cego, no entanto, não seguiu a repreensão daqueles homens que iam na frente. Agarrando-se naquela que poderia ser sua mais preciosa oportunidade, aquele cego “cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” [Lucas 18.39].

A ousadia daquele cego foi determinante para que uma das mais extraordinárias manifestações da compaixão de Jesus fosse registrada nas Escrituras. O texto bíblico diz: “Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. E, tendo ele chegado, Jesus perguntou: — O que você quer que eu lhe faça? Ele respondeu: — Senhor, que eu possa ver de novo. Jesus lhe disse: — Pois, então, veja! A sua fé salvou você. Imediatamente ele passou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus” [Lucas 18:40-43]! A expressão “Jesus parou” é uma linguagem extremamente poética, e revela o intenso grau da compaixão de Jesus para com a dor daquele que clama pelo Seu auxílio!

O clamor daquele cego fez Jesus parar, e aquele parada, uma extraordinária parada, foi poderosa o suficiente para aniquilar a cegueira daquele homem! O sol da justiça brilhou na vida daquele cego! Bastou-lhe uma palavra do divino mestre, e “Imediatamente ele passou a ver de novo”! Aquele homem, agora restaurado em sua visão, passou a ser um seguidor de Jesus, mas não um seguidor qualquer, mas um seguidor que glorificava a Deus enquanto seguia o seu caminho com Jesus!

A. M. Cunha


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