quinta-feira, 6 de junho de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO - Capítulo 2


O capítulo 2 do Evangelho Segundo João apresenta a narrativa do primeiro milagre que Jesus realizou. Nesse Evangelho, os milagres de Jesus são chamados de sinais. É necessário que eu faça um importante destaque quanto ao propósito dos sinais realizados por Jesus. Todo milagre divino é composto por, pelo menos, três elementos:

[1] A situação, a circunstância ou o problema que é solucionado pelo milagre;

[2] Aquele que é o destinatário do milagre; e, por fim,

[3] Aquele que realiza o milagre.

Por mais que pensemos que nós, como destinatários, sejamos o foco do milagre, ou ainda, por mais que pensemos que a mera transformação da situação, circunstância ou problema que nos assolava seja o destino último das ações de Jesus em nosso favor, a Bíblia nos dá conta de que os milagres não possuem este propósito. O próprio evangelista é bem direto quando esclarece o propósito dos milagres realizados por Jesus. Ele diz o seguinte: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” [João 20:30].

Embora os milagres realizados por Jesus possuam, como afirmamos acima, pelo menos três elementos, apenas um deles pode ser definido como o propósito dos milagres, ou seja, os milagres apontam para Aquele que os realiza: Jesus Cristo! Os milagres destinam-se a fazer com que creiamos em Jesus como o Cristo e, consequente, tenhamos vida em Seu nome!

É muito significativo, contudo, que o primeiro sinal realizado pelo Senhor Jesus tenha ocorrido na Galileia. O profeta Isaías afirmou que a Galileia seria conhecida como “Galileia dos Gentios”, “povo que andava em trevas” e “região da sombra da morte” [Isaías 9.1-2]. A Galileia era, portanto, uma região de abundante pecado! Porém, as Escrituras lançam um brilho de esperança quanto a isso, pois, nas palavras do apóstolo Paulo, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” [Romanos 5.20].

No capítulo 1º, Jesus foi apresentado como uma luz – única, universal e vencedora –, cujo brilho resplandeceu com uma fulgurante intensidade, de modo que “as trevas não prevaleceram contra ela” [João 1.5]. A respeito do povo da Galileia o profeta Isaías disse: “O povo que andava em trevas viu grande luz” [Isaías 9:2]. Jesus não poderia ter escolhido um lugar melhor para realizar o Seu primeiro milagre! A Galileia, sendo a “região da sombra da morte”, cujo “povo que andava em trevas”, era, não apenas um lugar físico, mas uma esplêndida representação deste “mundo tenebroso”. Sim, nós vivemos na “região da sombra da morte” e fomos contados como o “povo que andava em trevas”, mas Jesus é “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” [João 1:9]. Louvado seja Deus, pois Jesus “habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória” [João 1:14].

O apóstolo João nos diz que Jesus, “em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” [João 2.11]. No capítulo 1º desse evangelho nós fomos apresentados ao primeiro princípio: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” [João 1:1] E quanto a este primeiro princípio, Jesus foi exaltado sobremaneira, pois a Seu respeito se diz: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” [João 1:3]. No capítulo 2, no entanto, nós somos apresentados a um novo princípio – o princípio dos sinais realizados pelo Senhor Jesus, por isso se diz: “Com este, deu Jesus princípio a seus sinais” [João 2:11].

Vejamos um pouco sobre este primeiro “sinal” realizado por Cristo – Nele “a água foi transformada em vinho”. Aquela água, por ter adquirido uma nova natureza, foi, por conseguinte, transformada em vinho! A água possui uma natureza e o vinho, outra. Para que a natureza da água fosse transformada noutra natureza, foi necessária a ação de um poder superior, um poder capaz de penetrar nos seus minúsculos componentes, imprimir-lhes uma poderosa ação modificadora, e, desta forma, transformá-la noutra substância, o vinho!

Todo aquele que experimentou o novo nascimento, foi transformado da água para vinho! Este é o primeiro e o mais glorioso sinal que Cristo realiza na vida daquele que vivia na “região da sombra da morte”, o novo nascimento!

Quando Cristo realizou seu primeiro “sinal” na vida daquele que nasceu de novo, essa pessoa foi submetida a um poder superior que exerceu sobre si uma maravilhosa ação modificadora, que por fim, o transformou numa nova criatura! Isso se deu porque Cristo concedeu-lhe uma nova natureza. Nas palavras do apóstolo Paulo esse milagre é assim descrito: “se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” [1 Coríntios 5.17]. De acordo com Romanos 6:22, fomos libertados do pecado e transformados em servos de Deus. Essa gloriosa transformação encheu-nos de vida, a vida que, conforme João 1:4, é a luz dos homens”!

A. M. Cunha

Um comentário:

Unknown disse...

Glórias a Deus por termos uma vida de transformação somos nova criatura.