quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

O ABANDONO SENIL


Ultimamente se tem percebido, e com certa frequência, o acirramento do que se pode chamar de “abandono senil”. Em vários espaços sociais, inclusive no ambiente eclesiástico, os idosos estão sendo insensivelmente esquecidos, emocionalmente abandonados e espiritualmente desalojados. Uma cruel e dilacerante amnésia quanto à contribuição deles para com a vida de todos parece tomar conta de muitos. O envelhecimento é um pedacinho de todos nós! Portanto, se as coisas continuarem assim, essa cultura de “abandono senil” nós engolirá a todos, tornando-nos insensíveis para com os obstáculos próprios da senilidade e transformando-nos numa sociedade irremediavelmente culpada por aniquilar a esperança da jornada daquele que muito viveu e ainda muito pode viver! Pela cultura do “abandono senil”, não apenas se tem abandonado quem é idoso, mas se tem construído uma cultura que, com requintes de crueldade e insensibilidade, abandonará aquele que hoje abandona!
A. M. Cunha

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