quarta-feira, 5 de junho de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO - Capítulo 1


A visão, num certo sentido, pode ser entendida como resultado da interação de, pelo menos, três elementos:

[1] Um órgão visual que seja funcional, portanto, capaz de ver;

[2] Uma substância para ser vista; e

[3] A existência de luz em limites minimamente capazes de proporcionar uma visibilidade eficaz.

O capítulo 1 do Evangelho Segundo João, em suas iniciais palavras, faz uma breve narrativa acerca da pessoa de Jesus Cristo, como o Verbo Divino que se tornou humano. A respeito de Jesus o evangelista diz que a “vida estava nele e a vida era a luz dos homens” [João 1.4]. Portanto, Jesus foi comparado a uma luz – única, universal e vencedora –, pois o evangelista João diz que o Seu brilho resplandeceu com intensidade tal que “as trevas não prevaleceram contra ela” [João 1.5].

Por fim, um elemento humano é introduzido nessa narrativa: Refiro-me a João, o batista, a respeito de quem se diz que era “um homem enviado por Deus”, que ele “veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz” e que “Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz” [João 1.6-8].

Jesus Cristo é apresentado, nas letras iniciais deste Evangelho, como “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” [João 1.9].

Este Evangelho, como toda Escritura Bíblica, tem Sua origem em Deus e é destinado ao homem. A Bíblia Sagrada, por ter sido escrita por Deus para o homem, pode ser compreendida como uma magnífica carta do amor divino para a humanidade.

Como falamos inicialmente, a visão é o resultado da interação de três elementos singulares. Os três elementos que falamos no início desta reflexão estão presentes na introdução do Evangelho Segundo João:

[1] O órgão visual é o “olho divino”, plenamente capaz de ver;

[2] A humanidade, por sua vez, é a substância a ser vista; e, por fim,

[3] Jesus é a verdadeira luz.

Este é, portanto, o maravilhoso quadro da “visão celestial” que alcança toda a humanidade, pois esta luz, Jesus Cristo, “ilumina a todo homem” [João 1.9]. A introdução do Evangelho Segundo João é, por assim dizer, uma extraordinária narrativa acerca do modo como Deus vê a história humana, uma singular descrição da “visão celestial” que pode ser assim resumida: Deus vê, a humanidade é vista e Jesus é a verdadeira luz que transforma aquele que crê, pois, como já falamos, a “vida estava nele e a vida era a luz dos homens” [João 1.4]!

Um último detalhe dessa introdução não pode ser esquecido. Existem duas classes de pessoas descritas neste Evangelho:

[1] Aqueles que, uma vez tendo sido iluminados, tornam-se filhos de Deus mediante a fé; e

[2] Aqueles que, por não possuírem fé e, portanto, serem cegos espiritualmente, continuam em trevas.

Jesus Cristo é a luz que contém a vida que humanidade necessita. Tudo neste Evangelho gravita em torno dessa vida e dessa luz! A “visão celestial” contempla toda a humanidade com o propósito de conceder-lhe vida mediante a fé e a partir da iluminação de Jesus Cristo.

A. M. Cunha

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