terça-feira, 2 de julho de 2019

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE JOÃO – Capítulo 11


“Ele nasceu de novo”, essa é uma frase que comumente se ouve quando alguém escapa de uma situação com risco de morte! Esse “não morrer por pouco” é tido por muitos como um “nascer de novo”. O capítulo 11 do Evangelho Segundo João narra a história da ressurreição de Lázaro. Neste sentido, pode-se afirmar que Lázaro era um recém-nascido. De acordo com esta linha de pensamento, podemos analisar a ressurreição de Lázaro, não apenas como um fato histórico, mas também como uma figura do novo nascimento. O “novo nascimento” é biblicamente compreendido como sair da morte para a vida. Por isso o apóstolo Paulo afirma: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” [Efésios 2.1].

Não se tem notícias de nenhum recém-nascido que, para chegar à fase adulta, não tenha tido necessidade dos cuidados de um adulto. Muito provavelmente o recém-nascido é o melhor exemplo de alguém que necessita de cuidados para sobrevir. Espiritualmente falando, a vida espiritual tem o seu início com o “novo nascimento”. Aquele que espiritualmente é recém-nascido também necessita dos cuidados dos outros para sobreviver. O evangelista João assim descreve o exato momento em que Lázaro ressuscitou: “Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço” [João 11.44]. A expressão “tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço” demonstra que Lázaro, tão logo ressuscitou, já necessitava de cuidados especiais, pois ele com os pés atados não poderia praticar, com total liberdade de movimentos, o seu “novo” andar, com as mãos atadas, não poderia praticar, com excelência de desempenho, suas “novas” ações e, por fim, com o rosto envolto num lenço, não poderia exercitar, com total amplitude de percepção, sua “nova” visão. Foi exatamente por isso que Jesus ordenou: “Desatai-o e deixai-o ir” [João 11.44]. Esta ordem é uma importante figura do discipulado cristão, que confere àquele que nasceu de novo as condições necessárias para praticar seu novo andar, dedicar-se à prática de novas ações e exercitar sua nova visão!
A. M. Cunha

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